TRIÂNGULO ODIOSO

Dilma odeia Renan, que odeia Cunha, que odeia Dilma... E todos odeiam o Brasil!

Parece dor de cotovelo, mas na prática é a crônica que melhor reflete a nossa cena política.

A lógica de que alianças baseadas no ódio duram pouco, é a mais nova variável na já complicada equação Governo X Congresso. O matemático, que atende por Joaquim Levy, anda atônito com a querela entre os presidentes das duas casas legislativas. Enquanto se engalfinham, o ministro tenta passar com uma parte do seu bloco de ajustes fiscais. Ato falho ou não, o ministro dos transportes vazou a suspensão das obras de sua pasta e anda às voltas com a imprensa e a Presidente, desmentindo a verdade que bem reflete o descontrole econômico, e agora financeiro, vigente.

Açoitada pela inflação e o desemprego, a nau de Levy segue sem que se saiba ao certo se, descontrolada, à deriva, ou as duas coisas.

Alheio à importância da continuidade do investimento público, o governo, perverso, faz questão de confirmar sua tendência em trafegar na contra-mão da lógica ao anunciar a redução dos financiamentos para imóveis usados. A medida, por si só, arrefece os já escassos negócios do setor, além de sinalizar o que pretende em momento tão delicado. Revolta ainda mais, o anúncio vir acompanhado da justificativa falsa de que a medida estimulará a construção dos imóveis novos. A realidade é que a farra com os tais recursos, parece ter exaurido a capacidade de investimento.

Tentando entender melhor: o estoque elevado de imóveis novos, movimenta-se em sintonia e consonância com as vendas dos usados, além disso: imóvel novo com o habite-se é usado, para a CEF.

Será que o governo não sabe disso? Pergunto e respondo: sabe sim, como sabe também que os recursos da caderneta de poupança vêm se exaurindo, pelo descaso com que trata o sagrado e acessível investimento popular. De modo semelhante, a desastrosa política com os recursos do FGTS e o festival de subsídios, fez consideráveis estragos no nosso tradicional e principal funding.

Pois é, parece que chegou a hora de pagar a conta. E no mundo real, não se paga conta com maquilagem ou pedalada!

A chegada do "voluntário" Tóffoli à turma do STF encarregada da "lavajato", já começa a mostrar resultados. O escore apertado, 3X2 na partida inaugural - libertação dos acusados - foi coroada pela brilhante atuação dele, que estreiou marcando o tento da primeira derrota do futebol-arte do juiz Moro. Saudades do diamante negro: Joaquim Barbosa!

Enquanto isso, a terra treme no Nepal... Também!

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 01/05/2015
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