Recessão econômica, inflação, desemprego, desarticulação política, corrupção endêmica e sistemática, tudo isso é doença do governo atual, agravada por um enorme cinismo e uma inata tendência para a mentira e para a falta de responsabilidade com que a presidenta Dilma e os políticos do seu partido, o PT, tem exercido o mandato que lhe foi outorgado pelo povo brasileiro.
Lula, o articulador de tudo isso, gostava de dizer que nunca na história deste país se tinha feito tanto pelos pobres como ele e seu partido haviam feito. Populismo puro, dos mais canhestros e fora de moda, digno dos velhos caudilhos que a América Latina tanto tem produzido em sua longa história de messianismo irresponsável. Gabriel Garcia Marques foi muito feliz em seu clássico romance “Cem Anos de Solidão”, quando pintou a América Latina como uma família que trava uma eterna guerra para mudar um ambiente obscurantista e medieval, onde geração após geração, tudo se repete, e a vida vai ficando cada vez mais confusa e complicada. E a evolução dessa família, ao invés de ser ascendente, acontece em sentido descendente, tanto que uma criança da sua última geração nasce com um pitoresco rabinho.
Lula e os petistas se ufanam tanto pelas “conquistas” sociais que dizem ter feito, que se acham até milagrosos. A maior delas teria sido levar mais de 20 milhões de pessoas das classes mais pobres para a classe média. Essa transformação poderia ser medida pelo consumo de bens, que antes essas pessoas não faziam, e agora estariam fazendo.
Pode ser. Talvez a pobreza absoluta tenha recuado um pouco nos cantões mais afastados do país, tanto que foram exatamente as pessoas desses redutos que garantiram a vitória da Dilma nas últimas eleições. Mas agora, as benesses que foram prodigalizadas á essas pessoas não estão podendo ser mantidas, pelo menos não na mesma proporção em que eram antes. A ajuda dada pelo governo petista á essas classes mais pobres não gerou, como era esperado, uma economia de escala no setor produtivo, capaz de alavancar uma ascensão sustentável para essa gente. E eu não sei o que é mais cruel: deixar uma pessoa passar um dia no paraíso e depois dizer que ela não pode ficar lá, ou simplesmente dizer a esse alguém que o paraíso existe, mas para conquistá-lo é preciso suar muito sangue, e ás vezes, por muitas gerações.
Meu avô costumava dizer que saber gastar era muito mais importante do que saber ganhar. Ele estava certo, mas os ideólogos do PT não pensam assim. Patrocinaram uma gastança geral, sem criar uma contra partida de investimentos capaz de garantir a produção necessária para fazer face á esse aumento de consumo.Deu no que deu. 

Políticos são, por definição, um bando de caras-de pau. Peidam na festa e saem de fininho, assobiando, como se não tivessem nada a ver com o mau cheiro que deixam. É o que o Lula, a Dilma e os petistas estão fazendo. Fizeram tanta caca que o país, literalmente, está no esgoto.  Mas eles dizem que a culpa não é deles. É de todo mundo menos deles. E agora ficam pedindo para todos os brasileiros ajudarem a limpar a sujeira que eles fizeram. Todos os brasileiros vão ter que ajudar a pagar a conta. E o Lula cara-de pau ainda fala em voltar. Só se for para Garanhuns, de onde ele nunca deveria ter saído...
De tudo isso fica-nos uma lição. O messianismo político é tão pernicioso quanto os regimes de força. Quem pensa que um Jesus Cristo poderia trazer a prosperidade econômica e a felicidade geral para um país está muito enganado.  Aliás, o próprio Jesus sabia disso e nunca reivindicou para si mesmo a soberania de coisa alguma. Contentou-se em reinar sobre os espíritos das pessoas, um reino, diga-se, muito mais estável do que qualquer outro, pois já dura mais de dois mil anos. Prosperidade só se conquista com trabalho. Não com distributivismo irresponsável. A velha retórica popular ainda é a melhor solução nesse caso. Melhor ensinar uma pessoa a pescar do que distribuir peixe de graça.