Na contramão da governabilidade
Publicação: Opinião - Diário de Pernambuco 11/04/2015
A presidente Dilma Roussef enfrenta nesse novo mandato verdadeiro inferno astral. De início as decisões adotadas nos primeiros dias de governo são totalmente inversas àquelas anunciadas nos discursos de campanha. Essa postura impacta sua popularidade comprometendo fortemente a sua credibilidade perante o povo. Somando-se a isso, vivenciamos o retorno da inflação que corroí o poder de consumo da população e, ainda, o aumento do preço dos combustíveis que é uma alavanca para a espiral de elevação geral dos preços.
Como se não bastasse tudo isso, ela depara-se com um paredão não esperado em sua frente que é Deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara. Ele vem sendo seguramente um personagem poderoso nesse ciclo de conflitos e derrotas que o Palácio do Planalto experimenta. O Senado também tem seu foco de resistência e assim a presidente Dilma Rouseff vê-se perdida no tempo e no espaço. Essas contendas externas somam-se aqueloutras que o PT sofre internamente.
O mensalão, o petrolão e outros que ainda virão consolidam o desgaste desse governo que além da falta de diálogo com o Congresso, estratégia totalmente equivocada, tenta impor-se pela força a qual não mais existe.
Destarte caminha com passos trôpegos e sem rumo não tendo credibilidade nem capacidade para enfrentar o xadrez da política imposto a quem a ela adere. Nesse contexto o povo começa a exaltar-se como ocorreu no dia 15 de março refletindo a insatisfação da sua grande maioria, visto que, as manifestações foram amplas e não segmentadas simplesmente por ativistas dos partidos de oposição.
Tivemos a CUT entre outros reivindicando o ajuste na tabela do imposto de renda, a retirada das medidas restritivas de cunho social, entre outras. Nesse turbilhão onde os ânimos exasperados esperam melhoras nos diversos setores da vida nacional que atuam deficitariamente, sentimos que o desaguar dos acontecimentos são “imprevisíveis”...