Pirotecnia, desperdício de recursos e omissão estatal
Na quinta-feira – 12/06/2014, dia da estreia do Brasil contra a Croácia, todos os que transitaram pelas vias de Belo Horizonte se depararam com um fortíssimo aparato militar, por onde quer que se fosse.
Nos dias que antecederam a partida a polícia deixou bem claro que não toleraria vandalismo, o que foi amplamente divulgado pelos órgãos de imprensa.
A sociedade ordeira recebeu essa informação de forma animadora e confortadora. Mas, para o desalento dessa mesma sociedade, o que se viu foi exatamente o contrário.
Um grupo de pouquíssimos arruaceiros transitou, quebrou, intimidou, depredou por onde passou. Tudo sob os olhares e a inércia dos militares que se limitaram a proporcionar espetáculos pirotécnicos com lançamento de bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo em praça pública. No caso, a nossa belíssima, pacata e querida Praça da Liberdade.
As pessoas que eventualmente se encontravam ali se viram em um verdadeiro cenário de guerra e de pavor, sem saber para onde correr.
Os moradores dos prédios no entorno e aqueles que se encontravam no interior do conjunto arquitetônico da praça, foram aterrorizados com as seguidas explosões das bombas lançadas pela polícia. Bombas essas que pareciam explodir dentro de suas dependências.
Os poucos baderneiros desceram pela Av. João pinheiro, promovendo quebradeiras e a polícia por ali, como que apreciando as cenas.
Quando os marginais alcançaram o Detran, perceberam que ali fora colocada uma viatura da polícia civil, como forma de “inibir” uma possível depredação àquela instituição.
Absurdo! Colocar um bem público exposto à ação de meliantes incontidos.
Uma vez que não estavam sendo impedidos de suas investidas, promoveram quebradeira na repartição e destruíram o veículo propositalmente posicionado à sua entrada.
Ali os arruaceiros fizeram o que bem entenderam, de certa forma protegidos pela Polícia Militar, que, pasmem, embora tenha o dever constitucional de fazê-lo, nada fez para conter os celerados.
Estavam todos ali, ao alcance das mãos, mas, certamente as tropas não foram autorizadas a agir e com certeza era tudo o que elas queriam naquele momento, agir. Conter os malfazejos em flagrante delito de depredação do patrimônio público.
Ficam aqui algumas perguntas:
Se era para não agir, porque convocar tantos policiais e impor mais esse ônus com viaturas, combustíveis e logística à sociedade.
Porque privar os militares do convívio com os seus familiares, expô-los aos xingamentos dos fora da lei, deixá-los em situação vexatória diante da sociedade e em condições precárias, no que respeita às necessidades alimentares e fisiológicas de maneira geral?
Quem, afora a sociedade, deve ser responsabilidade por tamanha malversação do erário público?
A quais interesses essa inércia satisfaz?
Essas e muitas outras questões esperam por resposta por parte de quem de direito.