Grupos: mitos, ritos e produções                                      

     Todo grupo assujeitado erige no tempo seus mitos imaginários que se elevam a partir da determinação de um modelo que o próprio grupo pretende, em detrimento da participação democrática, centralizado e conservador.
     Uma vez constituídos, tais mitos referenciam as ritualizações em torno de seus valores e ideais. Fixada em torno de configurações de forças reacionárias, a consciência individual submerge restando a ela, se não criar, apenas a opção de participação mecânica num sistema simbólico de trocas alienadas.
     Cada sujeito, assim submetido, não se torna mais que uma célula ou unidade símile de um meio ou massa geral que permite passar através de si, por seu corpo próprio e coletivo, fluxos de programas heterônimos e dessubjetivantes.
     Amorfa, esta massa, aglomerado de iguais, nada reflete de si, nada produz senão o torpor animista que, ao mesmo tempo em que a habita lhe é alheio, que a coloniza e suga sua energia a mantem como dejeto automatizado no decurso morto das fileiras de produção.  

Abenon Menegassi
15/08/15