A Revolta da Vacina e o projeto de urbanização
Em 9 de novembro de 1904, uma violenta rebelião popular estourou no Rio de Janeiro, a capital da República. O estopim do protesto foi a lei, aprovada pelo Congresso, que instituiu a vacinação obrigatória contra a varíola.
O principal motivo de descontentamento foi a derrubada de habitações populares, ordenada pelas autoridades sanitárias, numa conjuntura de desemprego elevado e inflação alta. Como é sabido, o prefeito Pereira Passos ficou com a responsabilidade de reurbanizar a então capital do país.
A vacinação e a reforma urbana são essenciais ao projeto de modernização da capital do presidente Rodrigues Alves. Seu objetivo é atrair imigrantes e capital estrangeiro - o que seria impossível na cidade sem esgoto e assolada por doenças.
O médico paulista Oswaldo Cruz, nomeado diretor da Saúde Pública em 1903, já havia atacado a peste bubônica e a febre amarela. Mas a imposição da vacina contra a varíola gera reações. A revolta dura três dias, com barricadas nas ruas, saques, depredações e mortes. O prédio da Escola Militar da Praia Vermelha (seus cadetes também entram na revolta) foi bombardeado.
Rodrigues Alves, diante da ameaça de golpe de Estado, prende chefes militares, decreta Estado de Sítio e garante aos sanitaristas o poder de aplicar a vacina. Iniciada a vacinação em massa, a varíola praticamente desaparece - 256 casos em 1905 e 9 registros em 1906, quando Alves passou o cargo a Affonso Pena. (Prof. Ricardo Santos – texto adaptado)
ATENÇÃO! CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DE SEUS TRABALHOS!
Entregue as respostas numa folha de caderno universitário (Folha Grande). Exemplo: 1A. Use letra maiúscula. Dê uma à outra resposta, deixe espaço de duas (2) linhas. Você pode colocar as respostas no mesmo lado da folha. Sua escrita deverá ser legível. Identifique o seu trabalho, por exemplo, ''Revolta da Vacina''. Não esqueça o seu nome, o número e a série. Lembre-se: cada questão tem uma resposta. Não esqueça o prazo de entrega. Não descuide da Estética de seu trabalho (apresentação). Um detalhe importante: trabalho sem nome será desconsiderado. Não rasure.
NAS QUESTÕES OBJETIVAS ABAIXO, MARQUE UM X
1. O governo Rodrigues Alves (1902-1906) foi responsável pelos processos de modernização e urbanização da Capital Federal - Rio de Janeiro. Coube ao prefeito Pereira Passos a urbanização da cidade e ao Dr. Oswaldo Cruz o saneamento, visando a combater principalmente a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Essa política de urbanização e saneamento público, apesar de necessária e modernizante, encontrou forte oposição junto à população pobre da cidade e à opinião pública porque:
a) mudava o perfil da cidade e acabava com os altos índices de mortalidade infantil entre a população pobre.
b) transformava o centro da cidade em área exclusivamente comercial e financeira e acabava com os infectos quiosques.
c) desabrigava milhares de famílias, em virtude da desapropriação de suas residências, e obrigava a vacinação anti-variólica.
d) provocava o surgimento de novos bairros que receberiam, desde o início, energia elétrica e saneamento básico.
e) implantava uma política habitacional e de saúde para as novas áreas de expansão urbana, em harmonia com o programa de ampliação dos transportes coletivos.
2. Dentre os movimentos populares que agitaram o Rio de Janeiro no início do século, um destacou-se: aquele que vinha contrariar a política de saneamento e de reurbanização da cidade, com a demolição dos cortiços e quiosques do centro. Esse movimento foi:
a) a Revolta da Chibata
b) a Revolta de Canudos
c) o movimento do Contestado
d) a Revolta da Armada
e) a Revolta da Vacina
3. No início do século XX, focos de varíola e febre amarela fizeram milhares de vítimas na cidade do Rio de Janeiro. Nesse mesmo período, a atuação das Brigadas Mata-Mosquitos, a obrigatoriedade da vacina contra a varíola e a remodelação da região portuária e do centro da cidade geraram insatisfações entre as camadas populares e entre alguns políticos. Rui Barbosa, escritor, jurista e político, assim opinou sobre a vacina contra a varíola: "...não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura (...) com a introdução, no meu sangue, de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte." Considerando esse contexto histórico e as formas de transmissão e prevenção dessas doenças, é correto afirmar que
a) a febre amarela é transmitida pelo ar e as ruas alargadas pela remodelação da área portuária e central da cidade permitiriam a convivência mais salubre entre os pedestres.
b) o princípio de ação da vacina foi compreendido por Rui Barbosa, que alertou sobre seus efeitos e liderou a Revolta da Vacina no Congresso Nacional.
c) a imposição da vacina somou-se a insatisfações populares geradas pela remodelação das áreas portuária e central da cidade, contribuindo para a eclosão da Revolta da Vacina.
d) a varíola é transmitida por mosquitos e o alargamento das ruas, promovido pela remodelação urbana, eliminou as larvas que se acumulavam nas antigas vielas e becos.
e) a remodelação da área portuária e central da cidade, além de alargar as ruas, reformou as moradias populares e os cortiços para eliminar os focos de transmissão das doenças.
4. No governo Rodrigues Alves (1902-1906), ocorreu a revolta da vacina, que estava contextualizada:
a) na modernização e no saneamento do Rio de Janeiro.
b) na modernização e no saneamento do Brasil como um todo.
c) no combate às doenças epidêmicas promovido pela ONU.
d) na recepção aos imigrantes.
e) na oposição entre os setores rural e urbano.
5. No início do século XX, um jornalista descreveu o Rio de Janeiro, então capital da República, como “um monstro onde as epidemias se albergam dançando sabats magníficos, aldeia melancólica de prédios velhos e alçapados, a descascar pelos rebocos, vielas sórdidas cheirando mal”. (Nosso Século. São Paulo: Abril Cultural/Círculo do Livro, 1985, v. 1, p. 37.) Entretanto, uma tentativa oficial de alterar esse cenário desolador resultou, em 1904, na rebelião popular conhecida como
(A) Revolta da Vacina.
(B) Revolta da Armada.
(C) Revolta da Chibata.
(D) Revolta de Canudos.
(E) Revolta do Contestado.
6. Tiros, gritaria, engarrafamento de trânsito, comércio fechado, transporte público assaltado e queimado, lampiões quebrados às pedradas, destruição de fachadas dos edifícios públicos e privados, árvores derrubadas: o povo do Rio de Janeiro se revolta contra o projeto de vacinação obrigatório proposto pelo sanitarista Oswaldo Cruz. (Gazeta de Notícias, 14.11.1904.) A reação violenta da população do Rio de Janeiro foi causada
(A) pelo fato da campanha de vacinação ser direcionada apenas aos indivíduos das classes privilegiadas economicamente, deixando a população mais pobre à mercê das doenças.
(B) pela manipulação das massas por parte de grupos monarquistas, com o objetivo de desestabilizar o governo republicano e criar as bases para um retorno da família real ao Brasil.
(C) pela fixação de uma taxa a ser paga caso o indivíduo quisesse ser vacinado, cujo valor, acima das posses da população de baixa renda, impossibilitaria a vacinação em massa.
(D) pela desconfiança da população em relação a Oswaldo Cruz, cujos projetos anteriores de erradicação da doença de chagas e da malária não apresentaram os resultados esperados.
(E) pela insatisfação com o autoritarismo dos agentes da Saúde Pública somada à alta do custo de vida e ao deslocamento da camada mais pobre para a periferia em função da urbanização da cidade
7. A cidade do Rio de Janeiro, no início do século XX, então capital da República, assistiu a importantes revoltas populares, entre as quais a Revolta da Vacina. Sobre este período é INCORRETO afirmar:
(A) A cidade do Rio de Janeiro, durante o governo do presidente Rodrigues Alves (1902-1906), encontrava-se em meio a problemas de saneamento e superpopulação de cortiços, que foram justificadores de uma reforma urbana.
(B) O prefeito do Rio de Janeiro Pereira Passos e o médico Oswaldo Cruz elaboraram um grande projeto sanitário que executou a demolição de velhos prédios e cortiços, que deram lugar à grandes avenidas e jardins. Tais medidas chegaram mesmo a eliminar o morro do Castelo para dar lugar à avenida Central, atual avenida Rio Branco.
(C) Oswaldo Cruz, diretor de Saúde Pública, criou as chamadas Brigadas Mata-Mosquitos, que ficaram sob o controle de funcionários do Serviço Sanitário, que invadiam as casas para desinfecção e eliminação dos mosquitos transmissores da febre amarela.
(D) O estopim da Revolta da Vacina teria sido, além da reforma urbana, a aprovação pelo Congresso, em 1904, da Lei da Vacina Obrigatória, que teria deixado a população descontente. A reação popular, entretanto, não conseguiu suspender a obrigatoriedade da vacina.
(E) A reação da população exigiu do governo a decretação do Estado de Sítio em 1904. Centenas de pessoas foram presas e muitas delas enviadas para o Acre, contendo definitivamente a rebelião.
8. A jovem República brasileira passava por sérios problemas em 1904. O centro do Rio de Janeiro, uma mistura de cortiços e pensões, era impregnado pelo fedor que vinha do porto. Os bairros estavam
isolados entre si, e monarquistas, anarquistas e capoeiras ainda representavam uma ameaça ao regime. O presidente Rodrigues Alves precisou encomendar uma reforma da capital, e para isso convocou o
engenheiro Pereira Passos, nomeando-o prefeito com poderes especiais. No dia 8 de março de 1904 começou a reforma, popularmente conhecida como o “bota-abaixo”.
Um dos principais desdobramentos dos fatos narrados no texto acima foi
a) a construção de moradias populares para os habitantes dos cortiços.
b) a elaboração de um projeto urbanístico popular no Rio de Janeiro.
c) o aumento da rivalidade política entre monarquistas e anarquistas.
d) a deposição do prefeito Pereira Passos.
e) o agravamento da chamada Revolta da Vacina.
9. "Não seria exagero dizer que a cidade do Rio de Janeiro passou, durante a primeira década republicana, pela fase mais turbulenta de sua existência. Grandes transformações de natureza econômica, social, política e ideológica, que se gestavam há algum tempo, precipitaram-se com a mudança do regime político e lançaram a capital em febril agitação, que só começaria a ceder ao final da década." (CARVALHO, José Murilo de. OS BESTIALIZADOS: O RIO DE JANEIRO E A REPÚBLICA QUE NÃO FOI. São Paulo: Cia. das Letras, 1987) Dentre os movimentos populares que agitaram o Rio de Janeiro no início do século, um destacou-se: aquele que vinha contrariar a política de saneamento e de reurbanização da cidade, com a demolição dos cortiços e quiosques do centro. Esse movimento foi:
a) a Revolta da Chibata
b) a Revolta de Canudos
c) o movimento do Contestado
d) a Revolta da Armada
e) a Revolta da Vacina
10.Leia o parágrafo abaixo.
"A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na história do país de movimento popular de êxito baseado na defesa do direito
dos cidadãos de não serem arbitrariamente tratados pelo governo."
CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p. 138-139.
Considere as seguintes afirmações a respeito do movimento social acima referido, ocorrido em 1904.
I. Entre as motivações da revolta, destacou-se a resistência popular ao cumprimento da vacinação obrigatória contra a varíola, o que
levou à ocorrência de uma série de distúrbios e manifestações violentas no centro da cidade do Rio de Janeiro.
II. A revolta foi insuflada pelos remanescentes da oposição jacobina e positivista, que tentaram instrumentalizar a insatisfação popular,
a fim de derrubar o governo.
III. Apesar de ter sido derrotado, o movimento provocou a desestabilização do regime republicano, na medida em que ocasionou uma profunda crise econômica, resolvida somente com a assinatura do Funding Loan.
Quais estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas III.
(C) Apenas I e II.
(D) Apenas I e III.
(E) Apenas II e III.
11. O higienismo criou todo um conjunto de prescrições que deveriam orientar e ordenar a vida nos seus mais variados aspectos: na cidade, no trabalho, no comércio de alimentos, no domicílio, na família e nos
corpos. (…) Nesse processo, a problemática da cidade foi delineada enquanto “questão” — a chamada questão urbana —, atravessada pelos pressupostos da disciplina e da cidadania, passando a cidade a ser reconhecida como espaço de tensões. (Maria Izilda Matos)
Rodrigues Alves, um dos mais progressistas entre os governantes oligárquicos, enfrentou uma ação popular, contra os seus planos de modernização e urbanização, denominada:
a) Campanha Civilista.
b) Revolta da Chibata.
c) Revolta da Vacina.
d) Revolta de Canudos.
e) Política das Salvações.
12. No início do século XX, focos de varíola e febre amarela fizeram milhares de vítimas na cidade do Rio de Janeiro. Nesse mesmo período, a atuação das Brigadas Mata-Mosquitos, a obrigatoriedade da vacina contra a varíola e a remodelação da região portuária e do centro da cidade geraram insatisfações entre as camadas populares e entre alguns políticos. Rui Barbosa, escritor, jurista e político, assim opinou sobre a vacina contra a varíola: “...não tem nome, na categoria dos crimes do poder, a temeridade, a violência, a tirania a que ele se aventura (...) com a introdução, no meu sangue, de um vírus sobre cuja influência existem os mais bem fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte.”
Considerando esse contexto histórico e as formas de transmissão e prevenção dessas doenças, é correto afirmar que
a) a febre amarela é transmitida pelo ar e as ruas alargadas pela remodelação da área portuária e central da cidade permitiriam a convivência mais salubre entre os pedestres.
b) o princípio de ação da vacina foi compreendido por Rui Barbosa, que alertou sobre seus efeitos e liderou a Revolta da Vacina no Congresso Nacional.
c) a imposição da vacina somou-se a insatisfações populares geradas pela remodelação das áreas portuária e central da cidade, contribuindo para a eclosão da Revolta da Vacina.
d) a varíola é transmitida por mosquitos e o alargamento das ruas, promovido pela remodelação urbana, eliminou as larvas que se acumulavam nas antigas vielas e becos.
e) a remodelação da área portuária e central da cidade, além de alargar as ruas, reformou as moradias populares e os cortiços para eliminar os focos de transmissão das doenças.
13. - As manifestações populares de junho de 2013 trouxeram, entre outros elementos, a discussão sobre o protagonismo popular na História do Brasil. Este protagonismo foi, em grande medida, tratado como uma novidade, todavia a História do Brasil registra inúmeros momentos onde o protagonismo popular se fez presente. Entre esses episódios, encontra-se a Revolta da Vacina em 1904. Esse levante popular, ocorrido na cidade do Rio de Janeiro em 1904, foi recentemente abordado na telenovela Lado
a Lado, exibida entre setembro de 2012 e março de 2013.
Identifique as seguintes afirmativas sobre a Revolta da Vacina como verdadeiras (V) ou falsas (F):
( ) O descontentamento da população pobre do centro da cidade do Rio de Janeiro com as reformas urbanas que as desalojavam sem garantia de reinstalação foi um dos elementos a motivar a revolta.
( ) Uma das motivações para a Revolta da Vacina foi a contrariedade da população com a forma como a vacinação obrigatória contra a varíola foi estabelecida.
( ) Entre as pessoas presas durante a Revolta da Vacina, muitas foram enviadas para prisões no Acre.
( ) Apesar de serem beneficiados com a crise gerada pela Revolta da Vacina os grupos contrários ao governo do presidente Rodrigues Alves evitaram estimular o movimento.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) F – V – V – F.
b) V – F – F – V.
c) F – V – F – V.
d) V – V – V – F.
e) V – F – V – F.
14. Os representantes do atraso e do progresso aparecem como
faces da mesma moeda em Os sertões e em outro livro da época,
O Bota-Abaixo, de José Vieira. Euclides traça o perfil de
Conselheiro no parágrafo “Como se faz um monstro”: “E surgia na
Bahia o anacoreta sombrio, cabelos crescidos até aos ombros,
barba inculta e longa; face escaveirada; olhar fulgurante;
monstruoso, dentro de um hábito azul de brim americano”; Vieira
parece retomá-lo na caracterização do prefeito Pereira Passos: “Ali
estava ele – o monstro. Trajava um simples paletó azul, calça de
listras, chapéu de feltro. Alto, a barba branca espontada, as
sobrancelhas espessas sombreando-lhe os olhos pequenos”.
Sem se ocupar da população despejada, a reforma de Pereira Passos tornou sistemático um processo que deve o nome à campanha de Canudos: a favelização. Os veteranos da guerra, ao se reinstalar no Rio de Janeiro, deram ao morro da Providência o nome do seu local de acampamento nos sertões: o morro da Favela, também mencionado por Euclides como o lugar de onde um capuchinho amaldiçoou Conselheiro, abrindo caminho para a invasão. (Ricardo Oiticica. Nossa História. “Euclides incrível”)
A reforma mencionada no texto, empreendida por Pereira Passos, e que contribuiu para o processo de favelização da então capital brasileira, teve como uma de suas principais consequências uma grande reação popular conhecida como
(A) Revolta do Contestado, movimento messiânico que mobilizou
a população miserável, revoltada contra o governo republicano vigente.
(B) Revolta da Vacina, movimento de massa que eclodiu após a demolição de moradias populares e da ação autoritária de agentes sanitários.
(C) Quebra-Quilos, movimento encabeçado pela população
desalojada, que depredou edifícios públicos e destruiu mansões e palacetes.
(D) Revolta da Chibata, movimento protagonizado pela população
negra, principal vítima da segregação social intensificada pela reforma.
(E) Noite das Garrafadas, movimento insurrecional militar que, durante a reforma, organizou um motim popular para depor o presidente.
15. Revolta da Vacina é o nome pelo qual ficou conhecido o conjunto de manifestações populares ocorridas, no Rio de Janeiro, no início do século XX, em oposição à lei de vacinação obrigatória contra a varíola. Os conflitos, ocorridos a partir de novembro de 1904, tinham como um dos principais pontos de tensão a oposição entre alguns interesses de diferentes setores da população e as políticas públicas que se implementavam no alvorecer da República no Brasil. Considerando-se esse movimento, é CORRETO afirmar que os revoltosos
a) almejavam a restauração da Monarquia, que, embora aristocrática em suas bases, não havia chegado, ao longo do século XIX, a tão exacerbado ato de autoritarismo.
b) lutavam contra o progresso que, segundo o entendimento da época, inevitavelmente acentuaria o processo de exclusão social já vigente na Primeira República.
c) pretendiam a deposição do Presidente da República, membro da oligarquia paulista e autor da medida autoritária que implementou a vacinação obrigatória em todo o País.
d) sustentavam a necessidade de se resguardarem aspectos da vida privada e da moralidade da população, que julgavam ameaçados pela política de Saúde Pública.
16. “Tudo começou quando o governo, alegando razões de saúde pública, começou a invadir as casas de habitantes no Rio de Janeiro para
combater focos de mosquitos. Sem conseguir explicar claramente que os mosquitos transmitiam febre amarela, as autoridades não consultavam os
cidadãos. A privacidade dos lares era simplesmente invadida. Na chefia da Saúde Pública do Rio de Janeiro, estava um jovem médico de nome Osvaldo Cruz.” Arruda, J.J. de A. Piletti, N. Toda a História. História
Geral e História do Brasil. São Paulo: Ática, 2000
Esse episódio da história republicana do Brasil ficou conhecido como:
a) Revolta de Canudos.
b) Revolta da Vacina.
c) Revolta do Contestado.
d) Quebra Quilo.
e) Revolta da Chibata.
17. Durante o período da presidência de Rodrigues Alves (1902-1906), o Rio de Janeiro passou por um amplo processo de reurbanização. Um dos objetivos desse processo foi
(A) a democratização no uso do espaço urbano, com a criação de áreas de lazer e de divertimento popular.
(B) o estímulo ao turismo e à organização de grandes eventos na cidade, aumentando a captação de recursos financeiros.
(C) a ocupação sistemática dos morros, ampliando a disponibilidade
de áreas de residência e prestação de serviços.
(D) a melhoria da higiene e do saneamento urbanos, com a vacinação obrigatória e a erradicação de epidemias.
(E) o combate à violência e ao crime organizado, que proliferavam
nos morros e nas áreas centrais da cidade.
18. (Adaptada) O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre amarela, varíola, tuberculose e peste. Ao assumir a presidência da República, Rodrigues Alves instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da República. O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças com a derrubada de casarões e cortiços (e o consequente despejo de seus moradores). A população apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. Fonte: http://www.ccms.saude.gov.br/ revolta/revolta.html Adaptado. Acessado em 20-09-2013
Foi nesse contexto de reurbanização e saneamento básico que ocorreu
o movimento denominado Revolta da Vacina, como parte das políticas
públicas, implantadas no início da República Velha. Com base em seus
conhecimentos sobre o período, pode-se concluir que a relação do Estado com as massas populares era:
A) autoritária, já que a vacina era obrigatória e não ocorreram esclarecimentos a respeito de seus benefícios.
B) paternalista, já que o Estado focava a infraestrutura como moradia, transporte público e saúde dos trabalhadores.
C) cooperativa, já que o Estado passou a investir na construção de casas populares para favorecer o eleitorado pobre.
D) negligente, já que inexistiam políticas públicas de saúde e saneamento básico que melhorassem a cidade.
E) amistosa, já que a população reconhecia os benefícios da vacina e a preocupação do governo com suas necessidades.
19. Em 1904, o governo brasileiro decretou a vacinação obrigatória contra a varíola, suscitando tensões sociais na cidade do Rio de Janeiro. Nesse contexto histórico emergiu um movimento popular conhecido por Revolta da Vacina, cujos anseios acabaram se traduzindo numa luta contra
(A) o movimento grevista dos funcionários dos postos de saúde, que impedia a população pobre de tornar a vacina.
(B) a cobrança do imposto sindical e a modernização patrocinada pelos cafeicultores nas regiões centrais da cidade do Rio de Janeiro.
(C) o alto custo de vida, o desemprego, a falta de liberdade política, a opressão do poder público e a demolição dos cortiços naquela cidade.
(D) o presidente do Congresso Nacional que aprovou a lei da vacina, mas não garantia a sua aplicação para toda a população.
(E) as fábricas que produziam as vacinas, em razão da desorganização da distribuição do medicamente aos postos de saúde.
20. Sobre a Revolta da Vacina, é correto afirmar que foi
a) um movimento cuja base social eram os trabalhadores imigrantes pobres não reconhecidos pelo Estado brasileiro como portadores de direitos sociais e, portanto, excluídos da campanha de vacinação em massa proposta por Oswaldo Cruz.
b) uma mobilização popular que reivindicava ao governo Rodrigues Alves políticas de saúde pública, em particular o combate a doenças como febre amarela, peste bubônica e varíola.
c) desagrada em razão dos altos custos financeiros dos medicamentos e das vacinas contra a varíola e a febre amarela, então acessíveis apenas às camadas sociais médias urbanas e às elites rurais.
d) uma reação das classes populares a um conjunto de medidas sanitárias, entre as quais uma reforma urbana (eliminação de cortiços, construção de ruas e avenidas largas), realizada com truculência por funcionários do governo federal.
e) uma iniciativa dos intelectuais positivistas brasileiros para os quais aquelas medidas de saúde pública, voltadas às camadas pobres da população, deveriam ser obrigatórias.
21. Em novembro do ano passado, a Revolta da Vacina fez cem anos. A obrigatoriedade da vacinação obrigatória antivariólica foi estabelecida por lei em 31 de outubro de 1904, e cercava o cidadão por todos os lados. Exigia atestado de vacinação para matrícula em escola, emprego, hospedagem, viagem, casamento, e previa multas para os recalcitrantes. A reação começara desde a aprovação do projeto. Oradores operários argumentavam que era grave ofensa à honra do chefe de família ter seu lar, em sua ausência, invadido por médicos, perante os quais sua mulher e filhas seriam obrigadas a se desvendarem para receberem a vacina no braço. Finda a resistência, a polícia varreu a área conflagrada, prendendo os suspeitos de sempre. O saldo final de vítimas foi de 30 mortos, 110 feridos e 945 presos. Analisando essa revolta popular, José Murilo de Carvalho afirma que ela “é emblemática da dificuldade de relacionamento entre governo e povo no Brasil. Seu aspecto mais interessante é que não teve um lado errado e um lado certo, bons e maus.” Assinale a opção que analisa a revolta da vacina com a mesma interpretação que lhe dá José Murilo de Carvalho.
A) Quando o drástico, posto que necessário, projeto de regulamentação da lei de obrigatoriedade da vacina contra a varíola vazou para a imprensa, os políticos da oposição cerraram fileira contra a vacina, na ânsia de enfraquecer o presidente Rodrigues Alves.
B) A revolta foi um trágico desencontro entre a política bem intencionada e esclarecida de Oswaldo Cruz, Diretor Geral da Saúde Pública, e valores populares que tinham a ver com a dignidade pessoal e a inviolabilidade do lar.
C) A assim chamada “Revolta da Vacina” colocou em confronto, cada qual em sua trincheira, militares e políticos da oposição que queriam derrubar o governo, de um lado; de outro, jornais governistas e autoridades que apoiavam Rodrigues Alves.
D) Os positivistas tratavam a obrigatoriedade da vacina como despotismo sanitário e estigmatizavam a vacina como sendo o túmulo da liberdade.
E) A revolta foi consequência do obscurantismo popular, da ação ensandecida de uma “turba-multa irresponsável de analfabetos”, segundo palavras de Olavo Bilac.
22. (Modificada) A respeito da Revolta da Vacina pode-se dizer que foi
a) um movimento cuja base social eram os trabalhadores imigrantes pobres não reconhecidos pelo Estado brasileiro como portadores de direitos sociais e, portanto, excluídos da campanha de vacinação em massa proposta por Oswaldo Cruz.
b) uma mobilização popular que reivindicava ao governo Rodrigues Alves políticas de saúde pública, em particular o combate a doenças como febre amarela, peste bubônica e varíola.
c) a verdade é uma só: foi deflagrada em razão dos altos custos financeiros dos medicamentos e das vacinas contra a varíola e a febre amarela, então acessíveis apenas às camadas sociais médias urbanas e às elites rurais.
d) uma iniciativa dos intelectuais positivistas brasileiros, entre eles Rui Barbosa, para os quais aquelas medidas de saúde pública, voltadas às camadas pobres da população, deveriam ser obrigatórias.
e) uma reação das classes populares ao conjunto de medidas sanitárias, entre as quais uma reforma urbana, que previa a eliminação de cortiços, a construção de ruas e avenidas largas, realizada com truculência por funcionários do governo federal.
f) São corretas as alternativas A, B, C, D.
SAIBA MAIS! AS QUESTÕES ACIMA SÃO DE IMPORTANTES UNIVERSIDADES BRASILEIRAS, ENEM, CADERNO DO ALUNO, ETEC, CURSINHOS E CONCURSOS PÚBLICOS.