2014 - Eleições de marqueteiros
Foi-se o tempo em que político fazia campanha apenas em palanques, nos bairros e nas cidades de interior, usando suas próprias palavras. Hoje o que vemos são campanhas dirigidas por marqueteiros que ditam o que deve e o que não deve ser falado na mídia pelos políticos. E a competição não se restringe apenas aos candidatos adversários, mas, também aos próprios marqueteiros, que por alguma razão mudam seus interesses e passam a dirigir campanhas de outros candidatos. É o caso do Duda Mendonça, que comandou as campanhas de Lula e Dilma, com seu sócio João Santana, hoje assessor da presidente, e que devido a desentendimentos romperam a sociedade. Agora dois argentinos, Diego Brandy e Guillermo Raffo, que antes já trabalharam com Duda e seu sócio, estão sendo contratados para dirigir a campanha dos candidatos pernambucano Eduardo Campos (PSB) e do mineiro Aécio Neves (PSDB) respectivamente, ambos adversários da candidata à reeleição Dilma Rousseff. "Los hermanos gurus" vão aconselhar, analisar, pesquisar e criar, usando todas a suas estratégias de marketing já vencedoras em campanhas petistas anteriores.
Ora, sabemos que a mídia é quem comanda e é comandada politicamente, e nesse caso vale ressaltar os meios de comunicação radio e televisão. Não podemos confiar nem mesmo nas pesquisas de intenção de votos. Nada do que se diz na mídia pelos políticos pode ser dito sem a orientação e aprovação dos seus assessores ou marqueteiros. O eleitor desavisado, ou seja, aquele que não ler revistas nem jornais por não ter acesso fácil a esses meios de comunicação, consequentemente não saberá discernir e irá escolher não o melhor candidato, mas o melhor assessorado publicitariamente. Ganha quem melhor convence, essa é a tática. Assim como o consumidor é seduzido a comprar um produto através dos anúncios, também o eleitor é levado a escolher aquele que melhor persuadir, com palavras a lá Louro José, o papagaio de pelúcia da Ana Maria Braga. Teremos, então, candidatos que mais atacam do que apresentam projetos; os que mais prometem; os oportunistas de plantão que estão sempre esperando uma escorregada do outro para ser usado no horário de propaganda política etc.. Tudo isso previamente articulado e com discursos lidos em teleprompters, redigidos pelos seus gurus do marketing e gravados para melhor segurança do que vai ser dito pelo orador. Aliás, por falar em guru, não podemos esquecer o guru maior, o rei dos palanques, nosso Lula da Silva, cujo poder de persuasão dispensa comentários e marqueteiros e que, com certeza, vai ser o maestro das campanhas de reeleição.