SOBRE METAS E TOLERÂNCIA
Especialista em metas, a Presidente Dilma resolveu botar o bloco na rua e a boca no trombone e, talvez pra dizer que está viva, mal entoou a marchinha "daqui não saio, daqui ninguém me tira!"
Ironias à parte, quem já ouviu falar em metas sabe que elas precisam ser: específicas (não podem ser vagas ou genéricas); mensuráveis (precisam ser possíveis de medir); alcançáveis (realizáveis); relevantes (pra valerem a pena); e com prazo determinado (sob pena de perderem sentido).
Às voltas com números recordes de reprovação, uma crise cambial sem precedentes e a dificuldade política de sempre, Brasília comemora a reaproximação ainda frágil com o Presidente do Senado, enquanto costura, sem muito sucesso, uma reconstrução da base aliada, que tem mais remendos do que pode receber.
No âmbito econômico mundial, o rebaixamento da nota de crédito na agência Moodys poderia até ter sido pior, ficamos a um passo do grau especulativo. Com tanta coisa dando errado, a desvalorização da moeda chinesa acabou por roubar a cena para uma crise que, mesmo menor, pode ter repercussão internacional. Enquanto isso, a sensação de estagnação e o desânimo vêm ganhando corpo e ficam cada vez mais perceptíveis. As dificuldades econômicas exigem de todos um ajuste forçado à dura realidade. Como num orçamento doméstico ameaçado pela diminuição das receitas, somos todos obrigados a fazer mais com menos. O penoso ajuste, que inclui cortes, adequações e demissões, resultará em melhoria forçosa na eficiência das organizações. Queimadas as gorduras, a hora é de cortar na própria carne e atravessar o rigoroso inverno com competência, sob pena de soçobrar.
E nós, brasileiros, como sempre seguimos indolentes acompanhando a escalada de violência urbana que só é superada pelos escândalos de corrupção que se sucedem.
Até quando? É a pergunta que não cala. Que hora diremos basta?
B A S T A !