A FARSA DO AJUSTE FISCAL

Primeiro foi à farsa da campanha eleitoral. O Brasil era uma ilha da fantasia. E se a oposição vencesse seria destruída por um tsunami. Com a primeira parte da farsa ganha, agora estamos assistindo o segundo tempo do jogo político. A farsa do ajuste fiscal. Uma espécie de “Me engana que eu gosto”.

Um país que quer colocar suas contas em dia, não pode começar acharcando a base da pirâmide. E foi o que aconteceu. O primeiro ônus sobrou para os trabalhadores. Quebraram a Petrobras? Aumenta-se o preço do combustível. As operadoras e energia não investiram? Aumenta-se o preço da energia. Alguém sempre tem de pagar a conta.

Para que a presidente Dilma não seja chamada de mentirosa, o ajuste fiscal está camuflando a retirada de alguns benefícios os trabalhadores. O ministro Joaquim Levy contou nos dedos os milhões que o governo economizará com as mudanças das regras do Seguro-Desemprego.

E será porque o ministro não contou nos dedos, e nem para o Brasil inteiro que com o último aumento da Taxa de Juros Selic a dívida brasileira sofrerá um aumento de 35 milhões de reais? Calculem por quanto à taxa amentou apenas neste ano.

A farsa é tamanha, que na Câmara de Deputados ninguém está se preocupando com ela. Ali estão usando o ajuste fiscal como bode expiatório da previdência social. Parece que de novo, os culpados pelo rombo do país serão os aposentados e pensionistas. Tem sido assim nas últimas décadas.

A farsa do ajuste fiscal também está sendo usada como um “cabo de guerra”, entre o governo e o Congresso Nacional. Esse estica daqui, estica de lá, no topo da pirâmide acaba atingindo os bolsos daqueles que vivem na base.

Com apadrinhamento de peso, ninguém no topo da pirâmide perderá o emprego. O que num ajuste fiscal sério deveria acontecer. Na base da pirâmide é diferente. Ali a convivência com o fantasma do desemprego é diário. Não existem “padrinhos”. Existe o “olho a rua”. Ou “pé na bunda”. Como queiram chamar.

A farsa ainda teve o seu momento de comédia patética. A presidente e seus ministros trabalhando num domingo. O motivo? Os cortes no orçamento. Uau! Certamente muito dos 70 bilhões anunciados, mesmo sem o ajuste jamais seriam destinados para alguma coisa. E quem pagou o almoço? Foi só feijão e arroz?

Cortar da própria carne é outra das tolices que somos obrigados a ouvir. Enquanto os deputados continuarão apresentando notas fiscais de 1.300,00 para reembolso por um almoço, o “ajuste fiscal” servirá de desculpa para falta de investimentos na saúde, na segurança e na educação. A farsa da “Pátria Educadora” é apenas mais uma.