Resumindo o que é o capitalismo
Diversas reflexões que fiz à respeito me fizeram chegar a algumas conclusões. A primeira delas é a de que o capitalismo foi a maneira mais inteligente que a minoria arrumou para subjugar a maioria através de uma escravidão disfarçada. Todos nós acreditamos que temos um emprego, ganhamos nosso próprio salário e, por isso, não somos escravos. Porque a imagem que temos é a de que, ser escravo, é fazer trabalhos forçados, sem ganhar nada em troca e ainda ser maltratado pelo seu dono.
Engano. Por mais dinheiro que você tenha, sempre vai ter alguém fazendo mais dinheiro do que você usando do seu próprio dinheiro. Explico. O dono do dinheiro é o Banco, no banco, o dinheiro que você tem guardado é aplicado para gerar mais lucros para os acionistas do Banco que não precisam trabalhar para ganhar dinheiro, seu dinheiro trabalha pra eles. Então, para quem, de fato, trabalhamos? Trabalhamos para os banqueiros. Muitos deles investem em diversas empresas de maneira a te entregar o meio de produção para que você tenha seu emprego, ganhe seu salário e deposite onde? Em algum Banco, o ciclo fecha. E quem manda, de fato, no mundo? Quem tem dinheiro, não uma mixaria, mas bilhões, muitos desses bilhões; e quem os tem? Os banqueiros que, com o dinheiro, compram tudo, até o caráter das pessoas. Então, de fato, eles mandam no mundo.
A segunda conclusão é a de que, no capitalismo, a autonomia não interessa ao sistema, é necessário que se haja dependência dele. Melhor explicando, se todos fôssemos capazes de construir nossa própria moradia, produzir nosso próprio alimento e gerar nossa própria energia, seríamos, cada um de nós, independentes. Percebam o que então acontece. Você tem seu próprio meio de Vida e não precisa comprar de seus respectivos donos o que faria do sistema capitalista inútil, ou seja, não seria necessária sua existência e ele sucumbiria.
A terceira conclusão é a de que a desigualdade e a miséria são intrínsecas ao sistema e, se não existissem, o sistema capitalista também desapareceria. É muito óbvio que consumo e produção no sistema capitalista são suas bases para que o dinheiro gire. Então vamos lá, o que estamos vendo hoje no Brasil é a estagnação econômica. Pois bem, um governo que conseguiu fomentar a fabricação de carros e a troca de carros velhos por novos nos últimos 12 anos, fez com que houvesse um estouro nas vendas num primeiro momento, mas carros são bens duráveis e ninguém troca de carro todo ano o que diminui a procura. É óbvio que, em algum momento, a produção seria maior que a demanda e tudo frearia. Onde quero chegar com isso?
Quando sua demanda interna por produtos despenca por ter saciado as demandas reprimidas e chega a um certo equilíbrio com o que é produzido, sua economia trava, não gera empregos e, se estiver gerando muito excedente, pode acabar demitindo. Não havendo demanda interna, deve-se exportar e nada melhor do que países que ainda não têm tantas fábricas e dependem de quem as tem, por isso, não é interesse de que todos os países se desenvolvam e supram suas próprias necessidades. Pois eles têm necessidades que eles próprios não conseguem resolver e demandam de países que têm aquilo que precisam, gerando emprego e movimentando a economia do país exportador.
E em relação à miséria, por que ela é necessária? É uma forma de também girar a economia através das guerras, os países miseráveis sempre estão em guerra, nada melhor do que vender armamentos para eles. No mais, diversos países enviam recursos financeiros como ajuda em reconstrução na forma de empréstimos a estes países o que gera lucro com juros a quem emprestou. Enviam, também, soldados para os campos de batalha para defender um dado grupo do país em guerra gerando, desta forma, necessidade de produção no país que enviou a tropa e, desta forma, colocam a economia para girar, gerando empregos. São feitas, também, doações de alimentos e outras coisas mais ao país em guerra e, desta forma gera necessidade de produção aos países doadores, movimentando suas respectivas economias. Guerra é lucrativo, se não fosse, não as teríamos!
A conclusão que se chega é a de que buscar um mundo igualitário, em paz e justo, mas que vive em um sistema em que a desigualdade e a miséria são seus pilares de sustentação, é mera utopia!