FOLIA E RESSACA
"Se ressaca desse antes, ninguém iria beber". O mote vem do cordel de uma amigo, crônica muito comum a nós nordestinos. Em tempos de carnaval, deve servir como conselho atrasado para os muitos foliões que somos, como servem também aliás, a dificil moderação e ou uma boa hidratação. Mas, de fato, falo mesmo é do tema recorrente no cenário político e econômico nacional: A orgia instituída e patrocinada por Brasilia nos últimos doze anos, e que aflora em toda a imprensa, inclusive a internacional, em proporções jamais vistas.
A escatologia do escândalo parece viver seus dias de grande ressaca. O sentimento de indignação só aumenta, à medida que o governo tenta alguns movimentos para sair da encruzilhada em que se colocou. As tratativas do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo (Dilma o quer para Ministro do STF) em reunião com os advogados de acusados na Operação Lava-Jato, é no mínimo um disparate, não fosse também o melhor retrato da irresponsabilidade e desrespeito por parte dos governantes de plantão, em relação à sociedade que devia representar. É clara a tentativa de influenciar o processo corajosamente conduzido pela justiça em rara e briosa atuação. A ordem é agir contra o instituto da delação premiada, assumindo um papel ridículo e mais que suspeito, beirando agora ao desespero.
Enquanto isso, o gigante que acordou do seu sono para "rebater" a ressaca em pleno carnaval, deve curtir mais uma boa soneca. A esperança é que acorde até 15 de março, quando se organiza um primeiro ato público de protesto contra tudo o que temos passivamente assistido.
O "Fora Dilma", será testado pela primeira vez, duvido muito que venha com as cores do "Fora Collor" do passado, mas quem sabe, não vem pelo menos com um gostinho de "Fora Sarney". Já seria um bom começo. Começo do fim que o gigante brasileiro parece temer ou, não está nem aí, o que acho até pior.
Reafirmo aqui não ter qualquer envolvimento partidário, ou outro interesse que não seja, o de demonstrar minha insatisfação em relação ao quadro vigente.
Exorto os cidadãos a vigiarmos incessantemente, para não perdermos a nossa capacidade de indignarmos-nos!
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