Um país doente
O sentimento de ódio do brasileiro está aumentando e está diretamente relacionado com a violência cotidiana.
Viver num país onde para se comprar uma casa você precisa trabalhar duro durante anos para juntar 20.000 para entrada e financiar a propriedade em 30 anos não é fácil. Principalmente se é necessário pagar caro por um convênio para se ter uma chance de atendimento, onde um percentual considerável do salário é retirado para impostos, onde a inflação é alta, num país onde se precisa pagar caro (IPVA, DPVAT, Licenciamento) para andar no carro também financiado porque o valor é absurdo para um país produtor , a energia é cara e o sistema falido sempre fica em viés de racionamento, a água é cara e escassa, mesmo vivendo no país com a maior quantidade de água no mundo salvo as geleiras canadenses.
Dentro deste círculo vicioso, onde o congresso vota o próprio aumento e utiliza dos recursos em causas próprias, gera um problema social, a população fica numa revolta contida, como um grito na garganta que ecoa deste o fim da ditadura e o início da era democrática, a desesperança e revolta tem aumentado no coração brasileiro, assim, uma onda de violência, por falta de oportunidades de educação básica e trabalho com condições dignas tem se formado, transformando o Brasil num dos países violentos do mundo, possuindo números semelhantes às guerras orientais e africanas.
Ao ver crianças morrendo em hospitais (isto para não citar os jovens e adultos) por falta de transplantes e recursos para operações, enquanto no congresso valores absurdos são gastos para compra de iphones e galaxys para os parlamentares que economizados poderiam salvar muitas vidas, escolas para filhos de políticos, de forma assustadora são particulares com valores absurdos pagos com recursos da união, enquanto as crianças do país em sua maioria não possuem oportunidades de boa educação por falta de verba para compra de carteiras, salas de aula dignas e materiais escolares.
Neste país de tanta incoerências é difícil andar honestamente, por isso vemos corrupção em várias escalas, desde o político quanto privado, passando por fraudes governamentais e até para ter direito ao valor miserável do bolsa família, sim, o povo brasileiro está fraudando documentos para poder se favorecer por uma migalha que não chega a um salário mínimo, difícil encontrar um futuro glorioso para nossa nação.
Enquanto esta farra acontece na política e na divisão dos recursos o povo está preocupado com os feriados e é claro com o carnaval, festa para festejar sem um objetivo, sem ter nada para festejar, só para ver umas mulheres nuas e beber até cair, imagina o quanto esta festa não custa ao país todos os anos em limpeza da sujeira onde pessoas como animais defecam e urinam nas ruas, jogam resíduos em todos os lugares e sem contar as DST que são transmitidas nesta festa onde as empresas deixam de produzir.
E viva o futebol! Muitos deixam famílias para acompanhar o time, olha que o futebol está em crise e eu acredito sim que o esporte seja a saída para muitas coisas, o esporte é capaz de parar guerras e mudar o rumo de muitas coisas, mas não quando servem de pequenas distrações para a situação real, na verdade o Brasil está falido esportivamente, antes até existia educação física nas escolas publicas, mas por uma falta de investimentos nas modalidades esportivas fazem que, nem por meio do esporte existam oportunidades.
Não que eu seja negativo, mas este relato é só a opinião de quem está vendo a ponta do iceberg de um país que está mais preocupado em votar a lei da homofobia (mais uma distração) do que fazer valer os direitos humanos, mas preocupado com minorias do que pensar no bem comum e na liberdade democrática do falar, este fato só será mais uma ferramenta de perseguição, num país onde a maioria mal educada não consegue conviver em paz entre as diferenças religiosas, físicas e morais. Não sou contra ninguém. Mas penso que o problema está na educação básica e no respeito mútuo e não é criando “kits” que será resolvido este problema, na verdade só irá aumentá-lo, a repressão e a violência não é e nunca foi o caminho.
Sinto-me envergonhado em dizer que falta um sentimento de paz no coração do brasileiro, o povo está cada vez mais magoado e revoltado, e se assim continuarmos, logo chegaremos ao caos, colapso e a anarquia estará constituída, o Brasil está sucumbindo num câncer que se tornou seu sistema político e social.
Neste artigo não estou discutindo a cura, porque na verdade tudo precisa mudar, talvez o que precisamos é nascer de novo. É certo que, provavelmente a minha geração não verá as mudanças neste país, talvez o caminho é ensinar e cuidar das crianças, e talvez em algumas décadas o Brasil será limpo, mas o pior é que as crianças desde pequenas são ensinadas a dançar funk, falar palavrões e se misturar com a luta da igualdade de gênero ou a perseguição deles em igrejas corruptas, misturadas com o que há de pior, e está surgindo aos poucos diferenças que trarão mais violência no futuro.
Isto porque não incluí nesta discussão as igrejas corruptas preocupadas com dinheiro e que não estão ajudando em nada, a não ser enganar e o problema crônico das drogas na adolescência e afins, por fim, o país que amamos está se deteriorando em todas as áreas e em todos os sentidos, é difícil encontrar algo para chamar de orgulho brasileiro, este sim, está completamente ferido, e a revolta está começando a dominar os corações. A única coisa que torço é que o ódio não cresça e prevaleça, porque alimentado ele está sendo.