Luzes que se apagam...
São tantas as vozes que as mãos douradas do crime conseguiram apagar, que chega a dar pena. Tantas luzes que se apagaram. Carlos Heitor Cony, por exemplo. Cony foi um dos que mais combateu a “ditadura militar”; a “ditadura dos generais”. Hoje vivemos na mais cruel das ditaduras. A ditadura consentida; a pior das ditaduras. É essa a ditadura que hoje nós sofremos no Brasil. A ditadura comprada com os votos de milhões de bolsas esmolas. A ditadura dos “mensalões”. São poucos os que hoje não têm medo de falar, de escrever, de gritar, de dizer todas as verdades que precisam ser ditas! Alguns foram sacrificados, como o Celso Daniel. Hoje não há quem o defenda! Os mortos não sabem se defender.
Hoje, Cony, -- como tantos outros que fizeram a cama durante a “ditadura”, e que hoje dormem prazerosamente, ricos, famosos, medalhados e agradecidos por terem sido perseguidos, torturados, ofendidos -- dão graças a Deus por terem sido tão maltratados, coitadinhos, pelos “gorilões” brancos, azuis, verde-olivas, como gostam de nos ofender. – Dona Dilma é um dos melhores exemplos. São tantos os outros exemplos; são tantos os jornalistas, os pseudojornalistas, os metidos a jornalistas, os piadistas, músicos, artistas, compositores, chicos, chicos buarques, uma gama enorme de sortudos que também “enricaram” graças aos bons “anos de chumbo”.
Como você vê, não foi só você, não, Cony! – Judas também traiu Jesus por trinta moedas de prata! Foram tantos os que no Brasil também se venderam. Os que também venderam suas almas ao diabo por tão pouco dinheiro! Tão pouco dinheiro para hoje se manterem de “bico calado”. Quem cala consente, diz a sabedoria popular!
Quem nos dera que Cony fizesse como tantos outros que se diziam “perseguidos”, mas que renunciaram a vender suas almas. Os que hoje reconhecem alguns erros cometidos num recente passado adolescente. -- Parabéns, Gabeira! – que não vive desse ouro podre roubado do faminto povo brasileiro!
Desenterre o seu passado, e surja para o futuro! Nem os Deuses podem modificar o passado. Só o arrependimento pode fazê-lo, Cony!
Coronel Maciel.