Real versus Eleitoral

Real versus Eleitoral





Numa das palestras de Geofrey Hope, no início de 2014, vemos a informação de estarmos capacitados, ou dependendo, nos capacitando, a lidar ao mesmo tempo com 7 ângulos de consciência.

Ou seja, começamos a sair da monomania para espreitar algo além das trincheiras, tenham elas visores digitais coloridos, ponteiros enferrujados, sede de vingança por qualquer motivo ou esquifes de fibra de vidro para acondicionar o resultado das vendetas. Saque do colete o magazine especializado de sua preferência sobre as recentes conclusões "científicas" sobre Consciência e em nenhuma delas você achará a frase "a ciência não leva em consideração o sagrado e, por sua vez, o sagrado omite o científico".

Ao longo dos últimos 12 anos ouvimos dizer que o desmatamento na Amazônia foi a. dentro do permissível b. agora ultrapassa a fronteira do obsceno. O que é real, e o que é eleitoral?

No próximo dia 27 alguém estará estourando champanhe, após a campanha mais suja do Brasil republicano.

Enquanto a sua atenção se desloca, aqui vai um fato para sua consciência, que não precisou trafegar pelo plano eleitoral: Construída por duas ditaduras, a Itaipu Binacional só foi feita naquela área específica (30 quilômetros abaixo e ela seria apenas nacional) por um motivo muito simples. O quesito, ou se preferir, o"fator" Binacional deixa a usina a salvo de qualquer investigação do Tribunal de Contas.

Já completamos quantos ângulos dos 7?

Gosto de pensar em eleições (democráticas) como um ciclo previsível de influência potencial que ocorre em um caminho regular, cujo ganhador do prêmio terá de lidar, dentre inumeráveis variantes, com um parâmetro que vale à pena considerar: malucos, extremistas, todos os elementos lunáticos, são inevitáveis subprodutos de uma democracia, como a pornografia é um subproduto da liberdade de expressão. O que ameaça a democracia é o controle do Estado sobre os cidadãos.

O jornalista Marco Antonio Villa diz que quem vota em corrupto coloca-se em igual patamar. Paulo Maluf teve 250.000 votos.

Se o exemplo da Binacional não lhe deu uma ligeira idéia de como o estado (às vezes) funciona, pode ampliar seu conhecimento em termos de tentáculos e ou extensões perante a seguinte informação: O doleiro Youssef movimentou 1 bilhão de reais através dos 4 bancos conhecidos, 1 bilhão, e o Banco Central não notou. Ora, se eu te passar um cheque de 5 mil reais, pode apostar que isso estará registrado no HD do BC.

Então, como é que fica, real ou eleitoral?

Em Myanmar (que dizem ser totalmente controlada por traficantes), no Curdistão, na Micronesia, em Paris, ou melhor dizendo, em toda a parte, cada pessoa está sendo esticada até o limite de sua consciência em virtude de um processo gigantesco e cada um deve ser responsável pelo famigerado sistema humano individual operante.

Aqui estamos na reta final das eleições presidenciais e aposto todas as minhas fichas que no dia 26/10, para um número não computado de almas, este instante terá o efeito de o único amor que eles conseguirão naquele dia, semana, mês ou ano. Algo dentro dirá: uau, estamos fazendo a diferença numa engrenagem dotada de dimensões e mecanismos que, a bem da única verdade, não fazemos a menor idéia sequer de seus contornos.

Candidatos ora fingem-se de reais, ora se esquivam até mesmo do óbvio, ora prometem tanto....

É real ou eleitoral? Porque o momento de apertar aquele botão o grande tchans resume-se em impulsionar uma suposta agremiação de potenciais, não de contratos.

Finda a contagem do último voto, torço apenas para que o ocupante
da cadeira tenha em mente, para a própria consciência: Preferimos ou não a ordem e a certeza dos déspotas à incerteza e caos de democracias em desenvolvimento?



(Imagem: Andreas Feininger - Helicóptero da Marinha dos EUA a sair à noite, 1949)
Bernard Gontier
Enviado por Bernard Gontier em 20/10/2014
Reeditado em 20/09/2020
Código do texto: T5006275
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