PESSIMISTA EU ?

PESSIMISTA EU? CADÊ O RESTO?

Ando recebendo uns "feed backs" interessantes sobre os textos publicados e confesso-me bem satisfeito. Acho que a pior crítica é a minha própria, logo eu, que detesto o pessimismo, venho me vendo cada vez mais assim. Afinal creio firmemente que o papel do cronista é, precipuamente, o de apontar soluções ou pelo menos sugestões, para os problemas que identifica e vivencia enquanto cidadão. Ocorre, que não tenho conseguido identificar sintomas positivos ou alvissareiros nas ações do governo Dilma. Declaro-me feliz porém, com a pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto Datafolha, e que me coloca em sintonia com o pensamento da maioria esmagadora dos brasileiros.

Preocupante mesmo, foi o descrédito identificado na população em relação ao futuro, aprendi em algumas lições de empreendedorismo que : "Se você acha que pode, ou se acha que não pode... dos dois jeitos você estará certo". Gostava e gosto de lembrar e citar esta assertiva, mas sempre a via pelo lado positivo (achar que pode).

Ainda que um tanto quanto ufanista, e com os sintomas da auto-ajuda, que "ajudou" alguns autores e gurus que foram moda na febre neurolinguística da virada do século.

Ruim, no caso da pesquisa a que me refiro, é que 80% dos brasileiros acreditam que a inflação aumentará no futuro próximo; 60% crêem no crescimento do desemprego e, pelo menos 55% acham que a economia deve piorar. E ai realmente me preocupo, pois estamos diante do reverso da moeda. O governo petista pegou carona no sucesso da Petrobras e seu "Pré-sal", depois contaminou-a com diretores apadrinhados protagonistas de uma verdadeira "rave" de corrupção, que nos surpreende a cada dia. Nos últimos números (apresentados pelos próprios acusados) fala-se em cem bilhões de reais em contratos fraudulentos , onde se sugere 1,2 bilhões de reais em propinas, sendo 500 milhões de reais em forma de doação oficial ao PT. Agora, a dificuldade em se afastar da promíscua relação governo-empresa, se apresenta de forma definitiva. "Efetivamente", para usar um termo próprio ao Lula-petismo, nunca antes na história deste país, o governo foi tão Petrobras ou a Petrobras foi tão (des)governo.

ME CHAMA DE LEVIANA

A pesquisa identifica ainda um fato realmente preocupante, o eleitor está finalmente se sentindo enganado pela candidata/presidente, 55% dos entrevistados acham que Dilma mais mentiu do que falou a verdade durante a campanha eleitoral. E ai?... Ela que tanto se ofendeu pelo termo "leviana", usado por seu adversário durante os debates eleitorais, agora é chamada de mentirosa pelo seu próprio eleitorado.

Aprendi também, e desta vez na engenharia, que a ruína definitiva de uma estrutura nunca se dá pela concorrência de um único fator. É necessário uma conjunção de erros, além de coincidências drásticas, para que aconteça a derrocada definitiva. Difícil é não sentir que algo parecido toma forma neste momento e neste governo.

Descontrole inflacionário, desemprego crescente, dívidas internas e externas desconfortáveis e crises para todos os gostos: econômica, energética, de credibilidade e, talvez a mais perigosa, a crise política, são sinais inequívocos do tal fim dos tempos. O termo impedimento, que nós brasileiros preferimos chamar de "impeachment", talvez para torná-lo mais sério ou possível, ganha as ruas, esquinas e botequins. E ai, "efetivamente", prefiro ser alcunhado apocalíptico e indignado, do que messiânico e alienado.

Reitero porém, minha esperança e confiança na nossa gente e instituições.

E confesso que me prefiro otimista, graças a Deus!

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Stelo Queiroga
Enviado por Stelo Queiroga em 12/02/2015
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