TERRITÓRIO, GLOBALIZAÇÃO E NOVA ORDEM MUNDIAL

A Nova Ordem Mundial que segundo alguns pensadores surge com entre acontecimentos que apresentam uma nova perspectiva no mundo como a reunificação da Alemanha em 1990 e o desmembramento e/ou dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS em 1991.

A partir deste ponto, nasce uma nova ordem nas relações internacionais, sem o espectro das ameaças maniqueístas entre o bem o mal, representados por Capitalismo e Socialismo real (Barbosa, 2013), onde não há mais a demarcação de território entre duas forças hegemônicas, e sim, o afloramento de dinâmicas econômicas como pontos chaves das relações internacionais, independentes da profissão política adotada pela unidade estatal.

Contudo, as especificidades e subjetividades dos Estados não desaparecem, mas com o desenvolvimento dos diferentes meios informacionais e a já colocada relação pautada no viés financeiro, surge a Globalização contemporânea, onde segundo Andrade:

“O mundo está sofrendo, de uma forma acelerada, grandes transformações, fato eu tem fortes impactos positivos e negativos na vida das pessoas e da sociedade, quer do ponto de vista econômico, quer do ponto de vista cultural, quer ainda do ponto de vista das relações sociais. A mundialização da difusão das técnicas em diversas áreas, sobretudo na de comunicações, aproxima os vários lugares e faz com que se tome conhecimento do que acontece em um ponto da terra, imediatamente em toda a sua superfície ou quase em quase toda”. (ANDRADE, 2002, P. 17).

Neste âmbito de relações sócias, a questão do território também passa por uma nova concepção, pois “a facilidade e intensificação das comunicações exercem um impacto cultural de tal ordem, que não só tende a unificar grupos locais e nacionais como provocar impactos sobre valores sociais e sobre costumes” (ANDRADE, 2002). O território passa a ser entendido a partir de uma ótica da globalização, onde esta configura o território não só em uma mancha contínua no espaço ou segundo Barbosa (2013) o chamado território-zona, como também naquele pensado de maneira mais independente em relação espacial, fragmentado mais interligado, “composto por diversos pontos distribuídos no espaço regional, nacional, continental ou mundial” (BARBOSA, 2013). Onde:

“A política de globalização está carregada de fortes implicações ideológicas incutidas pelos grupos econômicos transnacionais e pelos governos cooptados pelos mesmos. À proporção que se desenvolve a globalização, os grupos econômicos poderosos e os países ricos ligados a instituições internacionais e delas dependentes, procuram assimilar o processo, que é uma nova forma de imperialismo, com a dominação de um pensamento único apresentado como democrático”. (ANDRADE 2002, P. 19).

Portanto, as mudanças ocorridas no mundo a partir do advento da Globalização e seus impactos nas teorias clássicas da Geografia Política trazem novas vertentes, pelas quais todo aquele que adentre em seu estudo busque uma compreensão holística, sem esquecer os fatores históricos-sociais dos diferentes Estados-territórios.

Referências:

ANDRADE, M. C. de. Globalização e Identidade Nacional. Recife: Bagaço, 2002. 96 p.

BARBOSA, Adauto Gomes. Geografia Política. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco - IFPE e Universidade Aberta do Brasil – UAB. Recife: IFPE – UAB, 2013.

Ildebrand Gutemberg
Enviado por Ildebrand Gutemberg em 04/03/2015
Reeditado em 04/03/2015
Código do texto: T5158428
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