A crise da política e vice-versa
Quem diria. O presidente do Senado, Renan Calheiros, falando em união pelo melhor do país, sendo o porta-voz dom bom senso do poder legislativo. O discurso é de solidariedade ao governo, que vê sua base aliada na Câmara se desmanchar, dificultando a aprovação das medidas de ajuste fiscal.
Calheiros fala em ouvir ministros e até apresentou sugestões para enfrentar a crise e reanimar a economia.
Na contramão, servidores públicos de todas as áreas brigam por aumento salarial. A Câmara de Cunha dá aval a tudo que possa parecer pólvora às pautas-bomba. A presidente Dilma oferece jantares a ex-aliados, a ministros do STF e demais representantes do judiciário, numa clara demonstração de procurar entendimento.
Como esses jantares são digeridos e que efeitos podem causar só o tempo revelará. O que se sabe por ora é que todos querem seu pedaço do bolo.
Enquanto isso, vemos uma galera organizando mais uma manifestação antigoverno para o próximo dia 16 cujo foco todos já conhecem.
Estados pressionados por sindicatos sanguessugas também se veem desesperados para tentar promover algum reajuste fiscal. Aqui no Paraná já estamos tendo fôlego. Pagamentos a fornecedores, reajustes salariais e até mesmo precatórios já estão sendo feitos. O custo disso, como se sabe, foi alto. Para efeito de comparação, basta olharmos a situação dos outros estados do sul. O Paraná está recuperando fôlego enquanto os outros ainda estão quase parecendo gregos.
Enfim, o país passa por uma crise política, de representatividade e de confiança. Incertezas, arengas partidárias e institucionais dão o tom da música. Tudo isso misturado com corrupção, ineficiência e insuficiência do poder público como um todo. E, acreditem, já foi pior.
O negócio é acalmar os ânimos geral. Desde o mais alto cargo em Brasília até o mais humilde trabalhador. Afinal, com todas as diferenças, estamos todos no mesmo barco.
Diante de tantos conflitos, esse é o caminho. Caso contrário, vou ali chamar o Renan Calheiros.