Dilma e Obama
Recém-iniciado o segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff enfrenta um cenário difícil: economia fraca, inflação, juros altos e um árduo trabalho pela frente para fazer o Brasil escapar de uma recessão, o que pioraria o que já não vai bem. Gastou mais do que devia, arrecadou menos do que se esperava e deu no que deu. Como se não bastasse, o país ainda vive a crise energética e a falta de água.
No começo de 2013, o presidente dos EUA, Barack Obama, também iniciou seu segundo mandato enfrentando grande crise econômica que beirou o primeiro calote da história americana. Obama conseguiu no Congresso o aumento do teto da dívida em alguns trilhões (coisa pouca) e evitou o colapso de sua economia. Hoje, indo para o terceiro ano de seu segundo mandato, os EUA voltaram a crescer, batem recorde na geração de empregos e se sustentam como a principal economia do mundo. Mesmo endividados.
Aqui no Brasil, bastou terem reduzido a meta do superávit primário que a oposição fez o seu devido alarde, dizendo que estávamos à beira do precipício, coisa de país bolivariano, é claro.
Como será essa primeira metade da segunda gestão Dilma? Será que vamos conseguir dar a volta por cima da mesma forma que os EUA estão dando?
Igualmente a Dilma, Obama enfrenta oposição ferrenha no Congresso. Os republicanos barram praticamente todos os projetos do executivo e maior parte das propostas é botada em prática via decreto. Olhando por este lado, para Obama está pior, uma vez que os democratas não são mais maioria no legislativo. A Dilma, mesmo com os oposicionistas contumazes dos partidos de direita, enfrenta alguns descontentes da base aliada, mas ainda assim mantém maioria e dificilmente (não impossível) será diferente.
Ambos os países apertaram as contas, tomaram medidas austeras e impopulares. Obama, já na reta final, está conseguindo se reerguer de forma vigorosa. Dilma, no entanto, ainda tem muita coisa a provar.
E torcer.