VOTAR OU NÃO VOTAR?– EIS A QUESTÃO
O eleitor brasileiro tem diante de si uma responsabilidade muito grande: a de escolher um representante para administrar os destinos do País nos próximos quatro anos. Esta, que parece ser uma questão problemática não o é na verdade, porque o grande problema que o eleitor enfrenta é não ter em quem votar; um nome para escolher neste segundo turno; alguém a quem o ele possa entregar um papel em branco onde o candidato vai escrever a história do Brasil para os próximos anos.
Eu como brasileira de fato e de direito, que também vou enfrentar as urnas no próximo dia 26 de outubro, confesso sentir-me taciturna e sorumbática quando penso que não tenho alternativas, uma vez que os candidatos apresentados Dilma Roussef e Aécio Neves, não são os candidatos nos quais eu gostaria de votar. Assim, vejo-me diante de um dilema: votar ou não votar?
Não voto em Dilma por várias razões: a primeira deve-se ao fato dela perpetuar a ideia da compra de votos através da distribuição das bolsas, mochilas, sacolas, ou similares, iniciada no governo Lula, da forma mais escancarada possível. O pior é ver que tal prática ainda recebe aplausos. A população brasileira, em minha opinião, não precisa de esmolas, mas de trabalho. Quem tem trabalho e, portanto, recebe um salário com dignidade, conhece muito bem o caminho que leva a farmácia, a feira, a escola etc.
Muitas pessoas do meu convívio afirmam que votarão em Dilma porque ela fez isto e aquilo em benefício da Educação. Maravilha – mas isto é obrigação dela. E acho até que ainda fez pouco. Tudo aquilo que os políticos fazem em benefício do povo nada mais é do que sua obrigação. Digo e repito: é para isto que eles são eleitos e recebem um salário acima do que merecem, portanto, nada mais justo do que cumprirem suas obrigações. É assim em qualquer empresa séria, logo, não vejo motivos para aplausos.
Também não voto em Dilma por causa de suas pretensões para criar um Conselho Nacional de Jornalismo visando fiscalizar o trabalho da Imprensa. Ora, todos sabem que a liberdade de imprensa é o que fortalece a democracia de um país. Ela fala com fluência acerca de sua experiência quando foi torturada durante a ditadura militar, mas se recusa a comentar as dúvidas existentes acerca do seu envolvimento com planos de sequestros, atos terroristas e assaltos a bancos durante sua militância em facções revolucionárias armadas.
São muitos os motivos que me impedem de votar em Dilma, mas eu vou expor somente alguns: Ela quer implantar um regime socialista totalitário no Brasil; quebrou a Petrobrás, um dos maiores orgulhos do povo brasileiro e transformou a empresa em um antro de corrupção e cabide empregos; foi protagonista do escândalo da Refinaria de Pasadena (EUA), gerando um prejuízo aos cofres públicos estimados em mais de um bilhão; aumentou a quantidade de ministérios para 39, onerando ainda mais o Estado Brasileiro.
Além disso, ela é a favor do aborto; apoiou a distribuição do kit-gay nas escolas públicas, passando por cima da liberdade familiar; tentou implantar a PL-122, que limitava a liberdade de expressão dos religiosos acerca da homossexualidade; não esboçou qualquer reação, quando Evo Moralez nacionalizou a Petrobrás; perdoou a dívida de vários países africanos, custeadas com nosso dinheiro; por causa da contratação de 10.000 médicos cubanos, que vivem no País em regime de trabalho escravo. Estes médicos recebem somente 25% dos salários e o resto é enviado para Fidel Castro; porque aprova um salário reclusão maior do que o salário mínimo vigente no País.
Também tenho muitos motivos para não votar em Aécio Neves e o primeiro deles diz respeito à sua mania de cercear a Imprensa Mineira. Não faz muito tempo que ele mandou demitir o diretor da Rede Globo, em Minas, simplesmente porque as reportagens veiculadas o desagradaram; censurou parte da imprensa mineira por denunciar esquemas de corrupção do seu governo; vetou mais de 70 Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) durante 10 anos no poder.
Além disso, o candidato é acusado de construir cinco aeroportos em cidades localizadas nas imediações de sua fazenda. Um dos aeroportos custou 14 milhões e foi construído na fazendo de um tio dele. Segundo a imprensa mineira, o presidenciável teria pago a quantia de 56 milhões, para arquivar a investigação de ilegalidade na construção desse aeroporto; tentou censurar o Google, Yahoo! E o Bing, movendo ações para a retirada de links relacionados ao uso de drogas e ao desvio de verbas da saúde.
E mais: Em 2013 quando Dilma anunciou redução de 20% na conta de luz, os tucanos de Minas se posicionaram contra e pediram um aumento de 30%. Em vez de diminuir, o valor da conta de energia subiu 14,76% porque foi este o percentual aprovado pela Aneel; em quatro anos como senador, Aécio Neves apresentou menos projetos que o deputado Tiririca; gastou 63% da verba do Senado com passagens de avião para o Rio de Janeiro. Apenas 27% das viagens foram para MG, estado pelo qual se elegeu senador.
Portanto, como eu não tenho em quem votar para conduzir os destino do meu Brasil varonil, sinto-me de pés e mãos atadas; vestida de luto fechado tal qual uma viúva que acaba de perder seu marido muito amado. Votar ou não votar? – eis a questão que atormenta meus dias, provoca-me suspiros e noites de insônia. Quem poderá me ajudar? (NL 11.10.2014)