AO GÊNIO GILBERTO FREYRE, "IN MEMORIAN"

Texto/em homenagem

GILBERTO FREYRE é uma personalidade ímpar da nossa cultura sócio-politica-antropológica e dispensa maiores comentários.

Dia desses, peguei o bonde andando duma entrevista dada por ele num programa da TV cultura,(Vox Populi) cujo mediador me pareceu ser o Jornalista e historiador Heródoto Barbeiro, bem mocinho ainda.

Eu só percebi que a entrevista era antiga dado ao cenário da juventude do entrevistador e ao figurino dos anos oitenta.

Realmente moda é ciência e também conta a História.

Mas quero dizer que, pelo que ouvia ali do grande cientista social Gilberto Freyre, e se não fosse por tais detalhes que relatei, a fala dele parecia caber ao Brasil de hoje. Tudo caberia direitinho ao meio atual.

O que me fez deduzir que, se dizem que melhoramos em alguns pontos pelo tempo, corremos o risco de retrocedermos aos tempos difíceis.

Ainda nos idos de 1984, Gilberto Freyre num cetiicismo social CIENTÍFICO visivel e proferido na tela e na literatura da sua juventude, já alertava que " não enxergava grandes lideranças futuras pelo social do Brasil".

Posso confessar uma sensação?

Terminada a entrevista achei bem melhor o Gilberto Freyre já estar do lado de lá deste nosso mundo.

Sua fala algo poética e honesta distoava de alguns caminhos presentes na atual humanidade... embora algo já profetizado por ele.

Nem toda a competência antropológica e/ou certa dose do lirismo social do gênio se conformaria com o que se vê no mundo de hoje cá e acolá.

CASA GRANDE E SENZALA teria que ser reescrito numa nova versão sócio-política- onde apenas a essência do Homem se manteria intacta em lesar os seus semelhantes.

Mudariam apenas os meios figurativos à moda vigente...aos idênticos fins.

E como ele mesmo relatou sobre seu livro que é uma antologia antropológica válida para todos os tempos "algumas relações entre os senhores de engenho e seus escravos" ainda seriam tidas como bem mais humanizadas quando comparadas aos que se veria no mundo posterior aos seus relatos literários.

Bingo!

O gênio de Gilberto Freyre não erraria nunca...