Os Barbosa's e o PT

Vou começar por ela, Rachel Sheherazade Barbosa, a jornalista que ganhou fama ao fazer declarações polêmicas a respeito do carnaval na TV Tambaú (Paraíba) e acabou ganhando a graça de Silvio Santos que a convidou para ancorar o, até então apagado, jornal SBT Brasil.

Com opiniões fortes, polêmicas e corajosas, Rachel Sheherazade abrilhantou o maior jornal diário do SBT. A audiência foi às alturas e o Silvio orgulhou-se. Fizera, mais uma vez, uma jogada de mestre. Até que... A “Queridinha” do dono do SBT começou a falar do que não devia: Do governo. Chamou Dilma Rousseff para a briga quando comentou sobre o porto de cuba; Disse que o povo tinha o Governo que merece; Declarou que “não falta apenas cabelo ao Presidente do Senado, um pouquinho de bom-senso àquela cabeça cairia bem”, quando comentou sobre as novas funções de Taxi Aéreo da FAB; Enfim, começou a descascar e desmascarar nossos honoráveis bandidos. Que pena!

Pena mesmo foi ter cometido o maior deslize de sua carreira ao lançar a polêmica campanha “Adote um Bandido”. Os moralistas brasileiros caíram matando em cima dela e de suas declarações. O Governo, que não tem nada de bobo, estava apenas esperando a oportunidade. Escondido sob o véu dos Direitos Humanos não mediu esforços para calar a jornalista “bocuda”. Arrebanhou milhões de militantes para acabar com a reputação de Sheherazade. Ameaçou cortar as verbas publicitárias do SBT. Conseguiram. A jornalista “mão de ferro” perdeu o direito de falar o que pensa. Agora, não passa de uma ledora de teleprompter de um jornalzinho apagado e manipulado.

Joaquim Benedito Barbosa. Por obra do acaso eles compartilham o último sobrenome. Ele um ministro, ela uma jornalista. Ele negro, ela branca. Parecem lados opostos de uma moeda, mas não são. Compartilham de um infortúnio comum: seus algozes. São vítimas de um sistema corrompido, corroído pela desonestidade, com bases em barganhas escandalosas, comprado, injusto e bárbaro. Esse é o sistema que o PT instituiu nos órgãos de cúpula e de base do governo.

Pois bem, em 2002, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente do Brasil. Seu governo iniciou-se em 2003. Com toda a sua história concentrada na oposição, Lula se viu apertado num sistema em que não tinha apoio. Surge então a ideia do mensalão. Um sistema corrupto em que se pagaria “mesadas” aos parlamentares, especialmente aos líderes de partidos, em troca de apoio político. Lula então se consolida e ganha o apoio dos parlamentares. Aprova o que quer, rejeita o que não quer no Congresso Nacional. Torna-se popular e, com ajuda dos bons ventos da economia mundial, consagra-se como um grande nome no Brasil. O esquema foi descoberto. Um escândalo, mas os benefícios que trouxe foram incalculáveis. O custo/benefício era vantajoso para o Partido dos Trabalhadores. Valia a pena enfrentar a justiça. Mas, como uma pedra de tropeço no caminho, lá estava o “Negrão da Capa Preta”. O Joaquim. O impensável então acontece: Prisão! Em Brasília, Papuda! Terror. Nunca antes na história desse país...

Conclusão - Capa do Jornal “O Globo” de hoje (30/05/2014): “Ameaças precipitam saída de Barbosa do STF”. É isso, o negrão sisudo, juiz linha dura, severo, que declarou guerra à corrupção no Brasil acaba de “entregar as pontas”. Fraco? Não, pelo contrário. Muito forte. Raros são aqueles que ousam levantar sua voz contra uma das quadrilhas de maior poderio no mundo. Ele foi um deles, mas se viu sozinho e ameaçado no Supremo, um tribunal partidário.

O que dizer da ditadura petista que se instalou no país? Bom, é claro que muitos vão aqui listar inúmeras benfeitorias, ações populares e prestígios internacionais dos últimos governos. Concordo. Cada governo dá a sua boa contribuição, seja ele de direita, esquerda ou centro; elitista ou populista; benevolente ou rigoroso; mas é essencial que nenhum deles se eternize no poder.

A democracia está firmada no princípio de governos temporários, de freios e contrapesos entre os Poderes de Estado. Quando um grupo se perpetua no comando, ele tende a querer se coroar. Agarrado como carrapato em pele de cachorro, começa a fazer de tudo para não perder o posto. A corrupção então explode, sai do controle. Com o tempo, mais e mais aliados são atraídos pelo seu poder. As forças dele aumentam quando seus tentáculos alcançam os mais distantes covis da máquina pública. Forma-se uma enorme quadrilha de absolutistas que não mais respeitam direitos básicos dos cidadãos - como o direito à livre manifestação do pensamento - e alteram a organização do sistema governamental a seu favor.

Assim estamos. Sufocados por um governo intolerante e sem escrúpulos. Dilma Rousseff, aquela que pegou em armas, lutou por um país livre e justo, hoje se veste com mantos de autoritarismo e não mede esforços para calar aqueles que dela discordam. Disfarçadamente tenta encobrir que o país já é um trem descarrilado pelas mazelas políticas. Astutamente conseguiu ter nas mãos o Poder Legislativo.

Hoje a bancada governista nas duas casas legislativas são imbatíveis, sendo até mesmo os Presidentes das casas coligados ao PT. Como se não bastasse, o partido dela conseguiu indicar nada mais, nada menos que OITO dos ONZE ministros da Suprema Corte, possuindo, assim, maioria absoluta do pleno e tornando-o um tribunal de troca de favores. Com a saída de Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, suspeitíssimo ministro, passará a presidência do Tribunal. Para coordenar as eleições de 2014, ninguém mais que o ministro Dias Toffoli, ex-advogado do Partido dos Trabalhadores. Sem contar a influência que a imagem de Lula e Dilma ao lado de candidatos estaduais e municipais causa, elegendo nos estados Deputados e Governadores, nos municípios Prefeitos e Vereadores dos mais diversos partidos coligados ao PT. Eles têm nas mãos o alto escalão de todas as esferas de poder no Brasil.

Como conseguiram isso? Simples, fruto de 12 anos de poder que provavelmente vão continuar se somando a muitos outros anos vindouros. Se reeleita, em 2018 Dilma terá todos (absolutamente todos) os ministros do STF indicados por seu partido e a quadrilha estará inabalável.

Teremos um Despotismo em lugar da Democracia pela qual tanto lutamos? Não teremos, já temos! Prova disso? Imagens como a de Joaquim Barbosa e Rachel Sheherazade sendo lançadas a porões obscuros de uma ditadura disfarçada. Assassinos de reputação à solta - funcionando como verdadeiras polícias políticas - e instituições públicas mais sujas que chiqueiros de porcos sob o aplauso e voto de um povo alienado, comprado e manipulado.

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