TUDO É MOTIVO PARA OS BONS MOCINHOS PROPAGAREM O ÓDIO

O economista gaúcho João Pedro Stédille sentiu na pele o furor da Direita golpista brasileira, que se empenha em levar ódio aos brasieiros contra a Esquerda, da qual os golpistas, donos ou contratadores privilegiados da mídia hegemônica, e por isso plenos da condescendência dela, querem tomar o poder para voltar a escravizar o trabalhador e a praticar a ditadura econômica que lhe é peculiar. Com trabalhadores se rendendo ao patrão, ganhando cada vez mais salários baixos e cada vez menos vinculados à empresa a que prestam serviço, sofrendo com isso perdas de direitos. Tudo porque Fernando Pimentel, esquerdista eleito pelo povo, decidiu condecorar com a Medalha da Inconfidência o economista.

A medalha é entregue anualmente pelo governador de Minas àqueles que se destacaram no meio coletivo com alguma obra. Stédile, um dos fundadores do MST, conseguiu muitos avanços para as classes populares no Brasil. Parece ser este o problema: estar do lado do povo. Contribuiu ele para o assentamento de 350 mil famílias, que produzem alimentos sem agrotóxicos para por à mesa das outras famílias brasileiras interessadas em qualidade alimentar e saúde. O que provoca a Monsanto, a diabólica fábrica de herbicidas e transgênicos cancerígenos, que faz parte do grupo estrangeiro que investe em campanhas políticas no Brasil com o fim de receber favorecimentos e com isso dominar os mercados de toda sorte. Ato que assassina a soberania dos brasileiros em seu próprio país e que a Direita política e a mídia hegemônica nacionais são inteiramente favoráveis.

O movimento de Stédille, o MST, alfabetizou com recursos próprios, 50 mil trabalhadores e construiu 1200 escolas públicas, onde estudam 200 mil jovens e adultos. Contribuições que transformam sua homenagem em mais do que justa. A medalha, em épocas anteriores, já foi entregue para representantes da sociedade que não atingiram tal performance e até criminosos já foram condecorados. Alguns desses nomes são: Demóstenes Torres, caçado pelo Senado em 2012 por envolvimento no caso da "Máfia dos Caça-Níqueis", Zezé Perrella, cujo helicóptero foi encontrado carregado de cocaína em 2013, Roseana Sarney, Antônio Carlos Magalhães e Eike Batista, todos denunciados por crimes de corrupção e condecorados nas gestões dos direitistas Aécio Neves e Antônio Anastasia.

Dentre outras agressividades sofridas por Stédile, houve a renúncia da medalha feitas por homenageados, que alegaram não se sentirem superior ao militante do MST, mas que não aceitam a equiparação, tendo em vista seus préstimos ao Estado. O gesto medíocre e pensado para criar falsa impressão de nobreza para os praticantes e de mediocridade para o agredido se passou por nobre para a opinião pública acostumada a render-se diante aos golpes articulados pelos membros da elite brasileira que forma o complô anti-democracia e anti-igualdade social e que não suporta ver o pobre e o trabalhador melhorar de vida. Resta saber se rejeitariam esses homenageados "nobres de espírito" a premiação se esta fosse paga em dinheiro gordo ou em ações da Petrobrás pós-golpe de privatização, que é o verdadeiro galardão que interessa à turma de conservadores raivosos.

(Parcialmente adaptado do semanário Brasil de Fato, edição Minas Gerais, semana de 20 a 24/4/2015)