A CULPA NÃO É DA DILMA, A CULPA É SUA
Em seu livro "A Manipulação do Público", Edward S. Herman e Noam Chomsky descrevem 10 formas de se manipular a opinião popular. E uma delas é fazer com que a população se sinta culpada pelos desmazelos que sofre e que parte do Sistema. Um dos exemplos mais clássicos dessa tática, pelo menos no Brasil, evidencia a situação em que a mídia leva o público médio desempregado a pensar que é o único responsável pelo desemprego, pois o que ocasiona o fenômeno é o fato de o trabalhador não ser capacitado e de não buscar capacitação. Daí, se o Governo tem a obrigação de providenciar emprego para todos ele se safa dizendo que emprego há (quando não há), mas falta capacitação para se qualificar a uma vaga. Nessa tática o Governo conta com a ajuda das empresas conspiratórias para armar o circo. Elas fazem exigências para contratar profissionais para supostas vagas que elas no fundo não têm (pois não precisam preencher, já que a qualidade exigida para tal determina que a vaga é ilustre e para essas já existem candidatos previamente selecionados: os filhos dos donos ou os de seus correligionários).
Fora esse exemplo há muitas outras ocasiões que cabem fazer o povo sentir-se ser o culpado de alguma coisa e servir sua cabeça de bandeja para a elite dominante fazer uso dela. Sentir-se culpado pelo Setor de Saúde estar mal das pernas e não dar conta de atender sua falta de empenho em cuidar da saúde; pelo excesso de carros nas ruas, o que proporciona a crise no Setor de Transportes; por ter aumentado a violência; por sujar a cidade; por ter votado na Dilma e ela "estar a fazer" isso tudo que tá rolando na mídia. E por aí vai. A maior parte dessas coisas o público é levado inconscientemente a fazer. Só para levar a culpa. Com ele mesmo se culpando.
A moda agora é fazer o público achar que é o legítimo culpado pela falta d'água nos grandes centros urbanos no país. O povo tem que se conscientizar e parar de desperdícios. Tem uma propaganda da companhia de saneamento de Minas Gerais que diz sobre a crise hídrica: "O problema é de todos". Ok, realmente o problema é de todos. Mas a culpa não. A culpa é intrinsecamente dos planejadores urbanos, dos engenheiros da sociedade e dos propagadores de consumo, principalmente o de tecnologia.
Os planejadores imaginavam que os mesmos mananciais de água, com a mesma capacidade de abastecimento, iriam comportar a população de Belo Horizonte e região metropolitana quer ela crescesse ou não. A mesma quantidade de água potável pensada para 2 milhões de pessoas não aguenta abastecer 5 milhões. Isso é matemática. E sem considerar o crescimento de indústrias e de estabelecimentos comerciais. Principalmente os lava-à-jato, que precisaram multiplicar-se para dar conta do número de carros, que também cresceu consideravelmente com o PT dando condição para qualquer pobre ter carro, que nem disse o Luís Carlos Prates.
Aí vem as questões que dizem respeito aos ambientalistas. Não sabem que o planeta aqueceu e que com isso aumentou a vaporização da água? Não sabem que a especulação imobiliária fez sumir com nascentes e matas ciliares nas minas e nas reservas mais reivindicadas e que isso faz com que a água deixe de brotar das rochas ou de escorrer ordenadamente? E quanto aos lençóis freáticos: a poluição que as fábricas e as mineradoras, principalmente estas, causam, não sabem que tira da população a oportunidade de extrair água limpa do solo? E eu nem vou gastar tempo discutindo a parte que diz respeito ao tratamento d'água feito pelas companhias de saneamento. Não quero me desgastar mais falando de flúor, cloro, mercúrio, alumínio, dioxina e outros dejetos tóxicos das indústrias que jorram nas nossas torneiras sob alegação de fazer bem para os dentes ou outra mentira qualquer.
A água também é agredida pelo consumo excessivo. Esse consumo é o povo que faz, porém, ele é manipulado para fazer. Então a culpa é de quem o manipula. O ponto mais crítico é o consumo de tecnologia. Principalmente do celular e derivados. Tudo que emite ondas de radiofrequência polui drasticamente. As ondas RF competem com as massas de ar frio e quente e impedem que elas se encontrem para formar as chuvas. Para parar isso, só mesmo uma campanha para fazer com que o povo use menos celular, roteadores, pare de ver televisão e de ouvir rádio para que as estações diminuam a emissão dessas ondas, que além de tudo são radioativas e, portanto, cancerígenas. Vão mexer com isso? Não vão. Vão é fazer o povo consumir mais e se sentir culpado porque "viciou-se" (e não: "foi viciado") em usar a tecnologia e não consegue parar.
Como preconizava Aldous Huxley em seu livro "Admirável Mundo Novo", no futuro (Hoje. Agora. Neste momento.) as pessoas vão gostar da servidão e vão ser levadas desde a infância à odiarem o campo e os livros. E tudo isso acontece atualmente. As pessoas não percebem que são servas. Se submetem a qualquer coisa desde que tenham as drogas que foram levadas a gostar. Os livros, por exemplo, poderiam ser a única alternativa para entreter e informar as pessoas – discuto noutro artigo que é regra de três o fato de a produção de papel custar muitas árvores e por isso o livro digital ser melhor solução ecológica – e a vida no campo, se cuidado o ambiente e preservados os costumes tradicionais dos povoados, poderia ser a solução para a escassez de água devido à necessidade de se criar reservatórios e cotar entre os moradores. A vida no campo é abundante em tudo.
Não se sinta culpado de nada, pois você não tem culpa de nada. E não culpe ninguém pelos infortúnios do Brasil, pois eles são forjados.