NA ADMINISTRAÇÃO PETISTA, O NORDESTINO FICOU A VER NAVIOS
Será que nós, nordestinos, vamos nos contentar mais uma vez apenas com o Bolsa Família e votar em massa outra vez no PT? Em 12 anos de PT no governo, nenhuma obra de grande envergadura foi feita no Brasil e, tampouco, no Nordeste.
Uma obra de infraestrutura muito boa seria a da transposição do São Francisco. Sua importância reside sobretudo no abastecimento de água para beber.
Não é a redenção do Nordeste noutros setores, mas a segurança hídrica em várias cidades da região traria uma tranquilidade muito grande para os habitantes delas e é condição "sine qua non" para o seu desenvolvimento, pois a maioria das empresas não se instalam em cidades onde não há essa infraestrutura essencial.
Tivemos recentemente a maior seca dos últimos 50 ou 70 anos. "Nenhum pé de plantação!". Calcula-se que cerca de 70% do rebanho bovino morreu à míngua de sede e fome. Um socorro em ração animal, no momento mais agudo da crise, evitaria, com poucos recursos, esse prejuízo estupendo.
O governo do PT também não nos deu bola em relação às pragas do bicudo e da cochinilha de carmim, que destruíram respectivamente o nosso algodoal e nossa palma forrageira.
Ou seja, nossa economia rural está extremamente fragilizada e a urbana, que absorveria a mão-de-obra desocupada do campo, não pode crescer por conta dos graves problemas de infraestrutura, conforme já foi aludido.
Parece que o governo do PT não se interessa em resolver esses problemas. Prefere dar Bolsa Família, que não resolve o problema mas cria dependência e, portanto, votos-de-cabresto. Uma extrema humilhação para quem é, "antes de tudo, um forte", nas palavras certeiras de Euclides da Cunha.
O que mais revolta é que foram exatamente os nordestinos que deram à vitória a Dilma na última eleição para Presidente da República. Tivessem as votações de Serra e de Dilma sido invertidas aqui, Dilma não teria sido eleita em 2010.
Talvez sejamos vistos pelo PT como uma massa ignara e famélica e que estamos totalmente satisfeitos com as migalhas oriundas das mesas fartas dos membros desse partido.
Não é bem assim. Queremos, todo o Brasil quer, um programa de renda mínima para que brasileiro algum venha a morrer por absoluta falta de ter o que comer. Entendemos apenas que o BF deva ser moralizado e se evite a distorção de muitas pessoas receberem sem necessitar e tantos outros necessitem e não recebam.
Também, paralelamente, queremos uma política de investimentos em setores produtivos da economia para que se crie empregos, que darão dignidade e independência às pessoas.
E que o Bolsa Família não fique eternamente congelada. Para isso, basta diminuir o que é repassado aos bancos em forma de juros (os mais altos do mundo). Do Orçamento Geral da União, em torno de 45% dele são destinados aos bancos. Todos os programas sociais, juntos, incluindo o Bolsa Família, não passam de 3%. Se for diminuído em 3% o que os banqueiros "comem" em juros, pode-se aumentar em 100% o valor das bolsas.
A questão é de preferência opcional: o PT tem preferido beneficiar os banqueiros, que, durante as campanhas, ajudam-no financeiramente, aos bolsistas, que têm apenas os votos para dar.