As últimas ondas de protestos ocorridas no início do mês mostra que o país continua dividido desde as últimas eleições. De um lado estão aqueles que votaram na atual presidente e os quais procuram defendê-la com unhas e dentes independentemente dela está fazendo um bom ou mal governo. De outro estão aqueles que não votaram nela e, em grande maioria, os que votaram no outro candidato, os quais acusam a presidenta Dilma e o PT por todos os problemas pelos quais o país está passando e por isso querem a todo custo tirá-la do poder, através de um golpe militar ou de um impeachment.
Mas afinal, quem está com a razão? Ambos e nenhum dos lados. Primeiro, porque cada um defende o seu ponto de vista e seus interesses, que no caso é o oposto do ponto de vista e dos interesses da outra parte; segundo, porque cada lado tem um quê de razão em seus argumentos, embora esses argumentos sejam muitas vezes fruto da falta de razão e excesso de emoção. Se por um lado o governo é legítimo, não havendo (ainda) razão para um impeachment, por outro é preciso reconhecer que os inúmeros problemas que vêm afetando o Brasil é, em grande parte, responsabilidade do atual governo, o qual não fez o necessário para evitá-los. A crise de econômica, a falta de credibilidade do país e os altos índices de inflação poderiam ter sidos evitados se as medidas necessárias tivessem sido tomadas na dose certa e na hora certa, o que não ocorreu. Por outro lado, é preciso reconhecer que a corrupção não é culpa do atual governo. Por mais que alguém afirme o contrário, tem-se de admitir que a corrupção está enraizada na sociedade brasileira há mais de 100 anos. E o mais grave: não só nos órgãos da administração pública como em todo lugar, das grandes corporações às pequenas empresas, embora isso raramente apareça nos meios de comunicação.
Nunca é bom lembrar que qualquer ato que resulta em vantagem é corrupção, por menor que seja. E uma grande maioria das pessoas que tem a oportunidade de levar algum tipo de vantagem não pensa duas vezes, sem se dar conta que o seu ato é tão grave quanto aquele cometido por um agente público. É claro que hoje temos a percepção de que a corrupção é muito maior do que no passado, até porque é assunto diário nos meios de comunicação. E elas têm razão. Mas não tanto pelo fato de a corrupção ter aumentado assim tão significativamente e sim porque hoje é muito mais fácil identificar uma movimentação financeira ilícita, um enriquecimento incompatível com as rendas daquela pessoa, etc. E o mais importante: hoje vivemos numa democracia onde a liberdade de imprensa dá todas as garantias aos jornalistas e a imprensa como um todo para investigar e denunciar qualquer irregularidade, coisa que não era possível há 25 anos. Isso, no entanto, não exime o PT pelos atuais escândalos envolvendo o partido, um partido que até chegar ao poder era pautado na defesa da ética, uma ética que ele jogou por terra.
Apesar de tudo isso, exigir o impeachment da presidenta Dilma não se justifica. Aliás, nem há base jurídica para isso, pois mesmo que houvesse um envolvimento dela, isso ocorreu na administração passada. De mais a mais, isso só tende a agravar a instabilidade política, provocando uma crise econômica ainda maior que a atual e gerando um custo muito alto ao país, o que consequentemente penalizá todos nós, porque uma crise não afeta o “Brasil” e sim todos os brasileiros.
Por isso, eu pergunto aos integrantes dos dois grupos: O que é mais importante? O seu voto, o seu candidato, o seu partido e suas convicções políticas ou o Brasil? Independentemente de quem tenha sido o meu e o seu candidato, temos de admitir: o atual governo não é fruto de um golpe militar ou de uma fraude eleitoral. E até que provem o contrário, foi eleito democraticamente pela maioria dos eleitores. Portanto, como cidadãos honestos e defensores das leis, devemos respeitar a vontade da maioria, gostemos ou não disso; mas não passivamente. Todos nós, sem exceção, devemos exigir que o governo, pertença ele a corrente que pertencer, governe para todos, fazendo o melhor para todos nós; que crie mecanismos e combata incansavelmente toda a forma de ato ilícito praticados por agentes públicos, punindo os culpados. Talvez o maior problema do Brasil seja justamente a impunidade e não quem esteja no poder.
BLOG DO AUTOR:http://edmarguedes.blogspot.com
Mas afinal, quem está com a razão? Ambos e nenhum dos lados. Primeiro, porque cada um defende o seu ponto de vista e seus interesses, que no caso é o oposto do ponto de vista e dos interesses da outra parte; segundo, porque cada lado tem um quê de razão em seus argumentos, embora esses argumentos sejam muitas vezes fruto da falta de razão e excesso de emoção. Se por um lado o governo é legítimo, não havendo (ainda) razão para um impeachment, por outro é preciso reconhecer que os inúmeros problemas que vêm afetando o Brasil é, em grande parte, responsabilidade do atual governo, o qual não fez o necessário para evitá-los. A crise de econômica, a falta de credibilidade do país e os altos índices de inflação poderiam ter sidos evitados se as medidas necessárias tivessem sido tomadas na dose certa e na hora certa, o que não ocorreu. Por outro lado, é preciso reconhecer que a corrupção não é culpa do atual governo. Por mais que alguém afirme o contrário, tem-se de admitir que a corrupção está enraizada na sociedade brasileira há mais de 100 anos. E o mais grave: não só nos órgãos da administração pública como em todo lugar, das grandes corporações às pequenas empresas, embora isso raramente apareça nos meios de comunicação.
Nunca é bom lembrar que qualquer ato que resulta em vantagem é corrupção, por menor que seja. E uma grande maioria das pessoas que tem a oportunidade de levar algum tipo de vantagem não pensa duas vezes, sem se dar conta que o seu ato é tão grave quanto aquele cometido por um agente público. É claro que hoje temos a percepção de que a corrupção é muito maior do que no passado, até porque é assunto diário nos meios de comunicação. E elas têm razão. Mas não tanto pelo fato de a corrupção ter aumentado assim tão significativamente e sim porque hoje é muito mais fácil identificar uma movimentação financeira ilícita, um enriquecimento incompatível com as rendas daquela pessoa, etc. E o mais importante: hoje vivemos numa democracia onde a liberdade de imprensa dá todas as garantias aos jornalistas e a imprensa como um todo para investigar e denunciar qualquer irregularidade, coisa que não era possível há 25 anos. Isso, no entanto, não exime o PT pelos atuais escândalos envolvendo o partido, um partido que até chegar ao poder era pautado na defesa da ética, uma ética que ele jogou por terra.
Apesar de tudo isso, exigir o impeachment da presidenta Dilma não se justifica. Aliás, nem há base jurídica para isso, pois mesmo que houvesse um envolvimento dela, isso ocorreu na administração passada. De mais a mais, isso só tende a agravar a instabilidade política, provocando uma crise econômica ainda maior que a atual e gerando um custo muito alto ao país, o que consequentemente penalizá todos nós, porque uma crise não afeta o “Brasil” e sim todos os brasileiros.
Por isso, eu pergunto aos integrantes dos dois grupos: O que é mais importante? O seu voto, o seu candidato, o seu partido e suas convicções políticas ou o Brasil? Independentemente de quem tenha sido o meu e o seu candidato, temos de admitir: o atual governo não é fruto de um golpe militar ou de uma fraude eleitoral. E até que provem o contrário, foi eleito democraticamente pela maioria dos eleitores. Portanto, como cidadãos honestos e defensores das leis, devemos respeitar a vontade da maioria, gostemos ou não disso; mas não passivamente. Todos nós, sem exceção, devemos exigir que o governo, pertença ele a corrente que pertencer, governe para todos, fazendo o melhor para todos nós; que crie mecanismos e combata incansavelmente toda a forma de ato ilícito praticados por agentes públicos, punindo os culpados. Talvez o maior problema do Brasil seja justamente a impunidade e não quem esteja no poder.
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