ONDA DE DESEMPREGO OU ONDA DE GOLPES?

As multinacionais, grandes aliadas dos golpistas que pretendem tirar o trabalhador do poder, por serem elas institutos do imperialismo global, estão demitindo em massa. O plano todo mundo já sabe: corromper a mente do povo, provocar-lhe com terrorismo psicológico, e fazê-lo entender que é preciso mudar o governo esquerdista que está há mais de doze anos no poder tirando a mordomia de muita gente elitista que odeia pobre. O medo de perder o emprego ou de não conseguir outro é grande álibi para se extrair da população qualquer coisa, inclusive voto. Impeachment de presidente não dá porque para isso é preciso que o presidente a sofrer o impeachment cometesse um crime contra o Estado e pegar a Dilma ainda não foi possível. Mesmo inventando a tal da Operação Lava-a-Jato, na qual só os nomes que podem ajudar a conseguir o pleito de tirar o Governo é que aparecem e são crucificados, e com a mídia dando cobertura animal para o engodo.

Empresas de call center, do setor automobilístico entre outras quando não têm que aderir a golpe nenhum empregam em massa. Nem é preciso muita burocracia para entrar nelas. Parece bom isso, mas não é. Não é porque ao empregar massivamente e pegar de todo tipo de gente para fazer de funcionário elas se acham no direito de explorar o trabalhador. E este come na mão delas o pâo que o diabo amassa.

Porém, nem todos os explorados aceitam na boa a exploração. Uns vão dar um bocado de trabalho purrinhando a firma para lhe dar a demissão e levar dela uma boa grana. Sob esforços que beiram, às vezes, dar o direito para a empresa de aplicar-lhes a demissão por justa causa. Coisa que a empresa não espera para se ver logo livre do caboclo ou deixa arquivado o motivo para aplicar a justa causa quando lhe for mais conveniente.

Eis que a hora é essa. Participar de complô para atender as federações de indústrias, de comércios e de prestação de serviços contra alguém ou alguma coisa. Geralmente quando o trabalhador se vê ganhando direitos e conquistando dignidade é hora dos patrões se unirem para frear o causador do mal. Que na atualidade é o PT junto com o PSol, com o PCdoB, alguns do PDT.

Os empregados que são descartados nessas ocasiões já seriam em qualquer outra. As empresas não podem se dar o luxo de demitir mais do que o que precisam para operar com a competitividade com que se acostumaram. Senão os executivos terão que trabalhar ou os patrões vão ter que descer o nível de vida com a perda de lucros. Nos acordos que definem os motins eles frisam isso.

Cá entre nós: A Globo se delicia noticiando para os que contratam ela essas notícias de crise sócio-econômica no país, porque ela própria não sofre com a crise? Continua produzindo suas futilidades do mesmo jeito ou até com mais luxo. Cito a Globo porque é quem é mais visível de propagar a ideia de dificuldades passadas pela sociedade por causa do Governo atual, mas não é preciso listar tantas outras empresas que se estão sofrendo com o contexto econômico brasileiro dos dias atuais nem parece.

Os golpistas tentam jogar contra o adversário deles tanto os desempregados quanto os sobreviventes. Os desempregados ficarão amedrontados pela ameaça de não encontrarem outra oportunidade rapidamente e os sobreviventes com a insegurança com relação a terem o emprego garantido. Mentalmente fragilizados e com a mídia bombardeando a cabeça deles com a atribuição da situação crítica ao Governo em exercício, o que não faltará é protestos e votos em quem está por trás do golpe reivindicando oportunidade para mudar o quadro social e sendo apontado como o salvador da pátria. Pobres brasileiros!

Este golpe é antigo e esteve presente durante o Golpe Militar de 1964. A oposição à João Goulart fora feita com as mesmas estratégias: Crise de desemprego, inflação galopante, ondas de protestos, grupos sendo apontados como a solução para o caso. Até que, não surgindo resultado – o povo era mais intelectualizado e resistiu a essas estratégias – utilizaram os militares e tomaram o poder na base da força. Duraria um ou dois meses o regime militar, a ideia era só correr com os "comunistas" (na verdade o problema era o mesmo de agora: trabalhador e classes populares ganhando espaço e ameaçando o das aristocracias) e voltar a democracia. Durou foram 20 duros anos. Vamos ver quanto durará o de agora.

*Originalmente publicado no blog Desengenharia Social.