Empirismo Versus Cartesianismo.
Empirismo Versus Cartesianismo.
A explicação do método empírico, comprende se a partir exatamente do século XVI, quando se trava uma luta política pelo poder entre a nobreza e a burguesia.
Foi com avanço tecnológico que a economia burguesa cria as condições para desenvolver uma Filosofia empírica como explicação da realidade material.
Prova se, com efeito, as condições fundamentais ao desenvolvimento da epistemologia em que a burguesia apropria se dela para o favorecimento definitivo das mudanças políticas.
A questão da compreensão como conhecimento do entendimento primário das coisas, abre espaço veemente para uma crítica ao idealismo filosófico e por outro lado, o grande ataque ao racionalismo francês, principalmente ao cartesianismo.
John Locke o construtor do novo método, parte do princípio fundamental, que nada poderá ser conhecido apenas nas ideias, mas na realidade material das coisas.
Portanto, não existe conhecimento no pensamento, foi a mais absoluta destruição da metafísica.
Destrói Descarte ao afirmar que não posso dizer penso logo existo, porque podemos existir sem pensar, o cavalo existe e não pensa.
Desse modo é a existência e não o pensamento a única fonte legítima da construção da Ciência.
No nos anos de 1561 a 1626, o filósofo e cientista Francis Bacon desenvolve o método indutivo, formulando a Novum Organum, uma alusão à forma de entender a realidade.
Denuncia os erros até então, resultados da tradição aristotélica a qual é denominada de ídolos, o que significa compreensão errada sistematizada na memória medieval.
John Locke 1632- 1704 com profundas influências do modo de refletir de Bacon ao definir que a experiência é a fonte do conhecimento.
No lastro da Filosofia empírica nascem outros pensadores como George Berkeley 1685-1753 e David Hume 1711-1776, que de certo modo, contrariando a Filosofia empírica reduzem o conhecimento a um processo de psicologismo.
O que significa, portanto, a lógica de negação de qualquer possibilidade objetiva do mundo, a respeito do seu próprio entendimento.
Eles afirmam que não existem verdades reais ou pensamentos, tudo que existem são apenas experiências particulares, pessoais fechados no próprio individuo, no seu modo de entender as coisas.
O que cremos ou acreditamos são meras suposições, hipóteses geradas pelo hábito, esse modo de pensar está certo, desde que seja aplicada aos procedimentos culturais da metafísica e não da realidade empírica.
Na verdade tanto o racionalismo de Descartes como empirismo inglês acabou provocando grande influência aos ideólogos da Revolução Francesa, os filósofos denominados de Iluministas, movimento cultural e político precursor da Revolução em referência.
Eles pregaram à supremacia da razão sobre todos os aspectos, isso significa o que empirismo necessitava da racionalidade cartesiana, como fundamento do próprio método, do mesma forma a teoria indutiva de Bacon.
Na verdade a fé foi destronada e Deus perdeu o centro do mundo, a sociedade deixou de ser teocêntrica e passou a ser antropocêntrico, o que ajudou na superação do Antigo Regime.
A nova Filosofia tomou outra formatação como definição, à maneira de organizar politicamente a sociedade seria por meio do conhecimento sobre o mundo, no uso do racionalismo e do empirismo.
Surge posteriormente à ideologia positivista como Ciência, nas afirmações racionalistas e empíricas do Iluminismo, fundamentando as Ciencias da natureza, na sua objetividade, transferindo metafisicamente a mesma natureza para as Ciências sociais, dando o último caráter de objetividade, o que foi naturalmente um equívoco.
A partir exatamente dessa compilação formou-se o novo modo de pensar como substrato do pensamento liberal aplicado os interesses de mercado fruto da Revolução Industrial.
Era exatamente o entendimento racional e científico hegemônico da nova classe social, que serviu de base necessária como síntese teórica superando não apenas a Filosofia aristotélica, mas também o Antigo Regime e, dessa forma nasceu o Estado Moderno.
Edjar Dias de Vasconcelos.