REVOLUÇÃO MORAL
Após as eleições de outubro/2014 quando o Brasil saiu das urnas dividido e a maioria dos eleitores tendo plena consciência de que prevaleceu a mentira para a vitória dos eleitos, inclusive com dúvidas não esclarecidas sobre o sistema eletrônico de apuração dos votos, ficou a nítida sensação que devemos protagonizar uma “Revolução Moral” no país. Não é que o desejo majoritário seja o retorno das forças armadas, nem que nós mesmos peguemos em armas para impor o nosso pensamento. Não, a ideia é usar a inteligência e o trabalho para ressaltar a verdade que foi escamoteada e levá-la à praça pública para destruir a mentira como ferramenta dos meios para se atingir os fins, através dos cidadãos conscientes e que se consideram e agem como pessoas de bem. Não importa que essa atividade favoreça ou prejudique partido A ou B, ou qualquer outra instância social que seja avessa ao esclarecimento da verdade.
Esse pensamento e ações coletivas que essa forma de Revolução pretende implementar no meio social para nos livrar do jugo da mentira, tem semelhança com o pensamento e ações defendidos e praticados por Gandhi para libertar a Índia do jugo britânico. Lá, foi usada a desobediência civil numa atitude de não-violência; aqui podemos usar o boicote capitalista numa atitude de esclarecimento da verdade.
Divulgar o que está acontecendo com o endereço certo de pessoas, intenções e atos, é importante para o esclarecimento do público interessado, a partir de nossas próprias atividades: onde acontecem as reuniões, as atividades planejadas, os meios de contato e engajamento e assim por diante. Mostrar que a política é uma das ações mais nobres que o ser humano pode realizar; que o político sujo pela mentira não pode representar a pureza da política. Ensinar que a política não é um esporte de expectador, e que cada um tem algum grau de contribuição dentro do esforço coletivo, do esforço heroico de restabelecer a verdade, sem interesses partidários ou monetários. Enquanto imaginarmos que nossos concidadãos são egoístas, estúpidos e preguiçosos, não temos esperança.
Esse tipo de revolucionário deve ser consciente da aceitação de uma disciplina rígida enraizada na sua consciência. Uma disciplina que vise alcançar objetivos futuros (governo democrático pela verdade) capaz de superar os apelos do prazer no presente (ir a praia, ao cinema, ao barzinho, ao lazer doméstico). A autodisciplina é como um músculo, quanto mais exercida mais forte fica.
Para dar uma motivação extra, podemos encarar a situação que iremos nos defrontar como um jogo de videogame, só que aplicado na realidade. No videogame o jogador procura individualmente uma vitória épica, conquistada por poucos, com seu esforço e inteligência. Na vida real, o jogador de forma coletiva, enfrenta o petismo da estrela vermelha que se encontra no poder e usa a mentira como arma de virulência que parasita o esforço do nosso trabalho coletivo, envia para o exterior para a conquista de simpatia com os seus iguais (Foro de São Paulo) e espalha ao redor mais e mais mentiras, enfraquecendo nosso poder de reação; apaga a memória dos benefícios conquistados pelos governos anteriores, e elabora núcleos de desconstrução moral dos adversários, de intimidação física e imaginária das instituições democráticas. Os vilões da sociedade, criminosos condenados pela justiça, são elogiados e reverenciados como heróis do petismo.
Tudo funciona como o imaginário do filme “Matrix” onde a realidade parece funcionar dentro da normalidade, mas nas entranhas do poder tem toda uma realidade paralela que manipula os cidadãos através da central da mentira que sustenta o cinturão de miséria. Enquanto isso os cidadãos, todos juntos nos seus diversos postos de trabalho, geram recursos com seu suor durante meses do ano, para serem sugados pelo superfaturamento de contrato de trabalho das estatais e pelos altos salários disseminados para a militância que se entranhas na administração pública e pela doação de recursos a entes sociais não governamentais, prontos para fazerem a baderna social se contrariados os seus interesses.
Esta é a situação, meu caro candidato a Revolucionário Moral. Voce está sendo convidado a ser uma formiguinha num trabalho longo e doloroso sob o canto sinistro das cigarras que, talvez sem saber, estão a construir um provável e tenebroso inverno das nossas liberdades.