AS ELITES GOVERNAM
Talvez, ainda veremos os autores de livros sobre política, ortodoxos ou não mudarem suas teorias e conceitos. Ou, as constituições de países reverem seus princípios básicos. É fato. Nenhum governo governa para o povo.
Pior que isto, é saber que governos não governam. Na realidade todo o poder emana das elites para as elites. Ao povo, resta o consolo e a utopia do voto. Que em alguns países, como o Brasil, ainda é obrigatório. Outra das aberrações que só a política tem a capacidade de criar.
Um bom exemplo disto tudo é Dilma Rousseff. Mesmo com as elites do lado da oposição, Dilma foi reeleita pelo povo. E o que aconteceu na sequencia? O primeiro afago foi para as elites. Que controla o poder econômico.
Dizem os analistas políticos, que com a nova equipe econômica, a presidente Dilma estaria admitindo seus erros do primeiro mandato. É pura balela. Existe uma distância enorme entre você admitir seus erros, e ser obrigado a admiti-los.
Dilma Rousseff se encaixa perfeitamente na segunda hipótese. Engoliu uma equipe econômica imposta e ficou num cantinho calada, enquanto Joaquim Levy e sua trupe ganhavam os holofotes. E as boas vindas da bolsa de valores e do capital especulativo.
Joaquim Levy desembarca no planalto, desta vez, como uma espécie de “salvador” da Pátria. Tenho certeza que algumas de suas primeiras falas causaram arrepios em muitas pessoas. Ele disse que reduzirá os aumentos do “Bolsa-Família”. E acabará com a festa do Seguro-Desemprego. Além de aumentar alguns impostos.
E logo Levy cairá na real. Descobrirá muito cedo que as teorias econômicas, são diferentes do dia a dia. É natural que como um representante da elite, Joaquim Levy acredite que mudará o Brasil começando pela base da pirâmide. Os grandes problemas brasileiros não estão na base da pirâmide. Eles estão no topo. Justamente aonde encontramos a elite.
Ali estão os políticos, que aumentam os próprios salários sem precisar de regra matemática, nem crescimento econômico. Os corruptos. O rombo da Previdência Social. As gastanças dos cartões corporativos. Pasmem do que é constituída a nossa elite. E Levy já esteve com FHC, Lula e agora com Dilma.
Sem autonomia, e nem vontade de colocar a mão nessas cambucas, logo Levy perceberá que reduzir é gastos é impossível. Sem crescimento, o Brasil continuará pagando apenas o mínimo do seu cartão de crédito. Os endividados sabem bem como isso termina.
Joaquim Levy lembrará muitas vezes, que era feliz no Bradesco. E nem sabia.