PCC ou PCP - Quem sois?

Primeiro Comando da Capital ou Primeiro Comando do Planalto?

Para o jurista Wálter Maierovitch, um dos principais estudiosos de crime organizado, o governo precisa cortar o poder econômico da facção.

• Metade das cooperativas de transporte de São Paulo tem elo com o PCC.

Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo e ex-secretário nacional antidrogas, o jurista Wálter Fanganiello Maierovitch, de 66 anos, é um dos principais estudiosos brasileiros sobre o crime organizado. Quando era juiz, nos anos 1990, foi o primeiro não-italiano condecorado pelo governo da Itália pela sua atuação no combate à máfia.

MAIS INFORMAÇÕES

• Facção fatura 6 milhões de reais com tráfico e outros crimes.

• A polícia prende 40 suspeitos de integrarem o PCC.

Mesmo aposentado, ele continua estudando o tema e diz que o Governo paulista não sabe combater a maior facção criminosa do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC) e permite que ela cresça, inclusive se expandindo, ainda que timidamente para a área política, com o suposto envolvimento de um deputado estadual.

O temor de Maierovitch é o mesmo que de boa parte dos analistas do assunto, de que essa facção ganhe força e se torne uma organização transnacional. “O PCC hoje é uma pré-máfia”, diz ele.

As grandes organizações criminosas se infiltram no poder. Influenciam eleitoralmente, é algo que o PCC ainda não fez.

Seria lavar o dinheiro em postos de gasolina e ter uma atuação mais forte economicamente. Algo como ter controle das ações da Petrobras. O PIB do PCC é ainda muito fraco.

Pergunta: E o componente político? O PCC já obteve?

Resposta: É a primeira vez que se tem a infiltração de um órgão de poder com o deputado [Luiz Moura]. Mas ainda não temos uma condenação definitiva. E essas grandes organizações criminosas se infiltram no poder. Elas influenciam eleitoralmente, é algo que o PCC ainda não fez, embora já tenha tentado lançar uma candidata à vereadora de São Paulo.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2014/08/07/politica/1407421840_758721.html

Muito bem, e lá vamos nós. Publicado pela Folha de SP, em 11/08/14:

“O Deputado Federal Luiz Argôlo (SDD-BA) é sócio informal de Alberto Youssef na empreiteira Malga Engenharia, segundo informações prestadas pela contadora Meire Poza à Polícia Federal, que trabalhou para o doleiro”.

“Argolo era o parlamentar mais próximo de Youssef, segundo dados reunidos pela Polícia Federal na Operação Lava Jato”.

“Youssef chegou a entregar dinheiro no apartamento que a Câmara dos Deputados cede a Argolo, de acordo com a PF”.

“O Deputado, por sua vez, usou recursos da Câmara para pagar passagem e hotel para encontros com o doleiro”.

“A empreiteira é dona de máquinas, caminhões e chegou a ser subcontratada pela Delta para duplicar uma estrada no Paraná, a BR – 163, num contrato de 115 milhões do Dnit”.

Para quem não se lembra – até porque nossa memória é curta, senão curtíssima - a Delta é aquela empreiteira (?????) filhinha predileta do Planalto, carne e unha com o bicheiro Cachoeira e com o ex-Senador Demóstenes Torres, a mesma amiga íntima de Cabral ex-governador do Rio, presente na festança dos lencinhos e da dança das garrafas em Paris. Bacana! Não confundir o ponto de exclamação com a letra.

Vamos em frente com o Primeiro Comando da Capital:

Lava Jato – operação deflagrada pela PF contra esquema de lavagem de dinheiro que movimentou 10 bilhões, com ramificações na Petrobras, no Ministério da Saúde e em partidos.

Alberto Youssef – preso desde 17 de março, é acusado de comandar o esquema. Documentos mostram que ele recebeu milhões de reais de grandes construtoras, fornecedores da Petrobras e outras empresas.

Paulo Roberto Costa – preso desde 20 de março, ex-diretor da Petrobras seria, diz a PF, o intermediário de grandes negócios entre as empresas. Recolhia propinas e repassava dinheiro a políticos.

André Vargas – desfiliado do PT por causa da sua relação com Youssef. Documentos mostram que eram parceiros em projeto no Ministério da Saúde.

Notícia de hoje, saída do prelo: “Empresa de doleiro foi subcontratada na Petrobras. “Um consórcio que atua para a Petrobras na construção de seis navios, ao valor de cerca de R$400 milhões, subcontratou a empreiteira que é do doleiro Alberto Youssef, preso pela PF, e tem como sócio informal o deputado Luiz Argôlo”(FSP).

“Segundo relatório da PF, a sede da empresa é um sobrado residencial, numa rua onde ninguém nunca ouviu falar da firma.”

O jurista Wálter Fanganiello Maierovitch, alerta que para sua expansão o PCC precisaria de:

“Algo como ter controle das ações da Petrobras. O PIB do PCC é ainda muito fraco”.

Pelo que se percebe, pelos escândalos nossos de cada dia, o PCP, crime organizado do Planalto possui mais, muito mais do que ações da Petrobras. Está mais para Presidência e Conselho de Administração do que para simples acionista.

"Há algo de podre no reino da Dinamarca (*), ou melhor, de podre, muito podre e fétido no reino da Petrobras."

“Há mais coisas entre o Planalto, a Petrobras, seus diretores, “empreiteiras”, deputados, doleiros, Pasadena, Abreu e Lima e COMPERJ, do que sonha nossa vã filosofia.” (*)

E, ainda, me falam de PCC!!!

Quem és tu, pobre PCC, que “sorumbático como uma cegonha, ilha-se na penumbra de suas celas desfrequentadas, a remoer cogitações tristes (**)”, diante do mais portentoso dos escândalos patrocinados pelo Planalto, suas empreiteiras filhas diletas e pela Petrobras?

Bellozi

11/08

(*) – ref: Hamlet.

(**)– ref: os Humildes/G. Rangel.

bellozi
Enviado por bellozi em 12/08/2014
Código do texto: T4919847
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