GERAÇÃO POLEGAR

Estamos vivendo uma época na qual os nossos dedos são de extrema importância, especialmente os dedos polegares porque são eles os responsáveis pela emissão de mensagens através dos telefones celulares, prática muito comum na atualidade pela “geração polegar”.

Enquanto esta geração valoriza o polegar, eu, particularmente valorizo o meu dedo indicador, porque é com ele que eu apertarei a tecla da Urna Eletrônica que vai mudar o destino do meu Estado e no País, no próximo mês de Outubro, quando estaremos escolhendo os nossos representantes para mais um mandato de quatro anos.

O que me preocupa não é o fato de escolher um candidato valendo-me do polegar ou do indicador, mas a escolha em si. Isto porque, em se tratando dos nomes que irão conduzir os destinos do nosso Estado, não há nada de novo. Nada se renova no quadro político do Rio Grande do Norte. Nem mesmo as promessas, que são as mesmas feitas e repetidas exaustivamente a cada quatro anos, o que revela somente a falta de criatividade dos políticos potiguares.

É triste constatar, que além de não fazerem o trabalho para o qual são eleitos, como cuidar da Saúde, Educação, Segurança Pública, entre outros, os políticos do RN nem mesmo se preocupam em mudar o discurso que todo eleitor já sabe de cor e salteado.

Para não ser considerada injusta, devo admitir que ver o deputado Henrique Alves dizendo que vai “lutar pelo RN” é algo inédito e surreal. Afinal, este cidadão cresceu os dentes dentro da política e só agora, quando está mais uma vez interessado em ser governador do Estado, como era sonho do seu pai, vem com essa conversa fiada de “lutar pelo Estado”. Em que planeta ele viveu até agora?

Como é do conhecimento de todos, ele é deputado federal desde os 18 anos de idade e somente agora se dá conta de que é preciso lutar pelo Estado que o mantém no poder até hoje? Nesta altura da sua vida pública posicionar-se como o Salvador da Pátria cheira à falácia, conversa fiada, falsidade, papo para boi dormir. Sem contar que é muita cara de pau. Talvez seja por este motivo que ele é conhecido no Estado como o “deputado copa do mundo”, porque só aparece por aqui de quatro em quatro anos, ou seja, no período eleitoral, em busca de votos.

O pior é verificar que estando ou não fisicamente no RN, ele sempre consegue o número de votos necessários para se perpetuar no poder, graças à santa ignorância do nosso povo. O que é uma lástima. É uma lástima também, ver que o Ministério Público cruza os braços e nada faz contra a propaganda enganosa feita por estes políticos demagogos, que a cada eleição fazem as mesmas promessas sem o devido cumprimento.

Não é demais perguntar: Onde estava o deputado Henrique Alves que nada fez para defender a destruição do histórico Estádio Machadão – o Poema de Concreto - ou para posicionar-se contra o fechamento do Aeroporto Internacional Augusto Severo depois de ser considerado o melhor do País? Nada contra a construção da Arena das Dunas, tampouco contra o Aeroporto de São Gonçalo. Porém, as novas construções poderiam conviver pacificamente com as antigas preservando a nossa história.

Onde estava o deputado Henrique Alves quando o RN entregou a Ilha de Fernando de Noronha de mãos beijadas para o Estado de Pernambuco, ou quando o ex-presidente Lula não instalou no RN a refinaria de Petróleo, quando excluiu a Transnordestina do nosso Estado, ou quando tirou do Estado a estação de tratamento de camarão?

Admito até que ele possa até ter feito parte de alguma comissão que tentou conversar com o presidente. Mas não foi o suficiente e não foi o que o Estado esperava dele. Isto só prova que ele, assim como a bancada federal do RN em Brasília e nada é a mesmíssima coisa, porque não têm prestígio para nada.

No Senado a história também não é diferente. Não é nada agradável ver José Agripino posando de Paladino da Justiça – defensor dos fracos e oprimidos – de dedo em riste apontando o erro dos outros. Pela maneira como se porta, parece acreditar que os potiguares já esqueceram o Escândalo Rabo de Palha.

Portanto, vou cuidar cada vez melhor dos meus dedos indicadores, porque no próximo mês de outubro, quando eu me defrontar com a Urna Eletrônica vou tomar muito cuidado para não teclar por engano, o número de Henrique ou de Agripino. Tenho dito. (07/jun/2014)