Tamanduá tomando banho?
Algumas coisas soam muito certinhas, quase matemáticas. Tão certinhas e matemáticas que nem parecem ser a vida real, parecem estranhas. Como alguns fatos da eleição presidencial em curso.
Abertas as urnas, dia 05, Dilma Roussef (PT) obteve 41% dos votos, ao passo que Aécio Neves (PSDB), conseguiu 33%, ambos passando para o segundo turno. Até aí nada de estranho, visto PT e PSDB desde 1994 polarizarem a disputa presidencial. Entretanto, as pesquisas eleitorais dos grandes institutos, que cometeram muitos erros e discrepâncias no primeiro turno, agora saíram redondinhas: Aécio 51% e Dilma 49% de votos válidos, empatados tecnicamente na margem de erro, tanto no Ibope quanto no DataFolha, contratados pela Rede Globo, em levantamentos realizados em momentos diferentes, na primeira e na segunda semana deste segundo turno. E é aí que tudo começa a soar estranho.
Quando a ciência social, mesmo quantitativa, parece matemática, a impressão que fica é que tal precisão é artificial, principalmente num momento eleitoral, onde grandes interesses estão em jogo. Pesquisas tão assimétricas no primeiro turno e tão simétricas no início do segundo. Claro, essas coincidências podem perfeitamente acontecer, ainda mais em se tratando de um quadro de segundo turno, com apenas dois candidatos.
Mas que soam estranhas nesse momento, soam, principalmente levando-se em conta resultados díspares de outras pesquisas, elaboradas pelo Vox Populi e por outros institutos. O levantamento do Vox Populi, embora dê vantagem numérica para Dilma, também acusa um empate técnico. Já as outras pesquisas, como do Instituto Paraná e IstoÉ/Sensus, chegam a dar 17% de vantagem para Aécio.
Nesse quadro, como levar em conta as pesquisas eleitorais nas projeções para essa eleição?
Concomitantemente, a grande mídia nacional começa a divulgar trechos parciais dos depoimentos do doleiro e do ex-diretor da Petrobrás, liberadas por um juiz do Paraná. As denúncias, em vez de atingirem especificamente as pessoas envolvidas, atingem principalmente, de forma genérica, os partidos envolvidos: "PT e PMDB", como disse solenemente Willian Bonner na abertura do Jornal Nacional de 09 de outubro, pouco antes de anunciar... o resultado das pesquisas! Apenas coincidência, mas estranho.
O sociólogo alemão Max Weber escreveu que política é ação subjetiva. Logo, quase nada é por acaso, existem poucas coincidências. O que existe são estratégias e táticas sendo operadas pelos sujeitos sociais e políticos visando determinada finalidade ou objetivo, numa arena sem anjos ou santos. A corrupção, claro, não é uma invenção da mídia, longe disso. É uma chaga insofismável no governo federal, tanto hoje, no PT (Petrolão), quanto era no tempo do PSDB (Privataria Tucana), por exemplo.
Todavia a grande mídia, como diria o apresentador Nelson Rubens, “aumenta, mas não inventa”. No caso, agora ela segmenta, torna públicas acusações incompletas a fim de causar desgaste a uma determinada candidatura. As (escandalosas) últimas edições das revistas semanais Veja, IstoÉ e Época, que foram às bancas entre 13 e 15 de outubro, com fotos de capa trazendo Aécio Neves, matérias positivas em relação ao candidato peessedebista e recheadas de denúncias e críticas endereçadas ao governo petista, não deixam qualquer dúvida quanto a isso. Tornam o debate político-eleitoral desequilibrado.
Antes, tudo isso soava estranho, tal qual um tamanduá tomando banho. Não soa mais. Cabe ao povo escolher o seu candidato ou candidata por meio de seu próprio discernimento dia 26, avaliando, dentre os diferentes modelos para o Brasil que ambos representam, o melhor caminho, conforme o seu juízo, livre.
Algumas coisas soam muito certinhas, quase matemáticas. Tão certinhas e matemáticas que nem parecem ser a vida real, parecem estranhas. Como alguns fatos da eleição presidencial em curso.
Abertas as urnas, dia 05, Dilma Roussef (PT) obteve 41% dos votos, ao passo que Aécio Neves (PSDB), conseguiu 33%, ambos passando para o segundo turno. Até aí nada de estranho, visto PT e PSDB desde 1994 polarizarem a disputa presidencial. Entretanto, as pesquisas eleitorais dos grandes institutos, que cometeram muitos erros e discrepâncias no primeiro turno, agora saíram redondinhas: Aécio 51% e Dilma 49% de votos válidos, empatados tecnicamente na margem de erro, tanto no Ibope quanto no DataFolha, contratados pela Rede Globo, em levantamentos realizados em momentos diferentes, na primeira e na segunda semana deste segundo turno. E é aí que tudo começa a soar estranho.
Quando a ciência social, mesmo quantitativa, parece matemática, a impressão que fica é que tal precisão é artificial, principalmente num momento eleitoral, onde grandes interesses estão em jogo. Pesquisas tão assimétricas no primeiro turno e tão simétricas no início do segundo. Claro, essas coincidências podem perfeitamente acontecer, ainda mais em se tratando de um quadro de segundo turno, com apenas dois candidatos.
Mas que soam estranhas nesse momento, soam, principalmente levando-se em conta resultados díspares de outras pesquisas, elaboradas pelo Vox Populi e por outros institutos. O levantamento do Vox Populi, embora dê vantagem numérica para Dilma, também acusa um empate técnico. Já as outras pesquisas, como do Instituto Paraná e IstoÉ/Sensus, chegam a dar 17% de vantagem para Aécio.
Nesse quadro, como levar em conta as pesquisas eleitorais nas projeções para essa eleição?
Concomitantemente, a grande mídia nacional começa a divulgar trechos parciais dos depoimentos do doleiro e do ex-diretor da Petrobrás, liberadas por um juiz do Paraná. As denúncias, em vez de atingirem especificamente as pessoas envolvidas, atingem principalmente, de forma genérica, os partidos envolvidos: "PT e PMDB", como disse solenemente Willian Bonner na abertura do Jornal Nacional de 09 de outubro, pouco antes de anunciar... o resultado das pesquisas! Apenas coincidência, mas estranho.
O sociólogo alemão Max Weber escreveu que política é ação subjetiva. Logo, quase nada é por acaso, existem poucas coincidências. O que existe são estratégias e táticas sendo operadas pelos sujeitos sociais e políticos visando determinada finalidade ou objetivo, numa arena sem anjos ou santos. A corrupção, claro, não é uma invenção da mídia, longe disso. É uma chaga insofismável no governo federal, tanto hoje, no PT (Petrolão), quanto era no tempo do PSDB (Privataria Tucana), por exemplo.
Todavia a grande mídia, como diria o apresentador Nelson Rubens, “aumenta, mas não inventa”. No caso, agora ela segmenta, torna públicas acusações incompletas a fim de causar desgaste a uma determinada candidatura. As (escandalosas) últimas edições das revistas semanais Veja, IstoÉ e Época, que foram às bancas entre 13 e 15 de outubro, com fotos de capa trazendo Aécio Neves, matérias positivas em relação ao candidato peessedebista e recheadas de denúncias e críticas endereçadas ao governo petista, não deixam qualquer dúvida quanto a isso. Tornam o debate político-eleitoral desequilibrado.
Antes, tudo isso soava estranho, tal qual um tamanduá tomando banho. Não soa mais. Cabe ao povo escolher o seu candidato ou candidata por meio de seu próprio discernimento dia 26, avaliando, dentre os diferentes modelos para o Brasil que ambos representam, o melhor caminho, conforme o seu juízo, livre.