Mr. Kane e o nosso Sr. Kane

Cidadão Kane, 1941, é um filme norte-americano dirigido pelo estadunidense Orson Welles.

O filme conta a história de Charles Foster Kane (vivo pelo próprio Welles), protagonista que seria uma espécie de Roberto Marinho da época, um magnata da imprensa americana.

A obra cinematográfica encontrou forte influência por parte da vida do magnata da comunicação estadunidense William Randolph Hearst, pois existem muitos pontos coincidentes nas biografias de Hearst e de Kane. No entanto, Welles sempre negava publicamente.

William foi proprietário de 28 jornais, 18 revistas, cadeias de rádio e uma produtora de cinema. Em 1935, tornou-se um dos homens mais ricos do mundo. Dessa forma, influenciou a vida política americana e a vida política do mundo global durante anos.

O documentário Muito Além do Cidadão Kane, 1993, produzido pela BBC de Londres, trata-se das relações entre a Rede Globo de Televisão, na pessoa de Roberto Marinho, como o empresário político brasileiro.

Por determinação judicial, o documentário foi proibido no Brasil desde sua estreia.

O ex-presidente e fundador da rede Globo Roberto Marinho, foi o principal alvo de críticas do documentário, onde é compara a Charles F. Kane, personagem do filme Cidadão Kane, supostamente baseado na trajetória de William R. Hearst, o magnata da comunição dos Estados Unidos.

O escritor e cantor Chico Buarque no documentário acredita que Roberto Marinho era mais poderoso que o cidadão Kane, pois o personagem não imaginava o poder que tinha, e que Marinho foi a maior força política de um país, na época com 150 milhões de habitantes. “Nada se fazia sem consultar Roberto Marinho”, afirma. “É assustador”, finaliza.

Assim como fazia Kane no filme, segundo o documentário, a Globo empregaria a mesma manipulação grosseria de notícias para influenciar a opinião pública.

Hilberto Emmanuel
Enviado por Hilberto Emmanuel em 30/11/2014
Reeditado em 30/11/2014
Código do texto: T5054344
Classificação de conteúdo: seguro