A POLÍTICA DA ÁGUA

A reunião, no Palácio do Planalto, entre a presidente(a) Dilma Rousseff e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ontem, segunda-feira (10/11/14), é uma amostra do que acontece em todo o país quando se trata da busca de recursos para a realização de obras públicas. Na reunião em questão, o governador foi pedir dinheiro ao governo federal, do tesouro (a fundo perdido) ou através de financiamento, para ajudar nas obras que pretendem solucionar a falta de água no estado paulista.

Alckmin apresentou um anteprojeto metropolitano com obras orçadas em R$ 3,5 bilhões, contemplando interligações de reservatórios, reparos nas estações e sistemas distribuidores, perfurações de poços artesianos, entre outros. A meta é que seja garantido o abastecimento até 2035.

Dilma disse que é parceira e que precisa de mais detalhes do projeto, com os devidos estudos de viabilidade técnica e impacto ambiental, para anunciar a ajuda. É assim que funciona. Sobre as obras de curto prazo, Alckmin afirmou que está tudo sob controle.

É legal observar que, nessas horas, cores partidárias devem ser deixadas de lado. Ou ainda, como bem destacou o governador paulista: “(...) quem faz oposição é quem está no Parlamento, não os governos”. Pelo menos é como deveria ser. Outro trecho que merece destaque: “Acabou a eleição, a população quer soluções concretas e os recursos devem ir para o onde há a necessidade”. Devemos concordar. Mesmo sendo recursos do governo federal, com dinheiro oriundo de tributos pagos por TODOS os brasileiros, a necessidade das obras é real e premente. Essa é a análise sob o aspecto político e republicano no qual o Brasil está inserido.

Mas também não podemos esquecer de que o problema da falta de água ameaça todos. Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), até o ano que vem, mais de 3.000 cidades (55% dos municípios brasileiros) podem enfrentar problemas de abastecimento. São Paulo, o estado mais rico da federação, enfrenta a pior seca dos últimos 84 anos. Lá, quem economiza água tem desconto na conta. Um bônus para evitar um ônus. Em Minas Gerais a situação também é crítica, onde a média da vazão dos rios caiu 40% e o racionamento em diversas regiões do estado já é realidade.

Não tem jeito. Mesmo, por ora, aqui no Paraná sermos “privilegiados” com o abastecimento em dia, o negócio é economizar água. Do banho à louça. Da faxina até a última gota da pia. Caso contrário, em breve, teremos que inserir gastos com caminhões-pipa em nosso orçamento particular.

Victor Godoi de Almeida
Enviado por Victor Godoi de Almeida em 11/11/2014
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