UM IMPEACHMENT BRANCO

É difícil afirmar quando chegará o fim da era petista no Brasil. De qualquer modo existem duas certezas. A primeira é de que ela chegará. A segunda ensinará a História de um Partido dos Trabalhadores com o estigma de corrupto. Mesmo que neste momento, os “heróis” dos livros sejam eles.

Houve um tempo em que os petistas apontavam o dedo para a mídia, e diziam que ela se esforçava demais para descobrir os casos de corrupção. Viviam fuçando. Hoje isso não é mais necessário. Está mais fácil descobrir casos de corrupção, do que roubar doces de crianças. É uma verdadeira mamata.

Já ficou no esquecimento a ideia de que talvez, esse seja o último. O que se pensa é quando será o próximo. E o próximo já chegou com a reportagem de capa da revista “Época” dessa semana.

A bomba da vez caiu na cabeça de quem sempre esteve imune. O capitão do navio que navega a deriva e sem rumo. Enquanto o governo cogita em usar o dinheiro do FGTS dos trabalhadores para cobrir os rombos do BNDES, a figura do ex-presidente Lula aparece numa investigação de corrupção no próprio BNDES.

As suspeitas são de tráfico internacional de influência. Lula teria ajudado grandes empreiteiras a ganharem licitações de obras em países de América Latina e da África. Com financiamentos do BNDES.

Enquanto o Partido dos Trabalhadores vai definhando diante a corrupção, o principal aliado PMDB, resolveu se entrincheirar num tubo de ensaio. Tanto os presidentes do Senado Federal Renan Calheiros, como o presidente da Câmara de Deputados Eduardo Cunha, estão em experiência de governar o país.

Sem que ninguém se dê conta os dois que já comandam a maioria do PMDB, estão promovendo um “impeachment branco” no Brasil. Dilma Rousseff que está cada vez mais acuada está presidente. Renan e Cunha governam de fato.

A política muitas vezes é feita de frases. A de Eduardo Cunha, que de “eles ganham quando nós deixamos”, sugere bem mais do que parece. Era mais uma comédia do que notícia a reportagem do jornal “O Globo”, sobre o que foi falado num jantar de políticos peemedebistas. Dilma Rousseff deve ter ficado com as orelhas pegando fogo.

Se eles disseram tudo àquilo que deixaram sair na mídia, certamente foi um vazamento premeditado. Um recado direto para alguém. Fico aqui imaginando o que esses “meninos malvados” falaram nos banheiros depois do jantar. E se eles pudessem pichar o local, que frases ficariam lá. Longe do decoro de vossa excelência.