O Voto Facultativo
Senão em todos, na maior parte dos países que circundam o Brasil o voto é facultativo. Em alguns da América Central também. Na Europa e América do Norte nem se fala. Só em nosso país é que somos obrigados a votar. Isso é a prova maior da pouca ou nenhuma credibilidade de nossos políticos. Ao contrário dos países em que, apesar de o voto ser facultativo, as pessoas deslocam-se de suas casas para exercer o seu direito de voto. É também a prova maior de que, se o voto fosse facultativo no Brasil, poucos de nós votaríamos nos candidatos em quem temos a obrigação de votar.
Mas poucos são também os que reconhecem a necessidade dessa medida democrática. Você votar se achar que deve. Que contribui para a depuração ou melhoria do nível moral dos candidatos. Exatamente pela incerteza da sua eleição Medida que, por isso mesmo, deveria ser talvez o primeiro item de uma verdadeira reforma política ainda não implantada por nenhum de nossos governantes. Porque não interessa absolutamente a nenhum deles. Nem mesmo os partidos que se acreditam menos contaminados pelas impurezas (PSOL, PSTU e outros) de que se constitui o meio político brasileiro, advogam a implantação do voto facultativo. O que eles desejam primeira e imperiosamente é a eleição de seus candidatos.
Na última eleição do Chaves, venezuelanos que se encontravam no Brasil deslocaram-se, por exemplo, de determinados pontos do Estado do Rio de Janeiro até à orla da capital para poderem votar no seu presidente. Sem que para isso tivessem sido obrigados. Isso num país que muitos consideram de segunda linha, a julgar pelo seu posicionamento contrário à política emanada de Washington.
Em todas as eleições porque já passamos, os candidatos falam sempre em mudanças. Mas nunca sobre a mudança do regime de votação. De obrigatório para facultativo. O que, sem dúvida, não é do interesse deles. Como acaba também não sendo do nosso.
Rio, 30/09/2014