Se tivessemos tido um estadista, teríamos um país melhor, ao invés de fazer política miúda, esse "grande líder" poderia com seu imenso capital político internacional e doméstico, ter se empenhado em de fato mudar o Brasil. Se tivesse escutado menos os seus "zes" e tivesse vontade para mudar mudaria. A começar utilizando sua maioria quase absoluta no Congresso Nacional para tornar a corrupção, por exemplo, um crime de lesa pátria, um crime hediondo; poderia também ter se esforçado para fazer uma reforma política onde esta refletisse de fato a realidade e os interesses da população e não de partidos; ter proposto e se empenhado em fazer uma reforma tributária que desonerasse a população do pesado fardo que é carga tributária que todo cidadão paga e não recebe os serviços adequados, como também o setor produtivo; se tivessemos um estadista e não um líder de partido faria uma reforma no Estado de modo a acabar com o loteamento de cargos por partidos aliados, esse câncer da política nacional; Apoiaria o seu ministro Cristovão Buarque no intento de federalizar a educação básica, essa sim sofrivel e refém dos interesses dos governos estaduais. e tivessemos um estadista, não ficaria sendo sombra de sua sucessora, mas a auxiliaria no governo com sensatez e temperança, poderia ter dado uma força na "faxina ética" que ela iniciou, mas foi engolida pela sanha fisiológica dos seus aliados, pensaria mais no Brasil e menos na próxima eleição. Daria voz e liberdade de ação ria sua ministra do meio ambiente Marina Silva, não daria declarações dizendo que José Sarney é um homem acima de qualquer suspeita, um desrespeito para com a população do Maranhão que sofre com a oligarquia dos Sarney há meio século; teria feito uma reforma no sistema penal, criaria um PAC para os presídios, de modo a humanizá-los e torna-los diferente do que eles são hoje, verdadeiras fábricas de marginais; não se referia aos que lhe criticam com termos de baixo calão e não desdenharia da população sofrida que anda de ônibus superlotados, em trens suburbanos que parecem carregar bois e não gente; não se juntava a Collor, o "demônio" de outrora, e ainda participar ativamente de sua campanha em Alagoas, de modo a reabilitar essa figura deplorável da política nacional e que inclusive ele e o seu partido foram responsáveis pelo seu impeachment; não beijaria a mão de Maluf, o mais deplorável dos politicos brasileiros; ah se Lula fosse um estadista, não andaria nos morros cariocas com o governador Sérgio Cabral e se calasse diante da ironia e do desrespeito do governador para com um garoto pobre que em sua espontaneidade apenas dizia que o estado não se fazia presente ali. Ah se Lula fosse um estadista se retirava da política miúda, e quando se pronunciasse, o fizesse como líder de um país e não chefe de um partido. Ah se Lula fosse um estadista não deixaria a política brasileira chegar a níveis deploráveis de falta de ética e de moralidade para com a coisa pública; ah se Lula tivesse sido um estadista, ao invés de seu partido estar enfrentando a fúria popular talvez estivesse colhendo os louros de uma época que todos nós desejamos e almejamos e lhe demos um cheque em branco acreditando que ele encarnava o espírito da época, mas que foram frustradas pelos desmandos, éticos e morais; ah se Lula fosse um estadista tentaria por fim de alguma maneira o morticínio que há neste país, onde milhões de brasileiro são mortos violentamente sem que ninguém de fato faça nada; ah se Lula fosse um estadista, o estadista que tanto esperávamos que fosse; que nos representasse; que falasse a nós “raia miúda” e desse menos ouvidos aos marqueteiros e mais ao clamor popular; que não agisse como um pai autoritário que dá a comida e manda os filhos se calar e se rebaixar a sua autoridade porque lhes deu a comida; Mas enfim, o triste é que Lula não foi um estadista, e o estado e a população que necessitava não de um líder sindical, mas de um estadista, amarga a falta do estadista que ele não foi. Doze anos se passaram e o que assistimos é o líder operário transformado num caudilho populista tentando eleger a ferro e fogo sua sombra somente por um capricho, capricho este que tem sido ao preço da discórdia, da desavença de “nós” contra “eles”, talvez se Lula tivesse sido um estadista, eu e muitos outros continuariam a dar-lhes nosso votos de confiança; como dei em todas as eleições em que ele foi candidato, votei resignado, nele e em seu partido, acreditando como muitos, que estavamos a eleger um líder de massas que iria se tornar o grande estadista brasileiro e que de fato iria dar a sua contribuição para que o Brasil se transformasse de fato e de direito mas assim não foi. O que fazer? .