AS MUITAS POSSIBILIDADES

Quem observa o Brasil com um olhar mais atento, verá que o país se equilibra sobre quatro pilares sem sustentação. Desde a volta da democracia, esse risco sempre esteve presente. Só que desta vez, o estrago é grande demais e não existem bons pedreiros.

Temos uma presidente que acredita governar. Uma figura decorativa como Ministro da Fazenda, fritado em fogo brando desde que assumiu. Um presidente da Câmara de Deputados, mostrando que pode ser feito, ao mesmo tempo em que faz tudo errado. Se isto não bastasse, ainda tem o poder de hipnotizar outros tantos.

O presidente do Senado Federal é o quarto pilar. Sobrou Renan Calheiros para a presidente Dilma depositar suas fichas e salvar o governo das peraltices de Eduardo Cunha. Eu apostaria que entre jogar uma corda para quem está no fundo do poço e fechar a tampa, Renan escolheria a segunda sem pestanejar.

É nesse cenário que o fantasma do impeachment já assustou muito mais. Eu diria que agora ele está no jardim à espreita. Só observado outros fantasmas entrarem pelo portão. Parece que o leque de possibilidades sofreu uma espécie de “síndrome de inflação”. Geralmente elas aparecem nesses jantares, onde comer é o que menos importa.

Creio que a ficha caiu, e a ideia do impeachment seria uma atitude machista demais. Já imaginarem a primeira mulher a chegar à presidência do Brasil sofrer impeachment. Ser comparada com Collor de Mello. Talvez, muitos políticos apanhariam em casa. Ou teriam de se acostumar com uma prolongada abstinência.

Agora já se fala abertamente numa possível renuncia da presidente Dilma, e isso não são fofocas da oposição. Que Lula é o mentor e pai da criatura é um fato. Que o Partido dos Trabalhadores nunca quis ser o padrasto de Dilma é uma constatação.

Não é nenhum segredo também, que peemedebistas e tucanos já discutem as bases de uma aliança num hipotético governo pós-Dilma. Nem nos melhores sonhos o PMDB imaginava o Brasil, de repente, caindo no seu colo.

Uma terceira possibilidade seria o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cassar o diploma da presidente Dilma. Nesse caso, teríamos uma nova eleição. Imaginem a farra das redes sociais, e dos humoristas. Dilma afastada por “pedalar”.

No caso de uma nova eleição, percebo uma euforia perigosa na oposição. Já estão contando com o ovo antes da galinha botar. Pesquisas nem sempre ganham eleições.

Ninguém deve se esquecer do tal “distribuidor de rosas vermelhas”. Muito desse caos todo, é causado por gente querendo a volta triunfal de Lula ao poder como um “Salvador da Pátria”. Milagre? Quantos acreditarão? Será que ele acredita?