A RÉPLICA DO MAGO PAULO COELHO A UM TEXTO NOSSO RESPONDIDA NA NOITE EM QUE O TERROR ASSOLOU O RIO DE JANEIRO
I - Ontem, recebi uma interpelação aberta, via Twitter, da parte do Paulo Coelho: sim, aquele... mago que tem um assento na Academia Brasileira de Letras. Numa única palavra, o mago me pedia: @IgorBuys leia http://jornalggn.com.br/noticia/paulo-coelho-explica-a-celeuma-de-frankfurt … .*
A ideologia do antibrasileirismo expondo sua fúria, na noite de ontem
A ideologia do antibrasileirismo expondo sua fúria, na noite de ontem
Eu li. Li e procurei dar destaque imediato, com os recursos ao meu alcance, ao que chamarei aqui de — réplica a uma nota minha, publicada, no meu blogue gratuito de rascunhos, no mesmo dia em que o mago me enviou a interpelação aberta: 06 de outubro do corrente.
O meu sentimento, então, foi o de ter recebido um pedido de direito de resposta, feito por um indivíduo humano diretamente a outro indivíduo humano, e, ainda, através desse meio que faço questão de evocar como a grande ágora pós-moderna, que são as redes sociais, em conjunto.
Isso precisava ser prestigiado, principalmente por mim, que sou propositor de uma via de — anarquismo plurinacionalista (ao invés de internacionalista); sendo que o anarquismo, no limite, nada mais é do que a incorporação do respeito de um indivíduo pelo outro — falando-se tanto em indivíduos físicos, ou naturais, como em indivíduos culturais, ou lingüísticos** — a um ponto tal que qualquer cogência externa, legal ou estatal, já seja prescindível.
O que não significa, em absoluto, sustento, que o Estado deva ser elidido — e, em Proudhon, pai do anarquismo, se bem o lermos, não há a elisão do Estado, pois toda a estrutura econômica mutualista depende da existência de bancos públicos, e, portanto, de uma administração pública, dê-se a esta o nome que se der. O Estado é mais, bem mais que o seu poder de polícia, administrativa e judiciária. Assim, publiquei a réplica do Mago no meu perfil da rede social hegemônica e enfatizei-a no próprio Twitter, para, mais tarde, comentá-la em maior profundidade, como passo a fazer doravante.
O meu sentimento, então, foi o de ter recebido um pedido de direito de resposta, feito por um indivíduo humano diretamente a outro indivíduo humano, e, ainda, através desse meio que faço questão de evocar como a grande ágora pós-moderna, que são as redes sociais, em conjunto.
Isso precisava ser prestigiado, principalmente por mim, que sou propositor de uma via de — anarquismo plurinacionalista (ao invés de internacionalista); sendo que o anarquismo, no limite, nada mais é do que a incorporação do respeito de um indivíduo pelo outro — falando-se tanto em indivíduos físicos, ou naturais, como em indivíduos culturais, ou lingüísticos** — a um ponto tal que qualquer cogência externa, legal ou estatal, já seja prescindível.
O que não significa, em absoluto, sustento, que o Estado deva ser elidido — e, em Proudhon, pai do anarquismo, se bem o lermos, não há a elisão do Estado, pois toda a estrutura econômica mutualista depende da existência de bancos públicos, e, portanto, de uma administração pública, dê-se a esta o nome que se der. O Estado é mais, bem mais que o seu poder de polícia, administrativa e judiciária. Assim, publiquei a réplica do Mago no meu perfil da rede social hegemônica e enfatizei-a no próprio Twitter, para, mais tarde, comentá-la em maior profundidade, como passo a fazer doravante.
A breve nota que o mago queria que eu lesse tinha sido publicada, haja vista a ligação acima, pelo jornalista Luís Nassif, a quem sigo em mais de uma rede, — não sei se P.C. notou —, e cujo aval confere credibilidade jornalística ao que está declarado. Aliás, Nassif foi um daqueles para quem enviei, por inbox, o link da breve nota que enseja a réplica, titulada: PAULO COELHO, MICHEL TELÓ E A FEIRA DE FRANCOFORTE. São destinatários constantes dos meus textos, remetidos por esse veículo, simples e ágil, além do jornalista citado, Luiz Carlos Azenha, a página do programa Conversa Afiada, a do sociólogo Luiz Müller, fundador do PT, sem mencionar o pessoal da Mídia Ninja, que costuma agradecer e, ontem, inclusive, o fez, com estas palavras: "Oi Igor, Obrigado pelas informações. Continue mandando novidades. Abraços". Outros destinatários constantes dessa minha singela mala direta digital são o famoso Webguerrilheiro Sandinista, na minha opinião, um dos melhores militantes de esquerda que atuam através da R.I.C., o qual respondeu com um caloroso "GRACIAS COMPARTO", dado, assim, em caixa alta, como que em voz alta; voz digital essa de que, já se disse — não sei confirmar: teria ajudado a prender o assassino de Victor Jara...; além, por fim, e com destaque, da página oficial da minha presidenta Dilma Rousseff e da página do blogue Amigos do Lula, entre vários outros.
Entrementes, o mago Paulo Coelho não é um desses destinatários, e, embora eu nunca tenha visitado o seu blogue, ele, — ora, veja —, visitou pelo menos um dos meus, e um blogue gratuito de rascunhos, que, admito, ganhou certa repercussão e notoriedade em alguns círculos. P.C. viu relevância na réplica aberta, veiculada de um perfil com, nesta data, oito milhões quinhentos e noventa mil seguidores, para arredondar. O que só posso receber com simpatia: trata-se, aliás, de um homem simpático, — disse-lhe ontem —, e simpatia, do grego sympátheia (συμπάθεια) é um fundamento racional que visou a explicar o que poderiam ser, ou como poderiam se dar os fenômenos de magia, diga-se de passagem.
Quanto aos possíveis boatos que Coelho desmente na nota em questão, sobre, por exemplo, ter solicitado um auditório com dois mil lugares, que teria sido negado, entre outras regalias “de estrela”, como foi dito pela imprensa não-comercial e isenta; quanto a isso, curiosamente, eu nada escrevi na minha própria nota. Assim, não caberia me retratar em relação a tais alegações, que não são minhas, ainda que venham a ser desvendadas falsas.
Do que concerne ao objeto em si da réplica do mago, eu tão-só compartilhei em rede, já bem depois de postar a minha nota esparsa, e sem nada comentar, a matéria do informativo Brasil 24/7: EXIGÊNCIAS DE ESTRELA TIRAM PAULO COELHO DA FEIRA DE FRANKFURT. Sou levado a supor, então, que Coelho também tenha visitado os meus perfis nas redes sociais, respondendo, incontinênti, ou, ao menos, poucas horas depois de publicado, ao conjunto daquilo que leu, o que, sem dúvida, me traz alguma satisfação pessoal e demonstra, mais uma vez, que escrever em linguagem simplória — algo que, patentemente, não faço — ou ser um escritor-vendedor-ambulante e espetaculoso não são as únicas formas de obter alguma repercussão. Nunca busquei repercussão, até aqui, mas, se vier a buscar, não se me verá fazendo concessões ao semi-analfabetismo voluntário, à anticultura, à anti-arte ou à mediocridade.
Do que concerne ao objeto em si da réplica do mago, eu tão-só compartilhei em rede, já bem depois de postar a minha nota esparsa, e sem nada comentar, a matéria do informativo Brasil 24/7: EXIGÊNCIAS DE ESTRELA TIRAM PAULO COELHO DA FEIRA DE FRANKFURT. Sou levado a supor, então, que Coelho também tenha visitado os meus perfis nas redes sociais, respondendo, incontinênti, ou, ao menos, poucas horas depois de publicado, ao conjunto daquilo que leu, o que, sem dúvida, me traz alguma satisfação pessoal e demonstra, mais uma vez, que escrever em linguagem simplória — algo que, patentemente, não faço — ou ser um escritor-vendedor-ambulante e espetaculoso não são as únicas formas de obter alguma repercussão. Nunca busquei repercussão, até aqui, mas, se vier a buscar, não se me verá fazendo concessões ao semi-analfabetismo voluntário, à anticultura, à anti-arte ou à mediocridade.
E a recente discussão sobre este último tema, que gerou polêmica entre escritores de fantasia, jornalistas, digamos... especializados, e de que participei eu também, como estranho no ninho, através dos mesmos veículos já citados, sem dúvida, serviu de gancho ao jogo de marketing de Paulo Coelho, para repetir a expressão que Affonso Romano Santanna utilizou ontem.
§
II - O que eu disse na minha nota foi, sim: que o mago havia se sentido — deslocado em relação à seleção de escritores que fora feita para representar o Brasil na Feira de Francoforte***. E isso ele não desmentiu na nota que me pediu que lesse, ou em qualquer outro momento; bem ao contrário: ratificou que deixou de ir à Feira, porque não foram convidados alguns escritores de literatura fantástica que, declaradamente, em, pelo menos, um caso, seguem um alardeado discipulado seu.
A analogia com Teló persiste válida e ilustrativa: de modo semelhante, o músico poderia pleitear a ida de um grupo de sete ou oito expoentes do Sertanejo Universitário a um festival internacional de música qualquer, com setenta convidados. O Sertanejo Universitário, provavelmente, vende mais peças de criação autoral e movimenta, com certeza, muito mais dinheiro que a literatura de fantasia em questão, dos discípulos de Coelho, a qual procuraremos definir melhor adiante. Ao lado de Mônica Salmaso, da estrela Roberta Sá, das Mulheres de Hollanda, do Quarteto Morelenbaum; ao lado dos grupos BeBossa e Banda de Boca; de uma comissão de integrantes da bateria e da velha guarda da Mangueira, de ícones do samba como uma Alcione, um Martinho da Vila, de divindades siderais como um Paulinho da Viola, de astros consagrados como Adriana Calcanhoto, Paulinho Moska, e etc., etc., Teló, quiçá, se sentiria, também, como Paulo Coelho em relação a Francoforte, algo — deslocado.
Uma reação natural do músico, então, sobretudo, se já estivesse um pouco mais velho do que está hoje, seria a de pugnar pela presença de pares seus, que são grandes ou megavendedores de cultura popular — e, no seu caso, enfatize-se: o que Teló faz e fazem os seus congêneres realmente se trata de cultura, cultura popular, e cultura popular — brasileira, de modo que ele teria muito, muito mais condições que P.C. de alcançar o seu objetivo, ao menos em parte, levando consigo, mais um ou dois representantes do seu nicho musical, os quais, efetivamente, têm como representar o Brasil.
A analogia com Teló persiste válida e ilustrativa: de modo semelhante, o músico poderia pleitear a ida de um grupo de sete ou oito expoentes do Sertanejo Universitário a um festival internacional de música qualquer, com setenta convidados. O Sertanejo Universitário, provavelmente, vende mais peças de criação autoral e movimenta, com certeza, muito mais dinheiro que a literatura de fantasia em questão, dos discípulos de Coelho, a qual procuraremos definir melhor adiante. Ao lado de Mônica Salmaso, da estrela Roberta Sá, das Mulheres de Hollanda, do Quarteto Morelenbaum; ao lado dos grupos BeBossa e Banda de Boca; de uma comissão de integrantes da bateria e da velha guarda da Mangueira, de ícones do samba como uma Alcione, um Martinho da Vila, de divindades siderais como um Paulinho da Viola, de astros consagrados como Adriana Calcanhoto, Paulinho Moska, e etc., etc., Teló, quiçá, se sentiria, também, como Paulo Coelho em relação a Francoforte, algo — deslocado.
Uma reação natural do músico, então, sobretudo, se já estivesse um pouco mais velho do que está hoje, seria a de pugnar pela presença de pares seus, que são grandes ou megavendedores de cultura popular — e, no seu caso, enfatize-se: o que Teló faz e fazem os seus congêneres realmente se trata de cultura, cultura popular, e cultura popular — brasileira, de modo que ele teria muito, muito mais condições que P.C. de alcançar o seu objetivo, ao menos em parte, levando consigo, mais um ou dois representantes do seu nicho musical, os quais, efetivamente, têm como representar o Brasil.
Eu nunca li qualquer dos escritores que o Mago queria ter ao seu lado na Feira de Francoforte, mas estou a par do modo como estes apresentam suas próprias obras. Estórias que, por vezes, — senão sempre —, se passam em países estrangeiros, e nisso, inclusive, talvez haja alguma imitação do Mago; estórias que têm personagens com nomes estrangeiros e fazem o culto do que é chamado — cultura pop pelos próprios "escritores-espetáculo", para usar da expressão através da qual foram eles definidos, recentemente, por jornalista especializado em promovê-los a outros materiais congêneres. E é evidente que se se pudesse entender como cultura o que é designado por tal expressão — e não como subcultura, ou anticultura e como arma de guerra ("psychological warfare") nas mãos do colonialismo, visando a impor a globalização e o império da mediocridade entre nós —, ainda assim, não se trataria de cultura brasileira, obviamente. Logo, os referidos escritores, em mantendo essa linha de trabalho, nunca, jamais, em qualquer hipótese representarão o Brasil. Mesmo que, por aberração, recebessem um convite para fazer propaganda dos seus trabalhos na Feira de Francoforte no futuro, o que só poderia ocorrer em havendo um retrocesso político brutal no País, provocado por mais um golpe de Estado imperialista, tal grupo de escritores não representaria o Brasil no evento, porque o que fazem, eles próprios salientam: nada tem a ver com o nosso País e a nossa cultura. Trata-se — para ser cordial no grau máximo — de uma literatura estrangeira feita em solo brasileiro. Em solo brasileiro, se faz, outrossim, cinema hollywoodiano, vez por outra; há alguns anos, mais que agora, creio. Porém, tal produção cinematográfica nunca passou de ser um — excremento cultural comparável, para manter o paralelo com a música, ao funk do Rio de Janeiro, incentivado pela Rede Globo com a clara missão de minar a nossa cultura, extinguindo, aos poucos, o samba de raiz que brota das comunidades. Quando feito em França, por exemplo, o cinema hollywoodiano, ou norte-americano, não é menos nauseabundo que o feito no Brasil, contrastando, tristemente, com a riqueza artística do cinema francês, propriamente dito, e com a do cinema brasileiro, propriamente dito, dois dos melhores que se conhece.
Ora, Paulo Coelho ambientou estórias no exterior, em princípio, porque ele — viveu no exterior; porque ter peregrinado pelos ditos Caminhos de Santiago, salvo engano, foi algo realmente muito importante para ele. Assim, escreveu sobre cenas da sua própria vida, recolhendo signos do seu entorno, e, neste sentido, gozou sempre até de certa autenticidade em tudo o que fez e nunca transmitiu, — pelo menos até aqui —, impressão de uma postura ideológica violentamente antibrasileira.****
Já dos escritores que ele está a enaltecer, para sentir-se enturmado, e enturmado entre discípulos, como, quiçá, quereria qualquer mago...; bem, destes, sem pretender magoá-los: não se pode dizer o mesmo. Há ideologia, sim, e ideologia bastante densa, bastante arraigada e até feroz nessa literatura estrangeira de retalhos um tanto rotos, costurados à sombra das nossas palmeiras, onde canta o sabiá. Uma ideologia radicalmente pró-estadunidense e pró-globalização, i.e., a favor da desfiguração das culturas nacionais, a partir da nossa própria; uma ideologia pró-capitalista e, finalmente: antibrasileira; clara e inelutavelmente: antibrasileira.
E, se isso não se aplicar a todos os citados por Coelho, no mínimo, se aplica a alguns. Afirmo-o, sim, sem ter me dado a ler e ouvir (via rádio) mais que algumas entrevistas emblemáticas dos escritores em foco e resenhas dos seus livros; afirmo-o, categoricamente, de observar um escritor profissional, i.e., alguém que professa a arte da escrita e escreve em língua portuguesa, falar ou grafar, a cada cinco palavras em português, três em língua inglesa, o que é extremamente ofensivo e violento, sobretudo, num País que conheceu o drama de viver sob o Regime Contra-Revolucionário Estadunidense, a DSN, durante toda uma era de horrores macabros, e que persiste, ainda hoje, sendo espionado e espoliado pela nação hegemônica. Tal atitude é, pensada e propositalmente, ofensiva e violenta. Pois que a ideologia em questão é a mesma ideologia que, nesta noite, de segunda-feira, sete de outubro, incendiou diversos ônibus pela cidade do Rio de Janeiro; virou viatura de polícia, tentou atear fogo a prédios, parasitando, sem escrúpulos, uma manifestação classicista pacífica, e demonstrando, de vez, a que veio. Essa ideologia tem incinerado a Bandeira Nacional, o nosso lindo Pendão da Esperança, diante de câmeras, que acabam sendo extensões dos nossos olhos doloridos; uma ideologia que pede, diretamente, sem escamoteios: o fim do Brasil! Pede, ainda, no caminho disso, o fim do estado democrático de direito, a derrubada das nossas fronteiras, o fechamento dos nossos bancos públicos — cânone central do anarcocapitalismo, ou anti-anarquismo —, o desaparecimento da nossa cultura para dar lugar a outro “modo de vida”. Enfim, uma ideologia que anela: o extermínio da nossa nacionalidade; é disso que estamos a falar. E de nada menos.
Já dos escritores que ele está a enaltecer, para sentir-se enturmado, e enturmado entre discípulos, como, quiçá, quereria qualquer mago...; bem, destes, sem pretender magoá-los: não se pode dizer o mesmo. Há ideologia, sim, e ideologia bastante densa, bastante arraigada e até feroz nessa literatura estrangeira de retalhos um tanto rotos, costurados à sombra das nossas palmeiras, onde canta o sabiá. Uma ideologia radicalmente pró-estadunidense e pró-globalização, i.e., a favor da desfiguração das culturas nacionais, a partir da nossa própria; uma ideologia pró-capitalista e, finalmente: antibrasileira; clara e inelutavelmente: antibrasileira.
E, se isso não se aplicar a todos os citados por Coelho, no mínimo, se aplica a alguns. Afirmo-o, sim, sem ter me dado a ler e ouvir (via rádio) mais que algumas entrevistas emblemáticas dos escritores em foco e resenhas dos seus livros; afirmo-o, categoricamente, de observar um escritor profissional, i.e., alguém que professa a arte da escrita e escreve em língua portuguesa, falar ou grafar, a cada cinco palavras em português, três em língua inglesa, o que é extremamente ofensivo e violento, sobretudo, num País que conheceu o drama de viver sob o Regime Contra-Revolucionário Estadunidense, a DSN, durante toda uma era de horrores macabros, e que persiste, ainda hoje, sendo espionado e espoliado pela nação hegemônica. Tal atitude é, pensada e propositalmente, ofensiva e violenta. Pois que a ideologia em questão é a mesma ideologia que, nesta noite, de segunda-feira, sete de outubro, incendiou diversos ônibus pela cidade do Rio de Janeiro; virou viatura de polícia, tentou atear fogo a prédios, parasitando, sem escrúpulos, uma manifestação classicista pacífica, e demonstrando, de vez, a que veio. Essa ideologia tem incinerado a Bandeira Nacional, o nosso lindo Pendão da Esperança, diante de câmeras, que acabam sendo extensões dos nossos olhos doloridos; uma ideologia que pede, diretamente, sem escamoteios: o fim do Brasil! Pede, ainda, no caminho disso, o fim do estado democrático de direito, a derrubada das nossas fronteiras, o fechamento dos nossos bancos públicos — cânone central do anarcocapitalismo, ou anti-anarquismo —, o desaparecimento da nossa cultura para dar lugar a outro “modo de vida”. Enfim, uma ideologia que anela: o extermínio da nossa nacionalidade; é disso que estamos a falar. E de nada menos.
Se já os ouvi, para dirimir qualquer sombra de dúvida, a alguns dos “escritores-espetáculo”, coelhianos nesse aspecto — e, quiçá, só nesse aspecto —, em entrevista gravada, fazendo o elogio aberto dessa ideologia? Sim! É claro que já ouvi! Ou não assumiria declarar o que acabo de declarar tão abertamente. Tenho testemunhado da parte deles, deveras, inúmeros posicionamentos consentâneos, estritamente políticos, e político-eleitorais, inclusive.
O ultradireitismo, neste momento, se alastra pelo País e já ensejaria uma resposta emanada da parte da própria cidadania. Esta que, sublevada, constitui, por excelência, um poder acima do Estado, e, eventualmente, pode até pegar, sim, — em armas e ganhar as ruas para defender a pátria e a república contra os vândalos que a ameaçam, extirpando, de vez, esse cancro terrível, que se apresenta como um cosplay de HQ norte-americano, já se o disse, com sagacidade, mas, ao contrário do que aparenta, constitui problema sério, e realmente muito sério.
Entanto eu não tenho a mínima dúvida de que, após as eleições, toda a sociedade, direita, esquerda, governo, oposição: todos, unissonamente, vão pedir as cabeças dos integrantes dessas milícias de aculturados, já, praticamente, alienígenas, que têm espalhado o terror pelo País. E, se o Estado não tivesse força de sobra para fazê-lo, num estalar de dedos, sob a demanda da cidadania, aí sim, nós, os-brasileiros, repito: pegando — em armas, se necessário, o faríamos.
Até as eleições, todos os grupos políticos, todos, sem exceção, pensam em encontrar meios de manobrar tal força bruta do quinta-colunismo feroz e tacanho, como manada bovina em estouro, como bola de demolição, uns contra os outros. Eis a única verdade sobre o porquê de ainda não se haver desbaratado completamente essas milícias armadas. Entanto, assim que a pretensão referida tiver sido ultrapassada, após a consumação do resultado das eleições de 2014, tome nota quem o julgar interessante: haverá uma unidade nacional absoluta contra essa tentativa de fazer conosco o que se está a fazer com os sírios e já se fez a outros tanto povos, de modo que os milicianos mascarados desaparecerão da cena pública, subitamente. Todos e cada qual. Ao menos, até um próximo período pré-eleitoral conturbado.
Voltando aos “escritores-espetáculo”, diria que eles, assim como os praticantes de bloco negro e membros de células paramilitares da entidade Bloco Negro — em relação a que eu próprio tive os meus momentos de engano e entusiasmo — deveriam procurar olhar para frente, o que seria mais fácil, no caso dos escritores, se recebessem a orientação de alguém como Coelho, a quem admiram e em quem confiariam.
Os black blocks — já consinto, após mais esta noite de terror, em grafá-lo na língua da globalização —, infelizmente, não seguem ninguém nem confiam nas próprias sombras, sendo movidos por impulsos frangofílicos histéricos e estéreis, dentro de um quadro paranóide que, no âmbito político, já bem o observou Chauí, se externa como fascismo puro: seu destino, dessarte, está traçado e não há mais volta. Mas, dos "escritores" em questão, os que puderem olhar para frente, ainda que o que tenham em mente seja "strictly business", verão que o Brasil está crescendo e um forte sentimento patriótico vem crescendo junto com Ele.
Em breve — dez anos, ou menos — não haverá mais espaço para os artífices do antibrasileirismo ideológico, em qualquer campo. Ou, se houver algum, estará adstrito, cada vez mais, a uma tribo truculenta e nada simpática: formada por obscuras figuras cheias de spikes e tatuagens nas frontes vidradas. A questão não passa tanto por ser de esquerda ou ser de direita; haja vista que a esquerda patriótica e plurinacionalista compõe, há algum tempo, com representantes autênticos da direita nacionalista, suportando, por isso, as críticas irrelevantes de uma ultra-esquerda aliada ao entreguismo
Compõem entre si essas partes, naturalmente divergentes, para resistir à pressão do quinta-colunismo, da mesma forma que, no país de Bashar Al-Assad, a verdadeira oposição síria se uniu ao governo para enfrentar a ameaça imperialista.
Os black blocks — já consinto, após mais esta noite de terror, em grafá-lo na língua da globalização —, infelizmente, não seguem ninguém nem confiam nas próprias sombras, sendo movidos por impulsos frangofílicos histéricos e estéreis, dentro de um quadro paranóide que, no âmbito político, já bem o observou Chauí, se externa como fascismo puro: seu destino, dessarte, está traçado e não há mais volta. Mas, dos "escritores" em questão, os que puderem olhar para frente, ainda que o que tenham em mente seja "strictly business", verão que o Brasil está crescendo e um forte sentimento patriótico vem crescendo junto com Ele.
Em breve — dez anos, ou menos — não haverá mais espaço para os artífices do antibrasileirismo ideológico, em qualquer campo. Ou, se houver algum, estará adstrito, cada vez mais, a uma tribo truculenta e nada simpática: formada por obscuras figuras cheias de spikes e tatuagens nas frontes vidradas. A questão não passa tanto por ser de esquerda ou ser de direita; haja vista que a esquerda patriótica e plurinacionalista compõe, há algum tempo, com representantes autênticos da direita nacionalista, suportando, por isso, as críticas irrelevantes de uma ultra-esquerda aliada ao entreguismo
Compõem entre si essas partes, naturalmente divergentes, para resistir à pressão do quinta-colunismo, da mesma forma que, no país de Bashar Al-Assad, a verdadeira oposição síria se uniu ao governo para enfrentar a ameaça imperialista.
Destarte, a principal dicotomia política da atualidade é: entre os que são pelo Brasil e os que são contra Ele e a favor da globalização, ou imperialismo; entre os que são pela sobrevivência da nossa cultura, i.e., da — alma nacional, e os que são a favor da imposição da cultura, do “modo de vida”, da língua — ainda acintosamente obrigatória no ensino médio e nos vestibulares para qualquer área de formação — da nação hegemônica e aliadas colonialistas.
E, portanto, é primeiro sob esse foco que se deve perscrutar a questão. E não apenas mantendo-a no campo do que é comercial, divertido e vendável versus o que tem lastro cultural, espessura artística e, por isso, seria, na opinião de alguns — formados em universidades norte-americanas..., “elitista” e invendável.
Nessa segunda oposição diádica que está sendo criada, ou fortalecida, há também, claramente, um embate ideológico: ponto-de-vista ultracapitalista, de um lado; ponto-de-vista, anti ou pós-capitalista, de outro. Entrementes, não é tal o cerne do problema, senão o mencionado anteriormente: patriotismo versus antibrasileirismo militante.
Podemos e devemos discutir as duas facetas da questão, a mais perfunctória e a mais profunda; entanto, a esta altura, e, sobretudo, depois desta noite, em que o terror assolou o Rio de Janeiro, é de mister não se fugir mais à raiz da celeuma que Paulo Coelho, em benefício próprio, houve por bem catalisar.
Nessa segunda oposição diádica que está sendo criada, ou fortalecida, há também, claramente, um embate ideológico: ponto-de-vista ultracapitalista, de um lado; ponto-de-vista, anti ou pós-capitalista, de outro. Entrementes, não é tal o cerne do problema, senão o mencionado anteriormente: patriotismo versus antibrasileirismo militante.
Podemos e devemos discutir as duas facetas da questão, a mais perfunctória e a mais profunda; entanto, a esta altura, e, sobretudo, depois desta noite, em que o terror assolou o Rio de Janeiro, é de mister não se fugir mais à raiz da celeuma que Paulo Coelho, em benefício próprio, houve por bem catalisar.
Igor Buys
07/08 de outubro de 2013______________
*Vide:
**Vide glossário de termos teóricos intencionais.
***Eu banco a grafia Francoforte, embora esta não se encontre dicionarizada, que saiba. Ao menos, não em língua portuguesa, senão na espanhola. Banco, ademais, Joana do Arco, inspirado, outrossim, na versão em espanhol do nome da heroína: Juana de Arco.
****Quando, no seguinte, 2014, Coelho assumiu a bandeira do antibrasileirismo militante, gritando, no exterior, que "não vai ter Copa" no Brasil, muitas pessoas que conheço retornaram a este texto, a fim de decifrar nele, com outros olhos, qualquer sorte de aviso — mas, com certeza, não de vaticínio, como o que lançou Coelho a respeito de uma tal "explosão social" no País, durante o evento —; qualquer sorte de aviso sobre a personalidade política do, até então, simpático mago, figura que, no imaginário, se irmanava, singelamente, a tudo que é circense, curioso e, de certo modo, encantado na infância: dos histriões aos elefantes de saiotes e guizos dependurados. Tem sido parte constante do nosso mister flagrar ideologia onde nem sempre se a desvenda.