Cenário Político pós Campos
Não sei se é um sentimento geral, mas sei que pelo menos a mim é um dos assuntos que tem consumido minha mente: eleições. Desde a trágica e mal explicada morte do candidato Eduardo Campos, vi o cenário eleitoral brasileiro se transformar e, por que não, se iluminar um pouco.
Eduardo era o terceiro colocado nas pesquisas, e tinha carisma, vendia bom humor, e até ouvi algumas boas idéias dele, como a de alteração na licença maternidade, para que esta só seja contada depois que o bebê tenha alta do hospital. Achei uma idéia simples, direta e importante, do tipo de idéia que, se não fosse pela ampla burocracia e pelo filtro de interesses parlamentares, não teria problema em ser aprovada e faria um bem para a sociedade.
Depois da sua morte, vi verdadeiros carniceiros tentando se aproveitar da comoção pública ao homenagear justamente aquele a quem estavam atacando para ganhar votos. Acho que de 10 campanhas televisivas que assisti, ao menos 6 carregavam o nome de Campos! Ao meu ver, isso é tiro no pé, por que a única pessoa que realmente pode carregar essa bandeira é Marina Silva, e ao trazer constantemente o nome e a imagem do candidato, consequentemente irá fortalecer a imagem e a popularidade da candidata atual.
Até mesmo os "todos-poderosos" Petistas aderirão às homenagens. Mas esses eu até posso perdoar, afinal quem teve que recorrer a parte humanitária de Dilma, mostrando ela cozinhando, cuidando do jardim e sentindo saudade dos filhos, com certeza não está bem na foto. Principalmente depois daquele papelão dela no Jornal Nacional na segunda feira. A Petista tem dificuldade em ser vista sem os escândalos, pelo menos pela população metropolitana.
O tucano não consegue alavancar nas pesquisas, não por causa do seu discurso padronizado e promessas tipicas, acho que seu fracasso está ligado a falta de carisma com o público. O que posso dizer? ele simplesmente não consegue se conectar com as pessoas...
Marina Silva está rotulada de segunda opção, do mesmo jeito que Dilma está para mensalão, afinal, se ela tivesse o apoio da coligação, teria sido candidata em primeiro lugar, ao invés de vice. Acho que Marina é a opção para quem não acredita mais nos grandes partidos, que dominam a presidência há décadas, e apesar dela ter ainda um pouco daquela baboseira política padrão, sua imagem humilde e religiosa traz uma pontinha de esperança.
Não vejo o cenário tão imprevisível há bastante tempo, mas também nunca tinha visto manifestações como as de 2013 e veja só no que deu: 20 centavos a menos... quero acreditar que a eleição possa ser um pouco melhor sucedida.