JEITO DE FAZER POLÍTICA

Para atingirem seus objetivos, inúmeras pessoas acabam por espalhar dor e angústia em seus arredores. Mentem para conseguir um emprego ou um benefício qualquer, tirando dos outros a oportunidade de trabalhar ou de receber alguma benesse.

Empresas, ao fazerem seleções para a admissão de funcionários, lançam provas e concursos fraudulentos com o intuito de tirarem lucro da situação, documentos são falsificados, e tantas outras falcatruas são aplicadas em nosso meio.

Diante de tais circunstâncias precisamos denunciar e exigir nossos direitos. Soa estranha essa frase, não é? Exigir, lutar, cobrar por nossos direitos. Se são direitos, deveriam por si só serem respeitados e nunca violados. Isso ocorre por causa de nosso desleixo para com os valores eméritos e frouxidão de nossas leis e fiscalizações. Devidos aos conchavos políticos, apadrinhamentos, politicagem e tantas outras atitudes, direitos são violentados e deveres esquecidos. Para muitos, o que impera é a lei de levar vantagem.

Tenho observado no submundo das campanhas eleitorais pessoas brigando, fazendo barulho, provocando e criticando àqueles que consideram como a oposição. E muitas tragédias acontecem devido a isso, enquanto que aqueles que aguardam para lucrar com a vitória do candidato que apoiaram, estão quietos em seus cantos, só na tocaia, esperando por um pedaço de bolo (bem grande), e aqueles que gritaram, brigaram, espernearam, não têm nenhuma fatia desse grande e mal dividido preparado. Observe se isso não tem ocorrido em sua cidade.

Vimos shows caríssimos serem trazidos até nossas cidades, comícios, show mícios, badernas para ludibriar os eleitores, fazendo uma lavagem cerebral para que eles acreditem nas falsas ideias e falsas promessas proferidas por esses grandes atores. Sim, são grandes atores, que nem mesmo com o auxílio de um holograma conseguimos descobri-los. Representam muito bem, e nós nos transformamos em marionetes e claquetes mal pagas. Vamos ficar mais atentos e reavaliar nossos conceitos quanto a isso. Quanto ao ser bem ou mal pago, não nos referimos à compra de votos, mas a seriedade e humanidade no trabalho por parte de nossos gestores para nos fornecer melhores condições de trabalho, saúde, moradia educação e segurança.

Essa politicagem vem de longas datas porque alguns transformam a política em farra e fazem dela motivos de provocação e desrespeito. Muitos são vitimados por esse implacável monstro indomável. Eliminar o caos e a desordem das campanhas e eleições através de uma consciência reta e um comportamento elevado implica na revelação de um sistema político probo.

Nossos antepassados travaram uma luta ferrenha para que hoje a política fosse o que é. Muita coisa já foi feita, direitos conquistados, benefícios concedidos, mas precisamos dar continuidade a essas lutas para que todos possam se convalescer desse mal estar social em que muitas vezes se torna a disputa por uma vaga e a gestão nos governos municipais, estaduais e federais.

Geralmente, quando um gestor cumpre ou perde seu mandato, logo os funcionários, denominados de cargos comissionados, são trocados. Com isso, muitas vezes, a população sai perdendo, porque dentro da equipe anterior tinha-se profissionais gabaritados. Por que não mantê-los, então?

Não é porque a pessoa não nos apoiou que temos que excluí-la de nossa relação de capacitados. Motivo de desânimo e indignação. É o que está se tornando nosso sistema político.

Você já reparou como tem candidatos que só falam do que o outro candidato não fez ou deixou de fazer? E por que será que eles brigam tanto? Para se ter mais vantagem, pois a fonte deve ser bem abastada, não acha? Se fosse um trabalho onde não houvesse a possibilidade de se ter altos ganhos, será que haveria essa disputa tão acirrada?

Na época das eleições os candidatos sobem morros, vão a locais ou em partes das cidades que nem sabiam que existiam e depois se esquecem que existem...

Vejamos bem quem colocaremos para nos representar nos governos

municipais, estaduais e federais, pois são eles que vão tomar conta de nosso dinheiro. Isso mesmo. Dinheiro que você, que eu, que nós pagamos impostos, tarifas, multas—e não é pouco— e que serão, ou deviam ser revertidos em obras de saneamento, construções hospitalares, investidos na saúde, educação e no bem estar de TODOS, mas esses TODOS se tornam ALGUNS. São esses que emprestaram dinheiro para contratar shows e financiam campanhas eleitorais com a finalidade de nos iludir e comprar nossos votos, fazendo, assim, não uma campanha de divulgação de propostas e ideias, mas de troca de favores.

O que colocamos aqui não é que não devamos ir a shows, eventos, e que não possamos nos divertir, mas que observemos se a intenção desses shows não está sendo a de nos entreter, desviando nossa atenção para que não vejamos as escabrosidades por detrás das cortinas do Senado, da Câmara de Deputados, de Vereadores e dos Gabinetes dos três poderes. Veja quem é que queremos que nos represente em nossa casa, porque o Brasil, o Estado, o Município em que moramos são nossas casas. Suponha que você fará uma viagem e queira deixar alguém para tomar conta de sua morada, quem você colocaria?

Pense em quem você vai votar. Veja se o candidato que você escolheu é bom pai ou boa mãe, bom filho ou boa filha, se é bom esposo ou boa esposa, se leva uma vida honesta sem se envolver em orgias e badernas. Se envolver em orgias e badernas é diferente, mas muito diferente de se envolver em brigas, porque brigar, lutar, defender, deve ser uma das características de um bom político. Que ele brigue sim para que todos tenham a mesma oportunidade. Que ele lute por um país justo, por um meio ambiente despoluído, por geração de empregos, por salários dignos. Que ele defenda nossos direitos e nossa liberdade, e para isso, ele não precisa ser um intelectual ou um gênio, ele precisa apenas ter em seu coração amor por sua pátria e pelo seu povo. E amor por sua pátria não é saber cantar o Hino Nacional, o Hino da Bandeira, decorar fórmulas e datas, mas é lutar para que os pássaros possam viver livres e soltar suas melodias e ouvir os cantos dos desesperados que pedem um pouco de atenção e condição de sobreviverem. É investir na educação escolar, na saúde, no esporte, na música, valorizando todos os esportes e artes para que o Brasil deixe de ser apenas o país do futebol e do carnaval para se tornar uma nação em que haja, de verdade, Liberdade, Igualdade e Fraternidade. É incentivar o reflorestamento, criar áreas verdes, fazer a lei ser cumprida.

Ter amor ao povo não é pegar crianças no colo e exibi-las para as câmeras como se fossem amuletos, mas é dar à todas elas direito de acesso à a uma vida digna.

E quanto a nós, cidadãos, devemos pagar nossos impostos, cumprir a lei, mesmo que não a compreendamos bem. Devemos estudá-las e difundir nossas opiniões para, assim, mudá-las.

Se fôssemos mais racionais que emocionais, falando aqui de emoções frívolas como gritarias, ofensas aos candidatos, transmissão de falsas informações que revelam mentiras a respeito da vida particular e social das pessoas, seria ativado o mecanismo que revelaria a face oculta desse cobiçado enigma, que é a resposta para a solução dos problemas que assolam a humanidade.

Um país, além de homens e livros, faz-se também com fé, trabalho, perdão, caridade, espiritualidade, honestidade, filantropia, tolerância e renúncia.

A construção de uma nação em que impere sua dignidade é o que fará com ela se torne radiante, mostrando seu brilho à todos por ser a Pátria Amada. Nessa viagem espacial que fazemos dentro do Planeta Terra temos condições de nos tornar e torná-lo especial.

Quanto aos segredos que se escondem por trás de toda politicagem, não se incomode eles serão revelados. Se não foram descobertos é porque não é chegado o momento, e tudo vem ao seu tempo, não adianta querer precipitar as coisas. Precisamos perseverar e não nos apavorarmos mediante isso e repreendermos as causas que originam as mazelas que acometem uma nação.

Para nossa reflexão

Um mestre chama o discípulo, que era muito impaciente e irrequieto e dizia que desejava descobrir o mistério da vida, para que visse algo maravilhoso no cume de uma montanha. O estudante fica super entusiasmado só de pensar na sensação que teria quando chegasse ao cimo. Eles saem bem cedo e caminham durante horas por uma trilha entre paisagens verdejantes, animais de plumagens coloridas, toda uma fauna e flora encantadoras. Finalmente, chegam ao topo da cadeia rochosa, e o mentor diz a seu aluno:

-Chegamos, e aqui está o que eu queria lhe mostrar.

O jovem fica desapontado, uma vez que o que vê é a mesma paisagem que presenciara durante todo o percurso da caminhada. Não havia nada de diferente a não ser uma pedra tosca no chão.

O professor lhe mostra aquela pedra e lhe diz:

-É isso que eu queria lhe mostrar.

O discípulo se decepciona mais uma vez e reclama:

-Você me trouxe a essa distância para me mostrar uma pedra? Eu imaginei que chegando aqui iria encontrar algo estupendo, e não vejo nada, e você vem me mostrar uma pedra?

O aprendiz fica desanimado e pensativo.

O mestre sai andando, deixando-lhe assimilar a lição. Ele pensa um pouco, sorri e diz:

-Entendi. Não é o término da jornada e nem a sua conclusão que é a felicidade. O término da caminhada não é o apogeu, mas sim o caminhar, o caminho; a felicidade está no percorrer e enquanto percorremos o caminho...

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E assim encerro mais este texto.

Lembre-se de que podemos conquistar tudo o que quisermos, mas se não conquistamos o respeito e o amor das pessoas e pisoteamos, roubamos e humilhamos, teremos que refazer a caminhada. E ao recomeçá-la, façamos diferente, sem nos preocuparmos com a sua conclusão, mas com cada passo que damos.

O segredo de uma felicidade não está no objetivo, mas sim em como trilhamos o caminho para chegarmos até ela.

Enxergar a vida pelo prisma da materialidade, em que os valores morais são deixados de lado, é correr rumo ao nosso desencantamento. No final dessa caminhada constataremos felizes ou acabrunhados tudo aquilo que fizemos ou que deixamos de fazer. Aí está a diferença entre o bem e o mal.