INFLAÇÃO DEMOCRÁTICA
FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Inflação é a arte de falsificar a moeda por conta do Estado.
Sofocleto
Preliminarmente é importante lembrar de que no sistema democrático de governo, tudo tem inicio na vontade popular. É assim que a nossa Constituição Cidadã de 1988 nos ensina e pontifica como sendo o maior documento legal de nossa nacionalidade. Ledo engano! Vejam, por exemplo, o caso dos juros legais determinados pela Carta Magna de 1988, que afirma que durante cada período de doze meses e ou de um ano civil, econômico e financeiro, teremos apenas seis por cento ao ano, o que quer dizer que temos apenas meio por cento ao mês, no entanto isso faz parte da enrolada nacional, ninguém neste país compra e vende nada a empresa oficial chamada de Poder Público comprando e ou pagando apenas meio por cento ao mês. Isso é um fato e contra fato não se tem argumento. Agora quando o vil mortal cidadão brasileiro, pega suas economias e deposita na caderneta de poupança e ou tem um trabalho de carteira assinada, faz seus depositados mensalmente nos bancos oficiais e ou oficializados, e tem a certeza magna de que vai ter sua poupança e ou FGTS corrigido em menos de meio por cento ao mês, enquanto isso, se ele precisa de dinheiro emprestado aos bancos oficiais e ou oficializados, vai pagar mais de quatorze por cento ao mês, e o dinheiro que ele está tomando emprestado para comprar um aparelho celular, um aparelho de TV, etc., já sabe que vai ter que pagar os olhos da cara... É meu Brasil mãe preta e pai João!... Nossa democracia tem dois pesos e duas medidas. Uma para emprestar dinheiro ao cidadão e a outra para corrigir o dinheiro que o cidadão deposita fazendo economias e passando privações. É aqui onde o Estado Nacional passa a ser uma empresa de fato e de direito que visa lucros contra a cidadania dos nacionais. E aprendemos logo cedo nos bancos acadêmicos de que o Poder Público não visa lucros econômicos e financeiros, tudo porque não se trata de empresa comercial, industrial e ou de prestação de serviços. Fomos e continuamos sendo enganos com tais conceitos teóricos e nunca aplicados ao nosso favor. O pensador brasileiro Paulo Freire nos ensina que "a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.", vejam a dicotomia paradigmática, por analogia é bem parecido com o dito popular de que for o bicho pega e se ficar o bicho come. Estamos todos nós no mato sem cachorro. Somos sempre enganados, a gritaria é nacional, não temos educação, segurança, saúde, industrialização eficiente e capaz de gestar nossa empregabilidade de jovens e adultos, somos o que somos porque somos uma das maiores nacionalidades do globo terrestre. São mais de quinhentos anos de descobrimento e ou de achamento, porém, os nossos problemas nacionais continuam praticamente os mesmos do tempo do Brasil Colônia, do Brasil Império e do Brasil da primeira República. Tudo por aqui ainda é movido a base de superfaturamento, de corrupção, cujo instituto, teve inicio com o pedido de emprego de Pero Vaz de Caminha, na famosa Carta do descobrimento ao soberano português de plantão, que alastrou-se com os desvios de pau Brasil, de ouro, de couro e pedras preciosas, ainda existente nos dias atuais. Alguém já disse e/ou já deveria ter dito que a inflação é algo parecido e/ou o jeito do governo bater as carteiras dos governados em qualquer regime político e ideológico do mundo.
O certo é que tudo ainda vive entre nós, praticamente na base de tirar gestar para tirar vantagens nos negócios públicos e privados. Essa tal de Lavajato é uma vergonha preciosa que o Brasil exporta para o mundo o que tem mais importante. Somos livres, libertos e temos direitos magnos apenas no papel, na prática somo escravos de nós mesmos. Aquilo que etimologicamente chamamos de gestão, que vem de “gestio”, que veio de “gerere”, com o significado de trazer em, produzir alguma coisa para o bem e ou para o mal, que valeria dizer que gestar é o ato pelo qual se administra algo, um bem fora de si e/ou alheio, seja ele público e ou privado. E na prática a democracia tem servido eleitoralmente falando para que grupos compostos por prepotentes capitalistas se mantenham no poder político, nada importante se a ideologia é de esquerda e/ou de direita, liberal, neoliberal, capitalismo, socialismo e/ou comunismo. A ditadura e a democracia que o povo brasileiro conhece muito bem em todos os regimes por onde já passou em termos de gestão pública, chama-se inflação (termo latino “in” + “flatio” = ação de soprar dentro de um recipiente elástico de mdo a distendê-lo) e/ou achatamento salarial do poder de comprar a própria sexta básica para sua manutenção e de sua prole. Assim sendo, a inflação em linhas gerais, significa o aumento desproporcional dos meios de pagamento público e privado em confronto com o volume concreto e/ou real das transações financeiras, econômicas e comerciais em realização e/ou em perspectiva imediata de realizar-se e desmanchar projetos e prazeres públicos e privados. É um Deus nos acuda, estamos tendo energia elétrica, gás de cozinha, gás automotor, gasolina, álcool, óleo diesel, alimentos, serviços de primeira necessidade, etc., sendo superfaturados, todos os dias e/ou semanas. O brasileiro precisa do milagre de Nosso Senhor Jesus Cristo, a exemplo dos cinco pães e dos dois peixes, para poder sobreviver. O certo é que vivemos a democracia da fome, provocada pela corrupção existente nas principais empresas públicas, onde o dinheiro dos contribuintes diretos e indiretos é desviado em favor de quadrilhas oficiosas se achando donas do Poder Público: federal, estadual e municipal, onde a população vive a cada momento desconfiando de tudo e de todos, apenas uma pequena exceção dos homens públicos de vergonha neste país estarão livres de tamanha desconfiança nacional. Procuram-se homens de vergonha dentro da política brasileira. São tantas delações premiadas que parece mais com o programa de J. Silvestre, um apresentador famoso da TV Tupi, que estreou em 1955 e que serviu de precursor dos programas da televisão brasileira que chegou atingir 84% (oitenta e quatro por cento) de audiência na década de 70 do século XX, tudo isso ocorreu nos meios de comunicação em termos de festival da alegria televisada muito antes da fundação da Embratel. A inflação voltou entre nós, estamos vivendo a inflação aberta, onde a alta do custo de vida e o aumento salarial se processam em alternância rápida, tamanho é o descontrole, de modo que a confiança do povo em detrimento do Poder Público se retrai a toda hora e a todo momento, basta ir ao mercado tentar comprar produtos para comer e beber, além dos serviços de água, esgoto, telefone, energia elétrica, etc.
Estamos diante do monstro chamado inflação reprimida, onde todos os preços são reprogramados e/ou repassados, enquanto isso, a estabilidade salarial parece claramente sofrer a dor da morte, tamanho é a falta de equilíbrio entre oferta e procura, no tocante a bens e serviços. Vivenciamos uma inflação crônica embutida em bens e serviços no nosso cotidiano democrático. A inflação brasileira é galopante realmente, pois, enquanto o salário da classe trabalhadora anda de bicicleta, com pequenas pedaladas, ela abocanha todos os dias, semanas e meses via o aumento desenfreados dos preços das mercadorias e dos serviços de primeiras necessidades, onde somente as classes sociais economicamente desfavorecidas perdem tudo outra vez o bonde da história. Éramos felizes e sabíamos. Segundo Humberto Gerbrim, “o momento do Brasil é delicado, economia em baixa, inflação em alta, corrupção à torta e às avessas. O momento do Brasil é de mudança de atitude, o povo sai às ruas, cobra direitos, levanta a voz em defesa de todos nós; Povo. O momento é do Brasil. Brasil que quer ser Nação; Brasil que quer crescer e desenvolver; Brasil que precisa, quer e exige serviços públicos de qualidade. Agora é o momento do povo brasileiro, estamos nos levantando e nos agigantando diante de tudo que consideramos errado. Vamos Brasil!”. Ele tem razão em pensar assim, essa é a voz de duzentos milhões de brasileiros, calados, amordaçados, enganados, participantes de programas sociais de cunho e aliciamento ideológico conhecido, somos os excluídos das almofadas palacianas. A missão é nossa, somos nós responsáveis pelo presente e seremos nós os grandes responsáveis pelo futuro que queremos, pois, assim como nossos avós e nossos pais, agora teremos através de suor, sangue e lágrimas, trabalharmos para pagar a conta que fizeram em nome da democracia e de nosso nome, sem comer e sem beber, de modo que a inflação que estava dormindo voltou com a força de um vulcão milenar. Viva o povo brasileiro!