Atenção gente: agosto chegou...
Atenção gente: agosto chegou...
O mês de agosto, no Brasil, há muito tempo, é um mês azarado na política, na economia e na sociedade. Tudo acontece de ruim: – pode ser coincidência mas que é estranho é.
Raros são os anos que o país passa incólume. Ou morre um Presidente, ou a inflação dispara, ou os empresários se desesperam com a recessão, ou o Congresso deixa claro que não sabe o que fazer ou votar, as tensões são de toda a ordem e o povo sofrido mais angustiado fica.
2015 promete... Todos os ingredientes para uma grande confusão estão disponíveis: inflação em alta, desemprego, falta de investimentos, recessão, corrupção endêmica, políticos idiotas sobrando, partidos políticos desmoralizados sem saber o que propor, a Presidência da Republica envolvida em escândalos, até o futebol não sabe mais chutar em gol...
Se somarmos ao caos criado pelos políticos a violência que impera nas ruas, o tráfico de drogas já comandando extensas regiões do território nacional, a desagregação das famílias, a omissão das religiões históricas em apontar com clareza o que está errado na organização e no funcionamento da sociedade, a falência da educação, então o nosso futuro é muito preocupante.
Vocês já notaram que o povo, impotente e desconfiado, está adotando atitudes muito perigosas? Ou não se interessam pelo o que esta acontecendo ou debocham da situação como forma de aliviar a alma carregada de raiva. Estas duas atitudes, que se avolumam e passam a dominar o comportamento da nação, não nos levará a nada e é campo propício para a violência destruidora de instituições e esperanças. Mas o que temos disponível para oferecer a esta população sofrida?
As poucas vozes que se levantam, alertando ou sugerindo alguma linha de ação coletiva, nova e renovadora, são desprezados pela mídia que prefere mais divulgar os horrores do dia a dia, que atraem leitores, telespectadores e ouvintes, do que propagar as tentativas de novos esperançosos cenários de convivência justa e pacífica para o futuro.
Tenho medo, muito medo do mês de agosto que começa amanhã. Se o povo exigir nas ruas uma solução para a crise que enfrentamos, as elites brasileiras e os políticos e os seus partidos não saberão o que dizer, não terão nada a oferecer.
Só nos resta rezar e ter a esperança que algo de bom aconteça, na palavra e na ação de um grupo de pessoas honradas, patriotas, competentes e comprometidos com o ideal da democracia, da liberdade, da justiça, do desenvolvimento integral, da solidariedade e da paz.
Eurico de Andrade Neves Borba, aposentado, escritor, ex professor da PUC RIO, ex Presidente do IBGE, 75, mora em Ana Rech, RS. 31 de julho de 2015