POLÍTICA NOJENTA!

Se eu fosse petista, eu falaria mal do PSDB. Se eu fosse membro de algum partido, talvez eu olhasse somente para a sujeira dos outros partidos. Eu me esqueceria dos erros do meu partido. No entanto, eu não pertenço a nenhum partido.

Não simpatizo com uma grande parte do pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, mas concordo quando, no livro “O Anticristo”, ele afirma: “Chamo mentira ao negar-se a ver certas coisas que se veem, negar-se a ver alguma coisa tal como ela é; ... A mentira mais frequente é a que cada qual diz a si próprio ... Mas não querer ver o que se vê, não querer ver como se vê, isto é quase condição primordial para todos os que são de tal ou qual partido: o homem de partido é necessariamente mentiroso”.

Prefiro não ser de partido. Todo partido tem interesses particulares. Partido é algo fragmentado; é algo que foi despedaçado; é apenas uma parte; é uma organização que busca o poder.

Temos uma política nojenta. Vivemos num país em que imperam os interesses de grupos. Dificilmente, encontramos um membro de partido que tenha a decência e a nobreza de reconhecer o bem que foi feito por outros partidos, por outros indivíduos.

Temos uma política nojenta, asquerosa. Em nome do poder, muitos deixam de ver o que devem ver. Na política brasileira, partidos ficam brigando para ver quem roubou mais e quem roubou menos dos cofres públicos. Brigam para saberem quem é mais corrupto, ou quem o é menos. Quem rouba menos é quem merece o voto. Quem é menos corrupto é quem merece vencer uma eleição. É assim que funciona a política no e do Brasil.

Há poucos meses, eu ouvi de alguém: “Eu sei que ele roubou, mas pode fazer alguma coisa por nós”. Outros dizem: “Roubou, mas fez”. Há um chavão muito conhecido: “Rouba, mas faz”. Tenho um amigo que diz: “Devemos escolher o menos mau”. Triste situação! Triste realidade brasileira!

Será que existe corrupção pior do que outra? Será que existe corrupto melhor do que outro? Será que existe alguém menos corrupto. O que é alguém menos corrupto? No Brasil, temos que seguir a lógica de escolher o “menos ruim”. É assim que muitos pensam, agem e vivem. Existe essa possibilidade? Que parâmetros usaremos para dizer que, no Brasil, um político é melhor do que o outro?

Numa propaganda eleitoral, eu escutei várias vezes: “Esse tem moral”. Eu fico me perguntando o que é moral. Certamente não é a moral que constitui uma parte da Filosofia. Não é a moral que eu ensino onde eu trabalho. Não é a moral estudada pela ética, também parte da Filosofia. Ah, eu me corrijo: cada grupo tem a própria moral! É isso! Moral é um conjunto de normas e regras de um grupo social qualquer, que serve para orientar as relações entre as pessoas desse grupo. Esta definição serve para fundamentar a moral que os políticos brasileiros criam e usam. A moral deles depende da circunstância, do momento. É por isso, também, que a ética tem como objeto o estudo da moral, porque nem toda moral é boa. A ética analisa os variados comportamentos morais. O que é moral para um grupo pode não ser para outro. A ética, portanto, reflete.

Quando o PT era oposição, juntar-se ao Sarney era imoral; era antiético. Quando chegou ao poder, juntar-se ao Sarney tornou-se algo necessário na política desenvolvida pelo PT. Tornou-se uma regra de ação, de manutenção do poder. Lula deve ter lido o livro “O Príncipe”, de Maquiavel. Aprendeu a conquistar e a manter o poder. Além disso, fez muito mais do que Maquiavel teorizou. Jogou sujo; joga sujo. Isto não foi ensinado por Maquiavel. Este pensador político é objeto de boas e más interpretações. Se os ossos de Maquiavel ainda existissem, os restos desse político estariam pulando de nojo na cova, pois ele não nos ensinou uma política suja, asquerosa, nojenta.

O PT critica certas alianças de Marina Silva. Esta, segundo o PT, não pode fazer acordo com certas pessoas. Eu pergunto: por que o PT pode fazer acordos com certos políticos, com certas pessoas? Por que o PT pode fazer alianças em nome de governar para o povo, mas Marina, segundo o mesmo PT, não deve fazer certos acordos? Por quê?

Hoje, o PT faz severas críticas ao PSDB, e vice-versa. Hoje, eles ainda são os maiores rivais. Será que já estiveram juntos? Petistas, estudem a história do Brasil!

Hoje, todo petista afirma que não se deve votar no PSDB, e vice-versa. E, se no futuro, PSDB e PT se unirem (novamente?) para derrotar um político pior do que eles? Será moral e ético votar neles? O que dizer? Será que PSDB e PT se unirão algum dia? Na política brasileira, tudo é possível. Não duvide! Se duvidar disso, você poderá cometer um grande erro. Na política brasileira, o que mais importa é o momento político; é a circunstância. Tudo depende da circunstância.

Existe coisa mais asquerosa do que um corrupto falando mal de outro corrupto? Existe! Sei que existe. No entanto, é também asqueroso ver e ouvir um membro de um partido corrupto falando mal de outro partido envolvido em corrupção. Quem roubou mais? Foi o PT? Foi o PSDB? Quem se envolveu mais em escândalos? Ainda há gente inocente que acredita que o PT gosta de ser investigado; que o PT é quem autoriza as descobertas da podridão de seu governo.

Você, por exemplo, que está me lendo, no Recanto das Letras ou no Facebook, daria a sua senha de e-mail para alguém? Daria a sua senha do Facebook para alguém ver suas mensagens, suas conversas? Daria a sua senha de outra conta na internet? Você não é louco para fazer isso. Ou o é? Você não entrega a sua senha nem à sua esposa ou esposo; nem ao namorado ou namorada. Ou entrega? Eu não farei isso! Se você visse algumas mensagens minhas... rs. Nada imoral, mas extremamente pessoal, íntimo.

Quem deseja ver seus segredos descobertos? Você deseja? Você não é maluco para desejar isso. Da mesma forma, meu amigo, o PT não deseja ser investigado. Quando as denúncias acontecem, o governo tem a necessidade de construir um discurso e afirmar que deseja que todos sejam investigados, “doa a quem doer”. É o que diz a Dilma. Essa é uma forma de se sair bem diante do público. Todo político dirá e afirmará isso. Ou não? Dirá! Fará! Faz parte da estratégia de se defender. Faz parte da política. Obs.: Falo mais a respeito desse partido porque é ele que está no poder.

É por ser amante da verdade que eu não faço parte de partido. Será que, nas condições atuais, um político que não entre em acordo com pessoas indesejadas ganhará uma eleição no Brasil? Duvido!

O que fazer?

Amar e buscar a verdade não é fácil! Que verdade? Existem muitas verdades. Será que eu vou me tornar um cético? Será que eu vou deixar de acreditar na verdade? Tenho Deus na qualidade de base, na qualidade do meu sustentáculo.

Neste segundo turno, alguns anularão seu voto; outros votarão em branco; outros votarão em alguém. O que devemos fazer? Decida-se! Faça o que lhe parecer bom, ou proveitoso! A decisão é sua. Exerça a sua liberdade!

Era e é somente isso o que eu tinha para dizer, o que eu digo e direi sobre a situação atual e sobre o segundo turno da eleição para a Presidência do Brasil.

Um cordial abraço!

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 07/10/2014
Reeditado em 07/10/2014
Código do texto: T4990431
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