PORQUE O PAÍS NÃO DÁ CERTO?

Sem o objetivo de abordar, com minúcias, os fatos e versões que nos aproximam ou nos distanciam – certamente nos distanciam em dimensões estelares – tentaremos traçar algumas linhas, ainda que tortas, sobre dois países relativamente próximos geograficamente e tão distantes em suas organizações, suas estruturas, suas economias, seus povos, suas sociedades, seus princípios e crenças.

Frente a frente, ou lado a lado, como se queira, as realidades entre o Brasil e EUA nos instigam, incitam e excitam para algumas indagações e construção de incógnitas que somente um acurado trabalho historiográfico nos permitiria desvendar.

Ambos foram colonizados no decorrer do século XVI. Contemporâneos, pois. Diferenças de décadas nada representam ao considerarmos as distâncias e as velocidades percorridas rumo ao futuro por um e pelo outro.

Ambos contemplaram e se beneficiaram de suas sociedades escravocratas.

Suas dimensões territoriais se equiparam sendo os EUA o terceiro entre os 10 maiores do mundo e o Brasil o quarto, com 9,3 milhões de km2 e 8,5 milhões de km2, respectivamente.

Em densidade populacional os EUA nos superam: 312 milhões x 202 milhões de habitantes. O que seria inferioridade se transforma em vantagem: se, somos o que somos com 202 milhões de pessoas, certamente seríamos ainda piores – se possível for - com 312 milhões de almas. Quem sabe sejamos almas por demais pecadoras e, portando, sujeitas ao fogo do inferno?

Um, sujeito a fenômenos climáticos de alto impacto e elevado potencial destrutivo; o outro, nós, levamos a vida cantando e ao largo de fatores climáticos relevantes. Ciclones, tufões, nevascas e terremotos assolam os EUA de forma sistemática; brisas de 86 km/hora destroem São Paulo, a maior cidade do país.

Por lá, se transformaram na maior potência bélica do mundo. Guerra da Secessão, duas grandes Guerras Mundiais, Coréia, Vietnã, Afeganistão, Iraque e Golfo. Duas bombas atômicas despejadas sobre o Japão que as provocou com Pearl Harbor, sem aqui discutir razões.

Nossas Forças Armadas, incapazes até mesmo de ações fronteiriças, órfãs de investimentos, de respeito, de tecnologia e inovação valem mais como sucata. Preço no quilo; coisa de ferro velho e desmanche.

Nesta nossa pátria onde cantam os sabiás – aliás, cantavam – nada além de algumas dissensões com nossos vizinhos cisplatinos, um Duque de Caxias com direito a estátua encimando sua montaria e, na carência de outros heróis, importamos Simon Bolívar.

Sua estátua, obviamente com seu cavalo, pois herói que se preza jamais o seria sem seu garboso corcel, nos foi presenteada pelo “companheiro” Hugo Chávez, em 1981, então presidente da desenvolvida Venezuela onde falta de papel higiênico à farinha e absorventes femininos.

Sobre estátuas, vide D. Pedro I retratado montando um cavalo, muito embora cavalgasse uma simples mula.

Para não trilhar o caminho da injustiça, não nos esqueçamos de nossas escaramuças internas: Cabanagem, Sabinada, Balaiada, Farrapos, dentre outras. Não sei para onde nos levaram, ou fomos levados.

Pelo árido sertão perambularam Antônio Conselheiro e Virgulino Lampião. Um, o profeta do apocalipse; outro, cabra macho matador e artesã bordadeira de raros predicados.

A expulsão de dois pretensos colonizadores como Villegaignon (1.560) e Maurício de Nassau (1.637), marcaram nossa história. Certamente, o grande erro entre os poucos acertos. Pelo resultado de hoje, tudo nos leva a crer que teríamos tido uma colonização diferente e progressista. Após quinhentos anos, continuamos extrativistas a exportar pau-brasil: soja “in natura” e minério de ferro.

Somente no segmento soja, no decorrer de 2014, perdemos 54 bilhões de dólares (assim, mesmo) como resultado dos negócios primários (23,3 bilhões de dólares).

Porque não damos certo? Culpa dos portugueses nossos colonizadores, ou melhor, do rei fujão D. João VI?

Diante de tal hipótese, um ríspido cidadão português fulminou: mas, em 500 anos vocês nada conseguiram fazer?

O primeiro presidente dos EUA, como se sabe, foi George Washington, em 1.789. O primeiro presidente brasileiro, também como se sabe, foi Deodoro da Fonseca, em 1.889. Cem anos nos separaram; quinhentos anos nos separam no mais largo e profundo dos abismos, seja no âmbito político, jurídico ou socioeconômico.

O ventre despudorado desta nossa gentil e desamada pátria pariu, como só um ventre indecente e prostituído seria capaz de fazê-lo, porcarias como gente e, ainda mais, gente como porcarias de políticos como Sarneys, Calheiros, Magalhães, Barbalhos, Campos, Alves e seus pares.

De um coito incestuoso, porém permitido, gerados numa placenta suspeita vieram a furo um José Ribamar, um Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. Querer dar certo é pretender o inalcançável muito.

Um deles, ao ser despachado do Planalto, vaticinou: “O tempo é o Senhor da razão”. E, realmente, o foi. Hoje, sabemos de quem se tratava e de quem se trata. E, certamente, nunca houve tanta razão.

Coisa recente, eis que surge um presidente, cabra nordestino, palanqueiro por profissão de sindicalista, suado, deformado pelas suas feições hipócritas, mentiroso, solerte e arrivista, a vociferar: “precisamos abandonar o complexo de vira-latas!”. Como, cara-pálida, se somos o próprio?

E se elege, ou melhor, nós o elegemos. Somos vítimas ou cúmplices deste Brasil, bem brasileiro, que teima em não dar certo?

Confúcio, o velho Confúcio de mais de 3.000 anos cravou: “Não são as ervas daninhas que sufocam a plantação e, sim, o desleixo do lavrador”.

Seríamos nós, os tais lavradores?

Há mais de cinquenta anos os EUA colocaram o homem desvirginando a lua dos poetas e dos namorados. Daí em diante, dezenas de missões espaciais foram realizadas com sucesso. Sondas cruzam o espaço sideral por décadas e se acoplam a planetas e cometas. Distâncias incalculáveis são percorridas em busca do conhecimento e do avanço sistemático rumo ao futuro.

Cá, por estas nossas bandas, há mais de 25 anos a Ferrovia Norte/Sul – a Ferrovia do Sarney de 1.987 -- nada mais é do que um poço infindável de corrupção ligando nada a lugar nenhum. Escoadouro de alguma coisa aí pela casa de dezenas de bilhões que, se não transporta produtos, transporta verbas dos cofres públicos para contas no exterior. É até possível que tenha alcançado sua finalidade.

Um São Francisco com a garganta seca aguarda, com a paciência de um pescador, sua transposição. As areias sedentas de uma paisagem saariana já sugaram bilionários recursos devidamente direcionados para as empreitadas da corrupção. O rio, de seu leito seco, assistirá sua própria morte de olho nas planilhas orçamentárias que exigem, cada vez mais, planilhas e orçamentos.

As obras, estimadas inicialmente em 4,5 bilhões, já embutem gastos na ordem de 8,5 bilhões, com previsão de entrega para os idos de 2.012. Adentramos 2015 e....nada! Ah, sim, mas os orçamentos caminham céleres e já se fala em 33 bilhões em obras chamadas de “estruturantes”, seja lá o que se queira dizer com isso! Afinal, o que importa são os 33 bilhões que nada têm a ver com esse negócio de obras, que é coisa de empreiteiras.

Em 2010, Lula e Dilma em campanha, inauguraram o navio petroleiro João Cândido. A homenagem ao marinheiro da Revolta da Chibata transformou-se em vergonha, pois o navio nunca navegou e jamais o fará. Consumiu a bagatela de 336 milhões. Mero brinquedo eleitoral, farra circense e caríssimo palanque.

Mas, nem tudo se restringe a um patológico pessimismo ou complexo de vira-latas.

A rapidez com a qual se “aditam” orçamentos em obras públicas voa mais célere do que complexas sondas espaciais: em 2005 a Refinaria Abreu e Lima contava com um orçamento na ordem de 2,4 bilhões (de dólares); decorridos nove anos, o orçado alcança – como diria um ex-presidente - a merreca de 18,5 bilhões (ainda de dólares). Como se vê nada está perdido e, ainda, há muito que se fazer em termos orçamentários e de corrupção.

Até aqui como se percebe, o rei fujão que quebrou o Banco do Brasil, vendeu títulos nobiliárquicos para sustentar sua fajuta Corte, raspou os cofres da colônia e retornou para Portugal, pouco tem a ver com nossas desditas e vicissitudes.

Ou teria e quem sabe não fomos à lua porque o favorito do Rei D. João VI, o Tenente-General Francisco Rufino de Souza Lobato, prestava-lhe favores homoeróticos manuais?

Até nisso nossas distâncias são siderais: lá, uma Mônica Samille Lewinsky; cá um Tenente-General.

Os EUA brindam o mundo com um PIB exuberante na casa dos 16,8 trilhões de dólares. Por aqui nos arrastamos, pintando rodapés, com um PIB aí pelos 2,3 trilhões de dólares. Alguns analistas chamam-no de “pibinho”, “pibeco”, “pibículo”, “nanopib” e outras expressões criativas que tentam referenciá-lo pela sua inanição.

Por lá, o Estado se organiza – apenas e tão-somente - com 23 (sim, vinte e três) ministérios, incluindo a vice-presidência. Aqui, nestas plagas sem sabiás e já sem as frondes da carnaúba, para conduzir este nosso “pibinho”, “pibeco”, “pibículo” ou “nanopib”, o governo se apoia em 39 (sim, trinta e nove) “ministérios” e mais 4 ou 5 anexos com status de “ministérios”, ainda que não se saiba bem para que servem, além de acolher os amigos do rei, da rainha, ou de ambos.

Rara exceção, o Ministério da Pesca comandado pelo filho do ex-senador Barbalho, aquele do ranário com o dinheiro da extinta SUDAM, guarda alguma relação entre o titular e a atividade do ministério, ainda que por laços familiares, onde rã pode virar peixe.

No que se refere à SUDAM, a corrupção chegou a tal absurdo que o ex-presidente sociólogo, incapaz de equacionar a questão – sabe-se lá o porquê - optou por extingui-la. Matou a vaca tentando eliminar os carrapatos. Coisa de presidente porreta de país desenvolvido. Mudou-se de vaca e os carrapatos proliferam gordos como nunca.

Um dos tais “ministérios”, o da Ciência, Tecnologia e Inovação é “comandado” por um ministro avesso à ciência, à tecnologia e inovação. Talvez, por absurdos desta natureza, se explique porque não fomos à lua, ou não se construiu a Norte/Sul, ou não se transpôs o S. Francisco, ou a carência na Educação, Saúde, Segurança Pública, Energia, Infraestrutura e todos os demais setores que perambulam aos pandarecos e órfãos de pai e mãe.

Ora, direis: mas tem a mãe do PAC !

Correto, o deslize foi mera implicância. E a mãe do PAC - este filho de incestuoso relacionamento, cujo suposto pai é aquele retirante nordestino, solerte e arrivista, já mencionado - é a mesma que comanda nossa diplomacia liliputiana. Indigna-se e se estarrece com a pena de morte de um traficante na Indonésia e, de pasmar, propõe o diálogo como solução para terroristas de um furado califado islâmico.

Sem perder o samba que nos resta: “Quem é você que não sabe o que diz; meu Deus do céu, que palpite infeliz”. Não sabe o que diz e, muito menos, do que se trata.

Foge de Davos - onde não saberia o que dizer e para onde despachou seus capachos mais felpudos - e se apresenta para a posse do presidente Morales onde transita com desenvoltura ao lado de um Maduro (aquele que viu o passarinho do Chávez) e nossos irmãos do Mercosul, incluindo a falida Argentina. A mãe do PAC não se apequena. É miúda por natureza.

A presidente herdou de seu criador a desfaçatez e a admiração pela mentira. Do mensalão ele nada sabia e, muito menos soube, muito embora seus discípulos tenham sido condenados pela picaretagem.

A presidente respondeu direta e indiretamente, mais direta do que indireta, pelos negócios da Petrobras nos últimos 12 anos. Nada sabia e nada sabe sobre o rombo bilionário que fulmina a empresa e corrói suas entranhas.

Ninguém se responsabiliza, ou é responsabilizado, pela aquisição de Pasadena. Não foi a Diretoria, a Presidência e, muito menos, o Conselho de Administração.

Caras de paisagem, olham para um lado e assoviam para o outro. Como uma famosa Conceição, ninguém sabe e ninguém viu. Mas, que ela desceu do morro sorrindo a cantar em meio a bilhões de corrupção, desceu.

E, persistimos sem saber por que não damos certo como país, como povo, como sociedade desenvolvida, assim como o extraordinário Heitor Cony continua sem saber onde estão os ossos de Dana de Tefé.

Quem sabe a causa seria o Tenente-General Francisco Rufino de Souza Lobato, íntimo manipulador sexual do Rei?

Bellozi

21/01/15

bellozi
Enviado por bellozi em 22/01/2015
Reeditado em 31/01/2015
Código do texto: T5110564
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