Estou em Boa Vista, Roraima, onde vim para dar uma palestra no Seminário Maçônico que está sendo realizado nesta cidade. Surpreende-me a gentileza, a educação e o carinho do povo local. Capital de pouco mais de 300 mil habitantes, plantada em plena selva amazônica, distante de tudo que se pode chamar de civilização, aqui foi desenvolvida uma bela e aconchegante cidade, com uma excelente qualidade de vida e um ótimo ambiente para se viver. Chove todos os dias, com regularidade, ás mesmas horas. Com a seca que grassa no sul do país, especialmente em São Paulo, percebo o quanto é agradável ver uma chuva forte e intensa formando grandes enxurradas pelas ruas. Faz tempo que não vejo isso na minha cidade.
O povo daqui é simples, simpático e agradável. Não sofre o estresse das grandes metrópoles e por isso não precisa ficar empurrando nem xingando uns aos outros em busca de espaço. Aliás, espaço é o que não falta aqui. Para onde quer que se olhe é um horizonte infinito de verde clorofila, a inundar-nos os olhos. E pode-se sair a qualquer hora, de dia ou de noite, e andar a pé pela cidade sem precisar temer um assalto. Eu havia me esquecido de que ainda havia lugares assim.
Ah! A Dilma esteve aqui alguns dias atrás entregando uma vila de casas do programa Minha Casa, Minha Vida. Na oportunidade ela soltou mais uma de suas pérolas, mostrando que do Lula ela aprendeu a pior parte, ou seja, a ignorância. No seu discurso ela disse que Roraima era a cidade mais distante de Brasília. Ninguém ensinou para ela que Roraima é um estado, não é uma cidade. Talvez ela nem soubesse que a capital de Roraima é Boa Vista. E depois ela disse que havia se tornado uma “roraimada”, ou seja, uma cidadã acolhida por Roraima. Todo mundo achou graça de ela usar esse termo. Mas esse termo realmente é aplicado á pessoas que se mudam para Roraima e se tornam habitantes do Estado. São pessoas “roraimadas”, ou seja, adotadas pelo Estado. Ela acertou pelo ridículo.
Mas, a par disso, nota-se que por aqui a popularidade dela também está na sarjeta. Apesar de a população de Roraima ser constituída em quase 80 por cento de funcionários públicos, e ela aqui ter tido uma votação maciça, se a eleição fosse hoje ela perderia feio. Nada é tão mutável quanto a opinião pública. E quem disse que a voz do povo é a voz de Deus falou bobagem. A voz do povo, hoje, pelo menos, é a voz da mídia, dos acordos políticos e das benesses distribuídas por quem tem a caneta do governo. Essas coisas falam mais alto que qualquer voz que vem das ruas. Parece que a Dilma já entendeu isso e então começou a fazer acordos com a turma do Renan, do Sarney, do Collor e outras forças retrógradas do país. Para abafar a voz das ruas. Vamos ver no que dá isso.
Um abraço de Roraima para o mundo.