Campanha Eleitoral Difamatória
Reportando-me ao dito popular de que “não se chuta cachorro morto”, vê-se que basta um candidato subir nas pesquisas eleitorais para que uma verdadeira artilharia lhe seja disparada. Enquanto seu índice está lá embaixo, ninguém lhe faz nenhuma acusação. É tido como bom e honesto porque não ameaça nenhum dos seus competidores.
Recentemente, em decorrência de uma tragédia com o candidato titular, a sua sucessora ganhou as páginas dos principais jornais, sendo alvo de uma fúria difamatória, o que não lhe ocorria quando seu titular estava abaixo dos dois primeiros colocados. Agora, como está incomodando, com seu elevado índice de aceitação, apontam-lhe todo tipo de difamação e calúnia. Dizem até que “nunca antes neste país se usou tanta mentira e difamação para atacar um adversário”.
Recorro agora a um caso que acompanhei numa pequena cidade do interior, por onde passei. Um cidadão de bem, dedicado a sua atividade privada, não pensava em ingressar na política. Mas, como fazia um trabalho social relativamente importante para a sua comunidade, era sempre convidado por políticos para determinados cargos, isto naturalmente por interesse no seu prestígio, podendo render-lhes alguns dividendos eleitorais. E ele, irredutivelmente, fugindo a qualquer convite. Na expectativa de que ele aceitasse, fizeram uma pesquisa de intenção de votos, cujo resultado lhe deu uma aceitação de 87%. No dia seguinte, eis que recebe a visita de auditores para uma auditoria em sua empresa. E ele, meio assustado, diz: “Poxa, toda a vida eu fui honesto, ninguém nunca me fiscalizou, agora que me apontam como provável candidato e com chances de ganhar, passei a ser desonesto?”.
E nunca mais quis saber de ser candidato a cargo político. E assim, vê-se consumada aquela frase: “Na política não há espaço vazio, se os bons não ocupam, os maus comandam.”