Eleições – Apuração sem Emoções
Diferentemente da apuração para governador, que o eleitor acompanhou passo a passo, sentido a emoção do sobe e desce do percentual do seu candidato, a de presidente somente foi divulgada quando o resultado já estava praticamente definido. O horário de verão ainda acrescentou mais uma hora em relação ao fuso horário do Acre, dando uma diferença de 3 horas, tempo suficiente para que ao divulgar o primeiro resultado já estivesse a 95% da apuração. Somente aqueles que, por direito, com acesso aos dados do TSE, viram que houve oscilações significativas, uma vez que os resultados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste apareceram primeiro. Ficamos, portanto, sem aquela emoção natural, de ver, pausadamente, aquela oscilação no painel, como ocorreu no caso de alguns governadores, que, ora acima ora abaixo, deixava seu eleitor com a adrenalina nas alturas.
Preferia ter passado por essa emoção, a de ter recebido o impacto do resultado já em definitivo. Além do mais, vem o preconceito de que o nordestino influenciou o resultado, diminuído apenas pelo fato de o carioca e o mineiro terem tido também seu peso na eleição.
Confessei, aqui, ser favorável à alternância de poder, o que já é uma declaração do voto. Fiquei entre a minoria, que não foi tão pequena, pelo elevado percentual de votos. Não custa lembrar aos que se amedrontaram com o pânico da ameaça aos programas sociais, que o bolsa família foi lançado aqui em Alagoas, na cidade de São José da Tapera, pelo governo do PSDB, apenas com o nome diferente: “bolsa escola”. Na época, São José da Tapera foi considerada a pior do Brasil no IDH. E o bolsa escola veio exatamente no sentido de que “é preferível ensinar a pescar a dar o peixe”. Já dizia Luiz Gonzaga: “uma esmola vicia o cidadão ou lhe mata de vergonha.”.