O CADÁVER DE DILMA....

Em recente artigo abordando o tema “O cadáver insepulto de Dilma Rousseff de Santana”, encerrei ponderando:

“O PMDB, abutre perspicaz e oportunista (Darwin explica), aguarda no poleiro da surdina e da hipocrisia que a carcaça se rompa para devorar seus intestinos.”

“Hamletiano, perquire: poder com ônus e bônus, ou poder sem ônus, com bônus?”

“É nesse ambiente surreal, calcado sobre pântanos envoltos por brumas que se dissipam, que o cadáver insepulto de Dilma Rousseff de Santana vagueia, trôpego e desorientado, na tentativa desesperada de se manter insepulto.”

Pelos últimos acontecimentos, tudo nos leva a crer que de insepulto o cadáver de Dilma entra em fase de decomposição e exala o fedor de seus restos mortais. Prosperam as reuniões palacianas; tenta-se criar uma fajuta agenda positiva com propostas requentadas em meio às pesquisas que atolam as avaliações do governo e da presidente no rodapé de um dígito. Governo, Congresso e presidente, no mesmo balaio, atiram a esmo. A voz das ruas se fez ouvir. Ministros, patéticos ministros, são escalados para proferir seus discursos vazios, tão vazios como o prestígio da presidente e de seu desgoverno.

O moderno Baile da Ilha Fiscal, travestido de reuniões palacianas, se mostra impotente para aspergir seu perfume sobre o cadáver que se decompõe na esteira dos desmandos, da corrupção, da incapacidade de gestão, do fracasso retumbante de seu governo como um todo – tal como foram retumbantes as vozes das ruas – e do escancarado estelionato eleitoral praticado quando de sua recondução ao cargo. Retardada, com evidentes traços de disfunção cognitiva, a presidente acredita em seus discursos desconexos.

No olho do furacão de um proposto reajuste das contas públicas, contenção de gastos, controle do processo inflacionário, taxa de juros, câmbio e demais exercícios da Fazenda e Planejamento na tentativa de colocar um pouco de ordem na bagunça resultante de um governo perdido em si mesmo, o arrivista e predador PMDB observa e se movimenta no poleiro da surdina e da hipocrisia, aguardando que a carcaça se rompa para se regalar com suas vísceras.

O senador Romero Jucá (PMDB), sempre líder de governo em quaisquer governos e circunstâncias - mago do mimetismo - acaba de apresentar proposta orçamentária que triplica o Fundo Partidário de 289,5 milhões para 867,5 milhões. Farra do Congresso, em benefício próprio, em época do tal contingenciamento de despesas e ajuste fiscal. Supimpa, não é?

Para aqueles que não se recordam, Romero Jucá é o mesmo finório do escândalo do “frangogate” desviando – modo simplista de dizer – recursos da extinta SUDAM em benefício próprio.

Este mesmo Jucá que, perguntado na semana passada sobre um eventual retorno para a liderança do governo no Senado, com a sutileza de um hipopótamo defecando numa loja de cristais, cravou: “Não quero ir para a suíte de luxo do Titanic”. Emblemático?

Recentemente nomeado e, ainda mais recente ex-ministro da Educação da Pátria Educadora que engessou o FIES e encarcera o PRONATEC – aquele mote da campanha estelionatária da presidente – Cid Gomes, ao repetir o velho e verborrágico Lula “com seus 300 picaretas que ocupam o Congresso”, foi defenestrado pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha.

Ou a presidente demitia o ministro, ou o PMDB abandonaria a base parlamentar do governo. Simples, assim. Ao “atravessar a rua” assumindo decisões palacianas, parece que o abutre ensaia descer do poleiro. Ou já desceu?

Este mesmo Cunha, taxativo e categórico, destila: “a corrupção está no poder Executivo e não no Legislativo”. Assim mesmo, sem inflexão ou espaço para retórica.

Estaria em busca de blindagem pelo estropiado e catatônico Executivo, como preventivo recurso, encenando um jogo de compadres via STF já dominado e de cocheira?

Prudente, estaria se antecipando aos escândalos anunciados da PTbras, precariamente contidos nas salas de espera do PT e do PMDB?

Haja Baile da Ilha Fiscal, com os salamaleques de praxe e seus papagaios amestrados, para espargir seu perfume sobre o cadáver insepulto de Dilma Rousseff de Santana, cada vez mais difícil de ser velado.

Aliás, haja Dior, Gabana, Herrera, Chanel e que tais para dar jeito!

Bellozi

19/03/15

bellozi
Enviado por bellozi em 19/03/2015
Reeditado em 19/03/2015
Código do texto: T5175976
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