E QUEM PAGARÁ A CONTA

No domingo que passou a colunista Dora Kramer do jornal O Estado de São Paulo, escreveu o que a presidente Dilma teria ouvido de um interlocutor político muito próximo. Qual foi a reação da presidente não se sabe. O que sabemos é Dilma disse que ela e todo o governo eram “amiguinhos” do ministro Joaquim Levy. Uau!

É fato. Presidente de país nenhum gostaria de ouvir que seu mandato está por “um fio”. Ou que seu prazo de validade está expirando rapidamente. Já teria até uma data. O final do mês de setembro.

Os motivos de a presidente Dilma estar politicamente cada vez mais contra a parede, nem são os desdobramentos da operação “Lava Jato”. Dilma seria tirada no cargo por incompetência. Coisa muito mais humilhante do que sofrer um impeachment.

Fica a pergunta: Se a presidente Dilma não tem competência para governar, será que sua gestão a frente da Petrobras foi competente? Na verdade a “aura” de grande gestora carimbada pelo ex-presidente Lula nunca existiu.

Ainda segundo esse interlocutor não é com alguns milhares de pessoas nas ruas que a presidente Dilma deve se preocupar.

Enquanto só a base da pirâmide, ou seja, o povo era penalizado com a crise econômica, a elite no topo não estava nem aí. Agora parece que a crise mudou de patamar. O que começou como sussurro, já é burburinho na classe empresarial nada acostumada a contabilizar prejuízos.

É nesses momentos que se observa toda a estranheza e a sujeira que a política tem a capacidade de criar. É sabido que esses empresários foram cochichar nos ouvidos do vice-presidente Michel Temer. Que decidiu colocar na conta da opinião pública, um possível afastamento da presidente Dilma. Ele continua “amiguinho” dela.

Eu fico aqui pensando o quanto Michel Temer e o resto do PMDB estão ansiosos para ganhar o Brasil de presente. Mesmo que o presente esteja todo quebrado por culpa do mau uso de alguns, ele passa a ser objeto de desejo para outros.

Uma coisa não vai mudar com a saída de Dilma. Nem com Michel Temer, caso a presidência caia no seu colo. O rombo deixado pela década e meia de governo petista. Como tem acontecido desde sempre a elite costuma sair de fininho. Todos querem apagar as luzes na saída. E quem pagará a conta?

Quando os reflexos das gastanças aparecem, a solução recorrente é aumentar os impostos. E apontam para um culpado sempre inocente: Previdência Social. Será que a política causa cegueira? Ou, sãos os políticos e a elite que já nascem sem umbigo?